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Entrevista: Murdoc, do Gorillaz, fala de novo álbum, culto e mais

Líder do “The Last Cult” conta mais detalhes sobre “Cracker Island” e cita MC Bin Laden

Foto: Divulgação

Por Manuela Sant’Ana e Luciana Lino – Com “Cracker Island”, oitavo álbum de estúdio do Gorillaz, fomos apresentados a uma nova parte da história da banda. Tudo começa com a mudança para Los Angeles, nos Estados Unidos, onde o baixista Murdoc funda “The Last Cult” e se torna o seu grande líder.

O que o grupo virtual (formado por Murdoc, Noodle, Russel e 2D) não sabia era que seus vizinhos também tinham um culto, chamado “Forever Cult”, liderado por Moon Flower. Toda essa aventura é contada ao Tracklist em entrevista com Murdoc, que explica sobre “Cracker Island”, suas colaborações – inclusive com o brasileiro MC Bin Laden – e mais. 

Entrevista: Murdoc, do Gorillaz

Tracklist: Por que vocês se mudaram para Silver Lake, em Los Angeles, antes de fundar o “The Last Cult”?
Murdoc: Na verdade, é uma história engraçada. A gente estava procurando uma nova casa depois que um buraco demoníaco se abriu sob nosso estúdio no oeste de Londres. Então, do nada, recebo um e-mail estranho nos oferecendo um acordo de aluguel preocupantemente barato em Silver Lake, LA! Apesar de achar que deveria ser um desses golpes, continuei com ele de qualquer maneira, como uma piada. E aqui estamos!

Pode nos contar mais sobre “The Last Cult”?
Murdoc: Cara, na verdade, estamos em processo de dissolução. O novo amanhã chegou algumas semanas atrás. O trabalho do Grande Líder está feito, pelo menos por enquanto. Mas o espírito coletivo continua vivo. Além disso, eu ainda uso minhas túnicas e o chapéu do “The Last Cult”, eles são ótimos trajes de dormir. Ainda não contei ao 2D, para que ele possa continuar com suas extenuantes tarefas do culto. Nosso jardim é a inveja do bairro.

Como é a sua relação com a Moon Flower? E a relação dela com o 2D?
Murdoc: Muito mais quieta, devido ao fato de ela agora estar bem embalada dentro de um receptáculo funerário. Mas nós fizemos as pazes antes do fim. E é verdade, ela planejou sacrificar o 2D, mas você não pode culpá-la totalmente por isso, ele é muito “sacrificável”. A questão é que ela mudou de ideia, do ódio para o amor. Falando nisso, a gente conseguiu marcar um encontro no cinema, durante o qual ela se desfez em pó. Descanse em paz, Moon Flower. Espero que goste da sua urna.

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“Cracker Island” é o seu 8º álbum de estúdio. Quais são as diferenças entre ele e os outros projetos do Gorillaz?
Murdoc: Presumindo que vocês querem dizer além de todas as músicas diferentes, letras, colaborações, arte da capa, instrumentação, etcetera? “Cracker Island” também teve uma “Ruptura” [“Rupture”]. O que definitivamente o diferencia dos outros álbuns. Ainda estamos debatendo o que exatamente foi a “Ruptura”, mas talvez essa seja a beleza de “Cracker Island”. A “Ruptura” é o que você quiser que seja.

E como foi trabalhar com Greg Kurstin? “Silent Running” moldou o som do resto do álbum, certo?
Murdoc: Greg teve a sorte de realizar sua ambição de vida ao trabalhar comigo. Bom rapaz é o Greg. Tínhamos muito em comum. Ele é um verdadeiro viciado em sintetizadores dos anos 80, como 2D. “Silent Running” foi a primeira coisa que fizemos juntos, saiu quase totalmente completa. Pura alquimia musical.

Existem várias colaborações em “Cracker Island”. A propósito, as colaborações são uma marca registrada do Gorillaz. Como vocês chegaram a nomes como Bad Bunny e Tame Impala para as faixas do novo álbum?
Murdoc: Assim como a maioria das minhas ideias geniais, elas vieram a mim em uma visão maravilhosa que tive enquanto mergulhava na banheira.

Para além de “Cracker Island”, vocês lançaram um single na versão deluxe, a faixa “Controllah” com MC Bin Laden, nome forte do funk brasileiro. O que você acha do gênero e como foi incorporá-lo nas músicas do Gorillaz?
Murdoc: Grande cara, MC Bin Laden. Ele veio nos encontrar enquanto estávamos em turnê e nós discutimos sobre a música. Ele é um sujeito adorável e, como vocês puderam ouvir, a música é verdadeiramente grudenta. Isso mostra que não há som no universo que conhecemos que não possa ser incorporado ao Gorillaz. Sem limites.

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