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Diga não à intolerância musical – Lollapalooza

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Mais uma edição do Lollapalooza aconteceu. Um festival de estruturas gigantescas realizado em São Paulo nos dias  28 e 29 de março e que atraiu um mar de gente. Posso falar do Lolla com propriedade pois eu mesma já participei das edições de 2013 e 2014. Mas então porque eu não fui na edição de 2015? Simplesmente porque o line-up não me pareceu tão interessante assim e para muitas outras pessoas também não. Aparentemente o festival não estava sendo condizente com a proposta do festival.

Mas então qual é a proposta do Lollapalooza? Segundo o próprio site BR do festival, quando Perry Farrell, líder da banda Jane’s Addiction criou o festival, ele não rotulou com um só tipo de música. O que acabou acontecendo com o festival foi que bandas pouco conhecidas aproveitavam o público para poder se popularizar. O que nunca foi um problema, certo? Errado. O público brasileiro é realmente um público difícil de se agradar (diga-se de passagem as reclamações sobre o line-up do Rock in Rio). Como disse anteriormente, o Lolla esse ano não me pareceu tão atraente assim, apesar da presença de Robert Plant e Bastille no mesmo lugar. Mas não estamos aqui para falar da minha preferência musical. Eu não gostei e não fui. Simples. Assisti os vídeos dos artistas que me interessaram e dos que pouco conhecia. Valeu mais a pena do que ir até o festival em si (vou contar pra vocês que ir para um festival de música é um teste físico dos mais puxados).

Mas que mais me surpreendeu (durante e depois do festival) foram as críticas PESADAS em relação a algumas atrações. O próprio festival NÃO tem um estilo musical definido. As pessoas deveriam ter percebido isso ao notar que Pharrell e The Smashing Pumpkins tocariam no mesmo lugar. Sem contar no massacre que foram as críticas sobre as bandas brasileiras que estavam lá, nos representando (e com respeito, diga-se de passagem, Pitty, D2 e Far From Alaska e sim Banda do Mar, porque pasmem, música brasileira também tem vários estilos).

 


O grande problema que enfrentamos hoje é a falsa soberania de alguns nomes na música e de alguns estilos. Gente, vamos aprender a abrir o coração e a mente para novos estilos? VAMOS. Os clássicos existem sim, e devem ser respeitados, mas esperar que só existam bandas do seu estilo favorito e do nível que você acha que é de qualidade em um festival é meio desnecessário viu gente? Cheguei a ver gente dizer que ‘quem gosta da banda ‘X’ é porque tinha algum tipo de problema ou não tinha maturidade suficiente para apreciar música’ (um tiro doeria menos do que esse comentário).

Esse tipo de crítica e de pensamento acaba afetando o novo mercado de músicos que vem por aí. Como uma banda/cantor pode ter segurança para mostrar o seu trabalho se ele não vai ser aceito em um festival de grande porte? Se já pode ter beijo gay na novela então poder ter bandas de estilos diferentes em festivais SIM! O show do Smashing foi muito bom, de verdade, assim como o show do Foster the People também foi: para o público deles. O show do Calvin foi muito bom, uma explosão dançante pop! E quem deve ter amado? Sim, o público dele. E pasmem: o show do Pharrell também foi um sucesso! Apesar de muita gente brincar e dizer que ele só ia tocar Happy em vários estilos, ele arrasou e mostrou que já está no meio musical a muito tempo e emplacou diversos hits, os quais ele fez questão de toca-los todos. E adivinha quem amou? O público dele!

 

Major Lazer - Reprodução Lollapalooza Brasil.
Major Lazer – Reprodução Lollapalooza Brasil.

Vamos sair dessa caixinha gente, e aceitar que música não tem forma nem padrão. Vamos respeitar a opinião do amiguinho e ficar feliz porque a banda ‘who’ que ele a-m-a (!!!) está vindo pela primeira vez pro Brasil, enquanto a sua banda favorita desde os 13 anos vai vir tocar no mesmo lugar e vocês vão poder ir até juntos, olha só que legal? Vamos parar de achar que só o que você gosta é bom e julgar os outros por gostarem de outras músicas. A música é universal e existem milhões de estilos por aí. A música nos aproxima, vamos parar de tentar privatizar esse setor tão público e exigir pré-requisitos para apreciá-la.

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