in

Entrevista: JADE fala sobre jornada solo, “Angel Of My Dreams” e Pabllo Vittar

O single marca a estreia da cantora em carreira solo

JADE para divulgação de "Angel Of My Dreams" | Foto: Redes Sociais
JADE para divulgação de "Angel Of My Dreams" | Foto: Redes Sociais

Depois de Leigh-Anne e Perrie, agora foi a vez de Jade iniciar sua carreira solo. Após 11 anos no Little Mix, a cantora lançou nesta sexta-feira (19) seu primeiro single solo, a faixa “Angel Of My Dreams”. A canção retrata a experiência da artista enquanto mulher na indústria da música ao longo dos últimos anos.

O Tracklist bateu um papo com a britânica que contou novidades da carreira solo, além de adiantar novidades sobre o seu primeiro disco, além de uma possibilidade de colaboração com Pabllo Vittar. Confira!

Entrevista: Jade ousa em carreira solo e fala sobre “Angel Of My Dreams”, Pabllo Vittar e mais

Tracklist: Antes de tudo, parabéns pelo seu lançamento! “Angel Of My Dreams” é seu primeiro single solo, é pop, divertida, um verdadeiro “hino gay”. Como você se sente ao lançar seu primeiro single solo? Como foi criá-lo?
JADE: É bem estranho e avassalador finalmente lançar uma música para o mundo. Levou 2 anos e meio para chegar até aqui depois que saí do Little Mix, precisava desse tempo para poder me desenvolver verdadeiramente como artista e criar meu próprio som. É desse lugar que nasce “Angel Of My Dreams”.

Tudo tem sido libertador. No começo do processo eu estava um pouco nervosa, trabalhando com pessoas novas e precisava me desafiar e acreditar em mim mesma. Com o tempo fui descobrindo novas vertentes e meio que renasci. Disse: “Ok, agora é só a Jade e você consegue fazer isso”. Foi assim que “AOMD” nasceu.

Isso é incrível. “Angel Of My Dreams” é parecida com as outras músicas que virão? O que podemos esperar do seu primeiro material solo?
Eu acho que podem esperar caos, pop e energia. Eu queria que o álbum soasse como se eu estivesse me encontrando. Estou experimentando sons e gêneros, quero que os fãs experimentem isso comigo, como: “Oh, okay, ela estava tentando isso, experimentando aquilo nessa música”. Eu acho isso super empolgante e amaria os fãs sentindo isso. Muitas coisas vão vir no decorrer dos próximos anos, mas por agora é sobre o caos e sobre “o mundo de Jade”.

Legal! Eu conheço seu talento como compositora e você já disse que escreveu todas as músicas no álbum. Teve alguma música que foi mais difícil ou emocionante de escrever?
Na verdade, sim! Tem música sobre sofrimento no álbum, é uma bem especial para mim. Acho que mesmo quando escrevo uma música lenta eu não sei simplesmente ser triste, acho que sempre tem que ser dramático…

Você pode dizer sobre o que a música fala?
Essa música é sobre perder alguém, independente de ser um amigo ou alguém que você ama, e a sensação que fica. Tem outra música que também fala de amizade, outras sobre ansiedade… Não sei se muitas pessoas sabem disso, mas nos últimos anos eu desenvolvi “tique nos olhos”. Quando estou muito ansiosa ou nervosa eu tremo as pálpebras, agora é meio incontrolável, e eu tenho uma música que representa um pouco disso, como minha ansiedade às vezes domina.

É engraçado, pois quase nunca falei ou cantei sobre isso, o que torna empolgante fazer meu próprio álbum. Explorar coisas que não se pode num grupo, porque quando se é um grupo você não pode entrar em detalhes específicos ou muito pessoais, então eu aproveitei para fazer isso neste álbum. Até com músicas românticas sobre meu namorado às vezes eu tenho dificuldade. Condesas coisas como essa em uma canção parece muito vulnerável para mim.

Voltando um pouco para “Angel Of My Dreams”, assisti ao vídeo e fiquei chocado com as cenas de dança. Como foi gravar o vídeo? Tem alguma história engraçada por trás das câmeras que pode compartilhar conosco?
Sim! Nós fizemos 40 cenas, foi grande. Grandes sapatos velhos, 11 looks, muitas perucas, muito drama. Eu estava muito doente quando estávamos gravando o vídeo e fui piorando a cada dia de filmagem. Estava gripada, era ‘meleca’ para todo lado, tentando fazer as danças sem ter uma meleca voando do meu nariz ao mesmo tempo, foi bem corrido.

Nós filmamos algumas coisas em Deptford High Street em Londres, que é mais para o sudeste de Londres e era aberto ao público. Queríamos as reações autênticas das pessoas passando e tipo: “quem é essa mulher com essa enorme peruca loira?”. Foi muito legal!

