O mês de junho é marcado por ser celebrado com bandeiras coloridas, mas também carrega muita reflexão. Afinal, no mês do Orgulho LGBTQIA+, para além da comemoração à liberdade de poder ser o que é, também é o momento em que repensamos sobre quantas pessoas ainda sofrem por isso. E, fora os debates, a música também tem grande influência para fomentar essa discussão.
De baladas tristes ao pop eufórico como “I Kissed a Girl” de Katy Perry e “Born This Way” de Lady Gaga, o Tracklist selecionou 10 músicas que retratam com muita lucidez sobre a vida LGBTQIA+, passando pelas descobertas da sexualidade, dúvidas sobre a aceitação social, até o empoderamento e ressignificação. Então, coloque os seus fones e confira!
1. Fools – Troye Sivan
Provavelmente uma das figuras mais conhecidas dentre os artistas LGBTQIA+, “Fools” é um verdadeiro hino para aqueles que sofrem de desilusões amorosas. A música narra a história de um amor unilateral vivido por um rapaz apaixonado por outro que não o corresponde.
Durante todo o tempo, ele relata todos os sonhos e a vida pensada para os dois, caso desse certo. De casas de campo à festa dos filhos, esse é um amor platônico muito lúcido, já que, em determinado momento, o eu-lírico narra que sabe da impossibilidade de qualquer desses devaneios se tornar realidade.
2. Cool For The Summer – Demi Lovato
Outro hino para quem ama dançar, “Cool For The Summer” foi a primeira cartada da artista para se declarar como uma pessoa sexualmente fluida. Na música, é relatado um romance vivido às escondidas durante o verão, cheio de calor e desejo, mas que, para os outros, é algo proibido.
Além disso, é possível se identificar nas falas sobre querer experimentar algo diferente, entender os próprios impulsos, mas garantir que a pessoa também embarque nessa jornada sem muita formalidade.
3. Girls / Girls / Boys – Panic! At The Disco
O amor não é algo que se escolhe, e isso fica evidente em uma das melhores faixas do álbum “Too Weird To Live, Too Young To Die” (2013), de Panic! At The Disco. “Girls / Girls / Boys” conta sobre relacionamentos com pessoas bissexuais e como não existe problema algum em você gostar de qualquer gênero.
Ao mesmo tempo que pode ser interpretada como uma garota interessada por outra já comprometida, em determinado momento também é falado sobre um cara afim de outro. E como, mesmo dentro de um relacionamento, “olhar não arranca pedaço”. Afinal, “garotas gostam de garotas e garotos, o amor não é uma escolha”.
4. Gashina – Sunmi
Achou que não ia entrar k-pop nessa lista? A cultura LGBTQIA+ é algo pouco difundido na Coreia do Sul, país extremamente conservador mesmo nos dias de hoje. Porém, existem artistas que não têm medo de expressar suas formas de amar e tentam mudar esse cenário, dando mais visibilidade para essas pessoas. E Sunmi, uma das revelações de artistas solo dos últimos anos, fez isso em “Gashina” – que, em uma tradução livre da língua coreana, pode significar tanto “amiga” quanto “namorada”.
Na canção, ela conta como sobreviver ao fim de um relacionamento. Mesmo aparentando estar feliz, e como mesmo sendo desejada por outras pessoas, ainda guarda para si o sentimento antigo de ter sido rejeitada. A narrativa também envolve queixar-se e duvidar sobre si mesmo, e os motivos de não fazer aquele relacionamento não dar certo. No entanto, termina exaltando o amor próprio em primeiro lugar.
5. Bad Religion – Frank Ocean
Uma das letras mais tristes do álbum “Channel Orange” (2012), “Bad Religion” é evidentemente uma história sobre amar um homem mesmo não querendo que isso acontecesse.
Ocean joga bem com as palavras ao explicar seus sentimentos com analogias religiosas. Sobre querer amar e cuidar de alguém tal qual um deus, mas não conseguir ter isso em troca. Mais do que tudo, como ele deseja ser exorcizado para não ter que aceitar seus próprios desejos. No entanto, ele acaba precisando aceitar e entender que não há nada de errado com quem ele é.
6. Gatas Extraordinárias – Cássia Eller
Um dos maiores ícones LGBTQIA+ do nosso país, Cássia Eller fez um verdadeiro serviço, especialmente, para a comunidade lésbica. A cantora não somente foi totalmente aberta sobre sua sexualidade durante sua vida, como presenteou o mundo com a sua obra que exalta esses relacionamentos homoafetivos.
Em “Gatas Extraordinárias”, o eu-lírico vive uma paixão alucinante por outra mulher, a quem ela julga ser parte de um grupo de mulheres que são demais para ela. Ainda assim, ela não cansa de sair à noite na expectativa de encontrá-la. A vontade, a indecisão, e toda emoção eletrizante do flerte recheiam a canção composta por uma das maiores artistas da geração.
7. Diplomat’s Son – Vampire Weekend
Mais uma música que beira a playlist das “descobertas que fazemos quando somos adolescentes”, “Diplomat’s Son” é uma música alto astral que fala sobre exatamente isso. Porém, o que fazer quando o cara que você beijou é filho de um diplomata, alguém importante que não deveria saber disso?
A canção em todo o jeito desastrado da fase da adolescência e chega a ser uma história engraçada de se ouvir – e mais ainda de dançar.
8. Girls Like Girls – Hayley Kiyoko
Uma das músicas preferidas que quem curte um bom indie pop, “Girls Like Girls” também não mede palavras para falar sobre a descoberta da sexualidade.
A música fala sobre é totalmente possível garotas gostarem de garotas como os garotos gostam, e como não há diferença entre esses tipos de amor. A própria garota relatada na canção explica como ela não consegue gostar de rapazes, e como isso não a faz menos mulher, ou menos “real”, como ela prefere dizer.
9. Indestrutível – Pabllo Vittar
Não poderíamos deixar de citar a música mais emocionante de toda a discografia de Pabllo Vittar. Quando lançada, “Indestrutível” gerou uma discussão fervorosa sobre como tratamos nossos jovens que exibem comportamentos fora da caixinha de gênero que a sociedade os impõem.
Vittar foi uma dessas vítimas, ainda criança, por ter uma voz mais fina que os demais garotos da sua idade, traços mais afeminados e por se encontrar mais na feminilidade. “Indestrutível” é um dos relatos mais sinceros e brutais da drag queen, que não poupou sua vulnerabilidade na canção.
10. i wanna be your girlfriend – girl in red
Quem nunca se declarou para alguém e acabou sendo rejeitado? Esse é um dos relatos de girl in red em “i wanna be your girlfriend”, exceto pelo detalhe de ser uma garota confessando sua paixão por sua melhor amiga.
Ela conta que está cansada de viver a amizade e que só quer viver esse relacionamento, tocá-la sem ser como amigas se tocam, mas como isso também só parece ser uma idealização de sua parte.