Nesta quinta-feira (21), CHAMELEO fará o lançamento de seu primeiro álbum de estúdio, chamado “ECDISE”, e o artista cedeu uma entrevista para o Tracklist, onde falou sobre seu disco, sua carreira e outros assuntos.
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Uma das apostas do cenário do pop brasileiro, CHAMELEO gosta de mostrar sua versatilidade e constante transformação através da arte: com suas músicas, clipes e também visuais – ele possui um histórico com a moda, e faz questão de também mostrar essa paixão com seus looks impactantes.
Seu álbum traz faixas como “frequente(mente)”, sua parceria com Pabllo Vittar; e “Enigma”, com Carol Biazin. Além de outros feats, ele também apresenta diversas faixas solo.
Um exemplo é “PENDEJO”, seu mais recente single. A música acompanha um vídeo Visualizer. A batida e letras fortes, somados a um clipe artístico com temática obscura, ajudam a contar a história da canção: ela é sobre pessoas que vivem uma vida dupla, e é o retrato de uma realidade frequente na comunidade LGBTQ+.
O artista também falou sobre a superação de um câncer, um processo difícil que aconteceu em 2018. O paraense de 27 anos diz que sua história é um dos principais motivadores na criação do trabalho.
“ECDISE” será lançado hoje, às 21h. O álbum possui ao todo 13 músicas, e estará disponível nas principais plataformas de streaming.
Acompanhe a nossa entrevista com CHAMELEO na íntegra!
Primeiramente, como você chegou ao nome artístico CHAMELEO? E como esse alter ego se liga à pessoa e ao artista Leonardo Fabbri?
CHAMELEO: Eu sempre fui apaixonado por répteis, e o camaleão em específico, que para mim é o animal mais fascinante. A capacidade que ele tem de se adaptar, de mudar de cor, de estar sempre se transformando, se regenerando… eu acho que combina muito com a minha personalidade; de estar em constante mudança e evolução. E o meu nome é Leo, o final de CHAMELEO – a pronúncia do camaleão em inglês com a junção do meu nome.
Como você chegou à sua carreira musical? Esse sempre foi o que caminho que quis seguir?
CHAMELEO: Eu tive o privilégio de sentir o gostinho de estar em um palco bem cedo. Eu entrei no teatro com 7 anos, e lá eu já sabia que era isso que eu queria fazer para o resto da minha vida. Acabei desviando um pouquinho o percurso da atuação para a música, mas que eu acho que está muito correlacionado, né, as formas de expressão artística. Mas eu sempre soube que eu queria trabalhar com arte.
Conte um pouco sobre o seu novo álbum, “ECDISE”. Quais são os temas, como foi o processo de produção, inspirações, etc.
CHAMELEO: O meu primeiro álbum se chama “ECDISE”, que é o nome do processo de mudança de pele dos répteis. Então eu queria muito trazer essa simbologia. De trocar a carcaça, de deixar para trás tudo que te puxa para baixo, medos, inseguranças, traumas. Então é um renascimento, é uma troca de pele. E nele eu conto um pouco da minha história, das minhas vivências, dos meus amores – a maior parte deles não correspondido – e falo sobre ansiedade, sobre o câncer… enfim, é um álbum muito pessoal, mas que eu tenho certeza que muita gente vai se identificar.
Seu último single lançado é “PENDEJO”. Qual é a mensagem por trás desta faixa?
CHAMELEO: Bom, “PENDEJO” fala sobre uma relação em que uma das pessoas vive uma vida dupla; o que infelizmente ainda é algo que acontece muito dentro da comunidade, por conta do preconceito, de aceitação. Então essa música é meio que falando sobre essa situação, que ainda é um tabu muito grande, mas que acontece. Já aconteceu comigo, e eu quis trazer ela em forma de música.
Você passou por um momento difícil em 2018, já que teve que passar por um tratamento de câncer, e o álbum foi inspirado em sua superação. Com isso, podemos esperar letras mais pessoais e intimistas? Você aborda esse fato no trabalho de alguma forma?
CHAMELEO: Com certeza. Como eu falei, é um álbum bem pessoal. Então, além de ter as músicas dançantes, para cima, também tem músicas que tratam de temas tabus e assuntos mais difíceis, como é o caso do câncer. Então eu abordo ele sim, porque o meu processo de ecdise começou quando eu me curei do câncer. A minha perspectiva mudou. E eu acho que é muito importante, ainda mais no meu primeiro álbum, trazer a minha história, quem eu sou como artista e como pessoa.
Além da música, você é muito ligado à moda. Como essa paixão se expressa nos seus trabalhos? Você também participa ativamente na montagem dos visuais?
CHAMELEO: Demais, eu sou apaixonado por moda. Eu acho que qualquer forma de expressão é válida, e eu usufruo de todas; porque eu acho que a cabeça do artista está sempre com milhões de ideias e coisas que, pra mim, qualquer forma de colocar pra fora é super válida. Então, a moda vem muito como um pilar para eu conseguir contextualizar melhor a minha música, a minha persona, quem eu sou, o que eu represento.
Eu participo ativamente nas montagens dos visuais. Eu tenho meu stylist – Victor Borges –, mas a gente sempre tem as reuniões juntas. Sempre estou mostrando as referências para ele, e a gente vai trocando. Então, em clipe ele me veste, mas no dia a dia, sim, eu mesmo gosto de me montar. Até porque eu já trabalhei com isso também antes da música, então é uma forma de eu juntar duas paixões numa coisa só.
Você possui parcerias com artistas como Pabllo Vittar e Carol Biazin. Você tem alguma outra colaboração em mente, ou alguma “parceria dos sonhos”?
CHAMELEO: Bom, agora com o meu álbum a gente vai apresentar 6 feats, né, 6 participações de artistas que já são um sonho para mim, um sonho estar fazendo música com eles. Eu estou muito realizado de ter grandes nomes, um time de peso apoiando o meu primeiro álbum, o meu primeiro trabalho. Pabllo Vittar, Carol Biazin, Johnny Hooker, Konai, Number Teddie e Alice Caymmi. Então no momento eu acho que eu estou muito bem de feats! [risos]
Normalmente, como é o seu processo de criação? Como ele foi impactado durante a pandemia?
CHAMELEO: Varia muito. Eu acho que para criar, a gente tem que estar no estado de espírito. Para a criatividade, para realmente transformar uma ideia, um conceito, em uma música. Então varia muito, principalmente de acordo com o meu emocional, as coisas que vão acontecendo na minha vida.
E eu acho que impactou um pouco sim. Porque durante a pandemia, eu que já sou um pouquinho ansioso [risos], isso se intensificou um pouco mais. E eu gosto de falar que a ansiedade me corrói, mas ela também me inspira muito. É uma forma de eu conseguir canalizar e botar para fora também.
Você é uma das apostas do pop brasileiro. No momento, qual são seus principais objetivos relacionados à carreira?
CHAMELEO: No momento eu só quero lançar esse álbum, colocar no mundo esse trabalho que eu tenho me dedicado praticamente 24h do meu dia. Então, eu só quero colocar ele no mundo; e eu espero muito que as pessoas se conectem com ele, se relacionem com ele. Porque esse para mim é o principal objetivo: é tocar as pessoas, é ser uma referência pra pessoas que se identificam comigo, e alcançar o maior número de lugares, de espaços possíveis. Fazer muito show, agora com a turnê do álbum, e emocionar as pessoas, tocar as pessoas da mesma forma que outros artistas me tocam e têm um impacto tão grande na minha vida pessoal e na minha carreira. E, enfim, esse é o meu maior objetivo sempre.
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