Pra quem gosta de Miriam Makeba, Stromae, ZAZ, Louane, Laura Mvula e Vitalic.
A primeira vez que escutei JAIN foi em 2015, naquela época ela ainda não tinha lançado o álbum “Zanaka” (2016), mas já havia sido disponibilizado o EP de mesmo nome. Gostei instantaneamente, mas não fiquei viciada – apenas curti e segui com a vida.
Hoje, revisitando após saber que ela recebeu prêmios na cerimônia francesa do “Victoires de la Musique” nas categorias “artista feminina do ano” e pelo videoclipe Makeba, considerei um momento importante para voltar a ouvi-la e prestar atenção… E foi, definitivamente, a melhor coisa que fiz!
A música de JAIN é um sopro de vida, de esperança e é bem solar – e isso a estética do disco deixa bem clara – com fortes influências de vários cantos do mundo (ela nasceu em Toulouse, na França; viveu em Dubai – onde estudou percussão árabe; se mudou para o Congo aos 15, foi pra Abu Dhabi, retornou à França).
Por ter tido essa vida de “nômade”, a artista ampliou sua visão do mundo. Os pais dela também sempre foram muito aficionados por música: quando pequena ouvia: Pink Floyd, Janis Joplin, Manu Chao, Youssou N’Dour, blues e também Miriam Makeba. Hoje, JAIN escuta mais música eletrônica (no momento, o novo álbum de Vitalic).
A artista, cujo nome real é Jeanne Galice, não esperava que o disco tivesse tanto reconhecimento na Europa, que se traduz nas vendas de 200 mil cópias (além dos prêmios). O disco transita em vários gêneros: reggae, pop, eletrônica, música africana.
“Quando ‘Zanaka’ (que significa ‘criança que ainda não atingiu a adolescência’) foi lançado, eu não tinha expectativas. Eu esperava que as pessoas escutassem, mas sabia que também era um álbum ‘difícil’. O pessoal do departamento de marketing disse que não era ‘claro’. Eu arrisquei e, finalmente, o álbum que não era ‘claro’ se tornou minha marca registrada. E o disco funcionou porque muitas pessoas são como eu. Não escutam somente um estilo musical” (Jain, em entrevista)
Os clipes da cantora foram bem trabalhados esteticamente: tudo tem uma razão de ser. Também são bastante surrealistas, lembrando artistas como Basquiat e Magritte.
“Eu estudei em uma escola de arte e conheço a importância da imagem. Eu sei que antes de escutar o álbum, as pessoas vão ver a capa do disco e meu clipe. Com esse look, pareço uma moça tímida e pouco extrovertida. Pra mim, é importante mostrar essa faceta da minha personalidade e entrar em cena com uma música bem festiva”
Confira nossa playlist com músicas de JAIN e artistas relacionados:
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