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40 anos sem Bob Marley: 5 fatos e 5 músicas para lembrar do músico

Há exatos 40 anos, no dia 11 de maio de 1981, falecia Bob Marley, cantor jamaicano que trouxe o reggae para uma esfera recheada de reconhecimento e de sucessos, no qual, marcou através de suas músicas e de fatos temporais a sua trajetória na indústria fonográfica, e mais que isso, o transformou em uma lenda imortal do gênero musical.

Por: Mariana Alves e Soraia Joffely

O artista se tornou ao longo do tempo um ícone do reggae, que usava sua a arte de fazer memoráveis canções como palco para levantar debates acerca de temas como paz, racismo, opressão, fraternidade, libertação, amor universal e igualdade social.

Trazendo sempre para discussões o orgulho pela Jamaica, seu país de origem, e todos os ensinamentos adquiridos pelo Movimento Rastafári, esse que fez parte durante toda a sua carreira.

Marley foi um difusor do ritmo musical oriundo da ilha caribenha e deixou um gigante e importante legado presente nos seus 12 álbuns. Relembre a triunfante passagem do compositor pelo mundo por meio de fatos que o consagrou em um ícone e de suas faixas que desenvolveram um estilo único que até hoje é reverenciado!

5 músicas para lembrar de Bob Marley

1. “No Woman, No Cry” –“Natty dread (1974)

“No Woman, No Cry” é uma das mais emblemáticas canções do cantor escrita em parceria com Vincent Ford e possui inúmeras regravações espalhadas mundo a fora. Por Nina Simone. Joan Baez, e o fantástico Gilberto Gil que deu voz a versão em português da música convertida em “Não Chore Mais”.

O som presente no disco “Natty dread” conta a história do maior gueto de Kingston, Trenchtown, local onde Bob e Vincent viveram nos anos de 1960 e que foi palco de inúmeras violências e esperanças para a dupla.

2. “Get up, Stand up” – “Burnin'” (1973)

Gravada em 1973 para o álbum do The Wailers, “Burnin'”, “Get up, Stand Up”  é de acordo com a revista Rolling Stone, “a canção mais poderosa da história sobre direitos humanos”.

A faixa abre o último álbum assinado por Bob Marley e Peter Tosh com os Wailers. Essa se tornou um “um grito de guerra pela sobrevivência”, no qual converteu-se em um dos destaques do disco “Live!”, de 1975, que deu a esta canção uma marca distintiva: o show em que Marley acrescentou o canto inabálavel”wo-yo-yo-yo”.

3. “I Shot the Sheriff” — “‘Burnin’” (1973)

Composta por Bob Marley e lançada no ano de 1973, “I Shot the Sheriff” foi um grande sucesso do disco “Burnin”, que retrata através de sua letra uma Jamaica que vivia conflitos políticos e que a partir do poder das autoridades sobre o seu próprio povo, acabou causando a queda do turismo no país e uma onda de violência.

Após a independência do país, a terra de Marley experimentava um atmosfera partidária dividida entre dois partidos, um de direita (JLP) partido socialista jamaicano e o PNP partido nacional popular. 

3. “Redemption Song” –“Uprising” (1979)

Produzida, gravada e composta um ano antes da morte do artista, “Redemption Song” mescla o Reggae, o Folk Rock e o Folk, sendo uma das mais diferentes sonoridades encontrada em toda a sua discografia.

A música está presente no álbum “Uprising” e foi escrita em um momento difícil da vida do jamaicano que descobriu estar com um câncer, esse que tiraria sua vida um ano depois do seu lançamento. A faixa não apresenta os The Wailers, banda que acompanhava Bob, o que protagonizou uma melodia com apenas a voz e violão do músico.

4. “Concrete Jungle” — “Catch a Fire” (1973)

“Concrete Jungle” faz parte do álbum “Catch a Fire”, de 1973. A canção abre o imortal trabalho de Bob Marley e The Wailers, material fundamental na história do reggae e invariavelmente considerado um dos maiores projetos discográficos de todos os tempos, segundo a Rolling Stone que o incluiu na lista dos 500 mais importante da música pop.