Deixa eu ver algo mais que foi divertido da experiência em fazer o vídeo…Fazer sequência de danças foi muito legal. Tipo, se você vai ser uma garota do pop, você tem que fazer coreografias, mesmo que seja um pouco, você tem que entregar isso. Nós filmamos isso muitas vezes, é uma música rápida e foi bem difícil de fazer. Eu estava usando um corset amarrado e todas essas coisas, mas eu estou muito feliz com o resultado. E eu também tive que treinar como acertar uma pessoa […] estava fazendo isso de salto alto […] entende? Eu tive ensaios sobre como atacar alguém, tinha um dublê lá para ter certeza que não acertei de verdade, porque era uma cadeira de verdade e pesada.

Eu posso imaginar o caos! Agora sobre Little Mix, o que você mais sente falta e o que menos sente falta dessa experiência?
O que eu mais sinto falta é o conforto constante em ter as meninas ao meu redor. É muito amoroso esse tipo de irmandade. Sinto falta das entrevistas, de fazer piadas porque sempre tinha alguém ali para dar risada, compartilhar as experiências… Era muito bonito e sinto muita falta.

O que eu sinto menos falta são as partes “glamourosas”. Quando tem muitas garotas e você tem rádio pela manhã, alguém te acorda as 3 da manhã […] e também em um grupo tinha que ser uma escolha de todos e há momentos que você não concorda com muita coisa… É isso que eu sinto menos falta.

Indo agora para o show do Little Mix no Brasil. Sei que ele foi importante para a banda. Quais foram seus momentos favoritos aqui no Brasil? Do show e da viagem.
Foi uma experiência de mudar a vida. Nos pediram por anos para ir ao Brasil e infelizmente não fomos mais de uma vez devido à COVID-19, fomos um pouco antes de tudo ficar uma loucura. Lembro de chegar lá e ficar: “minha nossa”, o tanto de fãs… A gente não tinha ideia até chegar lá, de verdade. Fizemos aquele show e ele foi um dos mais incríveis que já fizemos.

Tinham muitos fãs nas primeiras fileiras, mas não achamos que todos lá iriam saber as letras. Estavam vestidos como a gente, sabiam as coreografias. Lembro de comentar com as meninas que foi um momento muito fofo. Eles estiveram aqui todo esse tempo, gostaríamos de ter ido ao Brasil mais vezes. Em relação a isso, como artista solo, quero fazer mais isso, voltar ao Brasil. Foi uma das melhores experiências e todo mundo diz que o Brasil tem os melhores fãs.

Foi um grande dia. E sobre artistas brasileiros… Você conhece algum artista? Tem desejo de trabalhar com alguém?
Eu ia amar. Obviamente eu conheço Pabllo Vittar, ela é uma rainha… Não sei se você já ouviu a música que teríamos com ela há alguns anos, eu amo aquela música.

Sim! O que aconteceu?
O que aconteceu foi algo com os acordos do single na época, eu estava tipo “vamos lá”, eu sou fã da Pabllo por anos, talvez podemos fazer algo agora na minha carreira solo.

Falando em Pabllo, você é uma grande aliada da comunidade LGBTQIA+. O quão importante eles são para você?
Eles são muito importantes para mim. Eu tenho noção que tenho muitos fãs LGBTQIA+, eu sempre tive consciência disso. Sempre pensei em não só me beneficiar dos meus fãs, mas ter solidariedade com a comunidade, provar minha aliança. Usar minhas plataformas para dizer e fazer a coisa certa.

Eu acho que você não consegue ser uma artista pop nesta geração e não estar lado a lado com essa luta. É como me sinto a respeito da comunidade. Admiro muito o que eles fizeram pelo Little Mix e por mim, meus amigos, minha família que escolhi… Eu faço o melhor para ser uma boa aliada.

Obrigado por isso, Jade. Para finalizar, eu tenho um jogo. Vou falar alguns temas e você me diz seu top 3, ok? Suas 3 músicas favoritas do Little Mix?
“Touch”, “Sweet Melody” e talvez “Wings”, elas são muito especiais.

Seus 3 artistas favoritos do momento?
Chappell Roan, Victoria Monét e Flo.

Suas 3 RuGilrs favoritas?
William, Shéa Coulle e Bimini.

3 palavras que descrevem seu álbum?
“Caos”, “cunt”, “drama”,

3 palavras que descrevem seus fãs brasileiros?
Icônicos, leais e tudo.

Para finalizar, 3 coisas que iremos ver na sua carreira solo?
Teatro, vulnerabilidade e looks.

Incrível! Muito obrigado pelo seu tempo Jade. Pode deixar uma mensagem para seus fãs brasileiros?
Meus fãs brasileiros, muito obrigada por seu apoio todos esses anos, não consigo expressar o quão grata sou. Sei que estamos longe, mas eu sinto o amor online. Falo sério quando digo que quero ver vocês demais e farei tudo possível para que isso aconteça e mostrar o quanto eu amo vocês.