Diretamente do Rio Grande do Norte, a banda Far From Alaska conquistou o cenário do rock nacional, com canções cantadas inteiramente em inglês e uma identidade única.
O grupo foi atração do festival Coolritiba e, antes de subir ao palco, Emilly Barreto (vocalista), Cris Botarelli (baixo, sintetizador, vocais), Rafael Brasil (guitarrista) e Lauro Kirsch (baterista) bateram um papo com o Tracklist para contar curiosidades e como eles constroem e veem a identidade do FFA.
A banda já havia passado por Curitiba algumas vezes e, para o show do festival, eles trouxeram um misto do primeiro álbum, “modeHuman” (2014) e o mais recente, “Unlikely” (2017). Confira a entrevista completa!
Destaque para o “Unlikely”
Como está sendo essa turnê nova?
Cris: A gente está mesclando mais a setlist agora, porque tem a galera que sente saudades das músicas antigas e pedem muito nos shows. E agora, que já passou algum tempo desde o lançamento do “Unlikely”, está um show bem equilibrado.
Lauro: Quando lançamos o “Unlikely”, a gente estava focando quase tudo no disco novo. Tiveram alguns shows que a gente tocou o disco na ordem mesmo, na íntegra. E mesmo agora, depois desse tempo que passou desde o lançamento, ainda era ele que predominava muito.
Far From Alaska antes do palco
E como vocês se preparam para subir ao palco?
Emilly: A gente é uma banda que não tem preparação para entrar no palco (risos). Na verdade, cada um faz uma coisa diferente. Um toma cerveja, outro come pizza. Eu fico um pouco nervosa, mas daí passa!
Cris: Na verdade, reclamando que ela está nervosa (mais risos).
Mesmo depois de tanto tempo de carreira, ainda bate o nervosismo?
Cris: Eu sou bem aleatória, às vezes sim, às vezes não. Geralmente não. Eu fico muito feliz, muito empolgada, querendo tocar logo. Agora, a Emilly…
Emilly: Eu fico, mas é porque eu sou uma pessoa nervosa mesmo. Se fosse fazer outra coisa, tipo vender uma camiseta na loja, eu fico nervosa igual. E sempre ficarei assim. Porém, na hora que eu piso no palco, parece que some, e aí desce um negócio… *inspiração*
Novo disco…?
Vocês já pensam em um próximo trabalho?
Cris: Esse ano mesmo a gente lançou uma versão acústica do “Unlikely”, em que tem uma música bônus do disco passado. Estamos vivendo um pouco disso agora, esse momento acústico.
Emilly: Mas já começamos a pensar, sim. Até nas cores que queremos!
E as discussões na hora de compor? Como se dá o processo criativo?
Cris: A gente se junta. Geralmente, temos “pedaços” pequenos de música e a banda se une para tocar esses trechos, para ver onde isso vai parar. E debatemos muito, discutimos muito. Mas a gente gosta, porque é necessário. Precisa debater, sim! A música pode ir para mil lugares diferentes e nós precisamos discutir para saber qual vai ser o melhor resultado.
Lauro: Todo mundo opina em tudo, e isso é importante porque gera o que nós somos.
Vocês esperavam o sucesso que foi esses dois primeiros álbuns?
Emilly: Acho que o primeiro a gente esperava nada.
Cris: A banda começou, já foi participando de concurso, ganhou, e aí tocou no Planeta Terra, e começaram a falar da gente… nem éramos uma banda direito. A nossa preocupação nunca foi se fez sucesso ou não, era se a gente conseguia ser uma banda logo, tipo, ter músicas o suficiente para gravar um disco, por exemplo. E acho que isso ficou muito presente no nosso jeito de ser.
A gente continua se investigando para saber que banda a gente é, o que a gente quer fazer e para onde a gente vai.
Sonoridade do “Unlikely”
E como se deu a sonoridade do último álbum?
Cris: A gente queria melodias fortes, basicamente isso.
Emilly: Nós estávamos ouvindo muito Rihanna na época em que estávamos gravando. E Kayne West também.
Cris: E são coisas nada a ver com a banda, mas que inspiram de outra forma. Por exemplo, a Rihanna, dentro do pop, é uma diva. Mas ela gravou um disco que não é tão pop assim; tem várias coisas diferentes, experimentações…
Nós gostamos de ir para esse lado, de misturar uma melodia bem pop com uma coisa muito doida. A gente escuta de tudo. Não tem uma influência, exatamente… a gente fala da Rihanna porque era o que estávamos escutando muito na época, mas não foi uma influência direta.
Rafael: é complicado, porque é difícil você relacionar diretamente com outra banda. E, no nosso caso, a gente procura fazer uma parada que não seja relacionada diretamente com outro grupo. É difícil, mas é a coisa mais divertida que a gente faz.
Pergunta bônus!
Qual banda seria o sonho de consumo de vocês para uma parceria?
Rafael: Red Hot Chili Peppers.
Emilly: Warpaint.
Cris: Lady Gaga.
Relembre o Far From Alaska
A banda, formada em 2012, com apenas seis meses de existência já foi uma das atrações do Planeta Terra, tamanho foi o sucesso do disco de estreia, “modeHuman”. Além desse, o grupo já tocou em grandes festivais, como o Lollapalooza, em 2015, o Maximus Festival, em 2016, Download Festival em 2017 e, este ano, abriram o show para o Greta Van Fleet em São Paulo.
O disco “Unlikely”, lançado em 2017, foi gravado nos Estados Unidos, nas mãos da grande produtora Sylvia Massy. Ela já trabalhou com grandes nomes do rock, como System of a Down, Five Finger Death Punch, Slayer e Alter Bridge.