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“Perfect Illusion”: quando menos pode ser mais

“Não era amor, era perfeita ilusão”: este é o verso que ecoa em nossas mentes nos últimos dias. De volta ao cenário musical mainstream, Gaga se arrisca – coisa que faz corriqueiramente – e lança uma faixa e clipe bastantes diferentes de tudo que já realizara em sua carreira.

“Perfect Illusion” não agradou a todos, mas tem muito de Lady Gaga ali. Começando pela excentricidade; marca registrada da cantora. Apesar de mais “crua” (e, por “crua”, digo: sem roupas extravagantes), ainda há aquela coisa tenaz que só a Gaga tem. A gente percebe o amor pela arte e pelo fazer musical.

Sem muitos figurinos e cenários psicodélicos, podemos considerar “Perfect Illusion” minimalista se comparado a outros clipes de sua videografia. Um show no deserto para uma multidão alvoroçada, com direito a microfone no ar, crowdsurfing e tudo o mais. Bem substancial.

A canção é vigorosa, e seus vocais rasgados e dominadores remetem ao bom e velho rock-n-roll. Apesar de a faixa não ser tão ornamentada como um pop, traz uma outra vertente de Gaga. Mostra sua vulnerabilidade musical e como se doa por completo numa performance – e, de uma vez por todas, mostra seu poder frente a um microfone.

Mesmo não sendo colorido, com imagens rotativas, líquidos escorrendo pelas paredes e um figurino prateado com discos rodando, aquilo é Gaga. Porque, para ser Gaga, tem que ser forte, feroz e cativante. Tem que ter verdade e intensidade. E isto “Perfect Illusion” tem de sobra.

Vejo esta nova “era” como um reencontro de Lady Gaga com Stefani Joanne Angelina Germanotta. Está nítido que o que fez nesta canção é puro, sem ressalvas. É o que gosta. Até o jeito que canta demonstra algo como: “estou fazendo isso porque amo”.

 

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