5. “Positive Vibration” — “Rastaman Vibration” (1976)

A frase “Positive Vibration” bastante usada e capturada pelo movimento rastafári no anos de 1970, acabou configurando-se em título de faixa musical do ícone do reggae presente no seu disco, “Rastaman Vibration”, de 1976, e imortalizada nos seus shows pelos dizeres: “Positive Vibration…that’s reggae music” (vibração positiva…isso é o reggae).

5 fatos para lembrar de Bob Marley

1. Exodus – álbum do século

Exodus’ foi um álbum gravado por Bob Marley & The Wailers, banda criada pelo cantor em 1962, e lançado em junho de 1977.

Em seu primeiro lançamento, o disco contava com um total de 10 faixas, que aumentou para 15 em 2001 com o lançamento da versão deluxe do trabalho.

Exodus’ foi muito bem recebido pela crítica e é lembrado ainda hoje. Em 1998, a revista TIME o considerou o melhor álbum do século XX. Em 2003, ele apareceu na 169ª posição na lista dos 500 melhores álbuns de sempre, da revista Rolling Stone.

2. Amor pelo futebol

Bob Marley sempre amou o futebol e chegou até mesmo a jogar em um time em seu país, Jamaica, chamado House of Dread. O cantor teve apenas uma passagem pelo Brasil, em 1980.

Na ocasião, ele se reuniu no Rio de Janeiro com grandes nomes da música brasileira como Chico Buarque, Toquinho e Alceu Valença, também contratados do selo Ariola no Brasil. Juntos, eles jogaram uma partida de futebol, na qual Bob saiu vitorioso.

Foto: Reprodução

3. Inspiração por trás das músicas

Bob Marley era adepto fiel do movimento Rastafári, original da Jamaica. Ele foi uma importante figura no reconhecimento internacional da religião, já que propagou muita informação sobre o assunto, principalmente através de suas músicas.

Em suas canções, ele sempre levou mensagens de paz e irmandade para toda a humanidade. Além disso, ele abordava também algumas questões políticas, principalmente ligadas a discriminação racial.

Uma das maiores motivações para essa abordagem política em seu trabalho como cantor foi o tempo que ele passou na prisão detido por porte de maconha.

Durante esse período, ele conheceu diversos prisioneiros e acabou criando fortes conexões com eles, o que o incentivou a escrever músicas que abordassem tais reflexões.

Foto: Reprodução

4. One Love – música do milênio pela BBC

O legado e o talento de Marley continuaram a ser honrados mesmo após a sua morte. A música ‘One Love‘, presente no álbum ‘Exodus‘, foi considerada pela BBC como a música do milênio.

A canção também foi eleita como a melhor da Jamaica, em 2009, em um ranking que reuniu as 100 melhores músicas entre os anos 1957-2007.

5. Ordem ao Mérito Jamaicana

Um mês antes de sua morte, em 1981, Bob Marley recebeu a Ordem ao Mérito Jamaicana, o terceiro título mais importante de distinção no país.  

Em 1980, Bob descobriu um câncer de pele maligno, que acabou se espalhando por várias partes de seu corpo. Ele decidiu seguir seu tratamento na Alemanha com um médico naturalista. Entretanto, quando seu quadro de saúde já estava irreversível, ele decidiu que voltaria para Jamaica, pois queria passar seus últimos dias com amigos e família.

Porém, durante a viagem ele teve uma complicação e precisou ser internado em Miami, onde acabou falecendo.

O artista sempre valorizou e honrou muito a cultura do seu país, tornando-se inclusive uma das maiores referências do reggae no mundo. Seu talento e a obra de sua vida serão sempre lembrados e celebrados entre os fãs e admiradores da música.

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Foto: Divulgação

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