O DJ Lucas Frota começou sua jornada na música eletrônica bem cedo. Aos 12 anos, ele obteve seus primeiros equipamentos de mixagem, e não parou mais a partir daí. Nascido no Rio de Janeiro, o artista se mudou para os Estados Unidos aos 18 anos, e lá começou sua carreira profissional.
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Atualmente, o DJ já possui uma carreira estável em seu país de residência. Seu foco agora é outro: se consolidar, também, em sua terra natal. Para isso, ele tem aumentado suas divulgações por aqui. Em julho, por exemplo, foi lançada sua parceria com a cantora Agnes Nunes, chamada “All Night Long”, que já acumula mais de 2 milhões de visualizações no Youtube.
O artista também se destaca pela criação, com apenas 15 anos, do Baila Tech – seu próprio gênero musical. Carregando características do Brasil, o estilo também se mistura com o tech house.
Em entrevista recente para o Tracklist, o DJ Lucas Frota falou mais sobre sua carreira, além de passar por temas como a diferença entre o mercado de música eletrônica no Brasil e Estados Unidos.
Confira na íntegra nossa entrevista com o DJ Lucas Frota!
Você começou sua carreira cedo, quando comprou seus primeiros equipamentos de mixagem. Como chegou a essa decisão? Você já sabia, desde então, que queria trabalhar com música eletrônica e ser DJ profissional?
Eu tinha 12 anos quando tive meus primeiros equipamentos, e levava isso mais como um hobby. Tinha muita vontade de tocar em festivais, fazer shows grandes, mas no começo eu nunca pensei que fosse viver disso. Eu tinha um pouco de medo de falar pros meus pais que eu queria ser músico e viver de música, mas o tempo foi passando e, quando eu completei 18 anos, falei para eles que eu queria estudar música, me mudar pros Estados Unidos e foi nesse momento que eu decidi que era disso que eu queria viver.
Você já exercia sua profissão nos Estados Unidos, que é seu local de residência. Como foi o início da sua carreira no país?
Minha carreira nos Estados Unidos começou na escola, fazendo alguns trabalhos em shows, músicas em estúdio da própria escola, e depois comecei a fazer colaborações. Fiz alguns trabalhos para gravadoras, não só dos Estados Unidos, mas também de outros países. Mas hoje não estou vinculado a nenhuma gravadora, meu trabalho é independente.
Agora, você busca ampliar os horizontes aqui no Brasil. Você consegue notar uma distinção entre o mercado de música eletrônica americano e o brasileiro?
Com certeza! O mercado americano e o brasileiro são muito diferentes. O mercado brasileiro, pra mim, é mais fechado para a música eletrônica e alguns outros estilos, ainda estão no processo de abrir caminhos para outros estilos. Já aqui nos Estados Unidos tem mais variedades de subgêneros dentro da música eletrônica, seja Dubstep, eletrônico pesado, Hardcore, dentre tantos outros.
Aos 15 anos, você começou a trabalhar no projeto “Lukke”, que rendeu a criação de um estilo musical próprio – o Baila Tech, mesclado com características do Deep House. Quais são as características principais desse estilo, e como você chegou até essa identidade musical?
O Baila Tech é uma fusão do tech house com o Baila Funk. O Baila Tech traz características do sul do Brasil, não necessariamente do funk, é uma fusão da essência do Brasil (porque o Brasil é referência para o mundo inteiro e todo mundo adora a música brasileira). Então, trazer isso para o House Music foi muito interessante. O Baila Tech é um gênero que faz as pessoas dançarem, curtirem e foi um desafio pra mim trazer isso para os Estados Unidos e tem sido até hoje muito bem aceito pelo público!
Como carioca, os estilos característicos do local (como funk e samba) também foram relevantes na formação do seu estilo?
Com certeza! Eu cresci ouvindo funk e samba. Esses gêneros ficaram muito presentes ao longo da minha vida, na construção da minha cultura musical, desde a minha família, nas festas e até o momento que comecei a estudar música, foi quando eu tive mais certeza de que isso estava enraizado em mim.
Em 2020, você lançou o projeto “Alone”, que combina com o momento de início de quarentena, em decorrência da pandemia de covid-19. De que forma a pandemia afetou seu trabalho?
Sim, “Alone” veio em um período da pandemia quando eu estava sozinho e fez muito jus ao momento que estávamos vivendo. É uma música muito especial, carregada de emoção e, como diz na música, às vezes ficar um pouco sozinho é bom.
Além desse EP, suas outras criações costumam expressar seus sentimentos do momento?
Com certeza! “Alone”, que fala sobre ficar sozinho; “Change”, onde falo que mudanças vão vir e “All Night Long”, que chamo todo mundo para dançar, curtir e aproveitar. Então sim, o momento que estou vivendo afeta muito nos meus lançamentos.
Seu último single lançado é “All Night Long”, uma parceria com Agnes Nunes. Como nasceu essa música, e como foi o processo de gravação?
Essa música nasceu de uma parceria minha com a Agnes, onde a gente estava junto, conversando sobre músicas e projetos. Eu apresentei para ela o projeto dessa música que estava criando e ela adorou. Então, eu e ela, junto à Maria Moraes e ao Mark Bell, escrevemos a música. A gente ainda estava em processo de composição e já tínhamos a data para gravar o videoclipe, de tão emocionados que estávamos com esse projeto que estava e ficou incrível. Foi tudo muito perfeito, consegui divulgar essa música na gravadora inglesa D4 D4NCE, da Defected, então com certeza, essa música só trouxe retornos positivos!
Por último, quais são seus planos para um futuro próximo?
Meus planos com certeza são grandes, são muitos artistas para gravar e músicas maravilhosas a caminho. Tô muito animado, muito ansioso com tudo que está por vir.
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