Prestes a lançar o seu próximo álbum, o Bastille conversou com o Tracklist em entrevista para contar mais detalhes de “Give Me The Future”. O disco será lançado no dia 4 de fevereiro e já conta com vários singles divulgados, como “Distorted Light Beam”, “No Bad Days”, “Shut Off The Lights”, entre outros.
Com uma pegada bem futurística, o álbum promete uma aventura para o ouvinte. Pelo menos foi o que o vocalista, Dan Smith, adiantou para nós nesta entrevista. Ele também contou algumas curiosidades da produção do disco e trajetória da banda. Leia a entrevista com o Bastille na íntegra abaixo!
Entrevista com o Dan Smith, do Bastille
TRACKLIST: Olá, Dan! Como vai?
DAN: Vou bem e você?
TRACKLIST: Tudo certo, obrigada! Nós queremos saber mais sobre o novo álbum e, para a primeira pergunta: eu assisti aos vídeos de bastidores dos singles já divulgados, e vocês estavam tão felizes gravando o disco! A banda é sempre criativa assim? Qual foi a sua parte favorita gravando “Give Me The Future”?
DAN: É uma pergunta muito boa! Acho que o fato de ele ser colaborativo foi bem divertido. Foi bem diferente, sabe? Nós tivemos que fazer boa parte do álbum via Zoom. Eu escrevi algumas músicas com amigos via Zoom, durante a quarentena. Porém, poder estar na mesma sala com um monte de gente foi maravilhoso. É uma grande honra poder tocar com músicos que são brilhantes no que fazem.
Ter todos os integrantes da banda (de quando se apresenta ao vivo) cantando “Shut Off The Lights” foi muito divertido. Porque há tantos bons amigos com quem trabalhamos por anos, mas eles nunca estiveram em um álbum com a gente antes. Isso foi muito engraçado.
E eu me lembro quando Riz Ahmed mandou seu áudio verso para a canção “Promisses”, o quão legal foi escutar aquilo pela primeira vez! Porque eu acho que ele fez um trabalho tão incrível e eu amei demais aquela faixa. Eu estava aqui imaginando como seria; ouvir e perceber como estava brilhante foi muito legal. Eu me lembro, tipo, ouvindo no meu celular. Foi emocionante.
TRACKLIST: Essa é a sua música favorita no “Give Me The Future”?
DAN: Talvez, porque não sou eu cantando! (risos).
TRACKLIST: Certo! E qual é a primeira impressão que você quer que os fãs tenham ao ouvir pela primeira vez o novo álbum?
DAN: Eu adoraria que eles ouvissem o álbum todo na sequência, para sentir que é como uma jornada, uma aventura, que seja animador, surpreendente, e que te mande para algum lugar bem distante. Mas, também que te faça pensar sobre todas as coisas que falamos no disco. Para mim, fazê-lo foi legal porque teve muitos artistas, vozes e estilos musicais diferentes.
Nós falamos sobre várias coisas que eu acho bem interessantes, então espero que seja um álbum bem provocativo, mas que te faça dançar também.
TRACKLIST: O álbum todo tem várias referências à cultura pop, certo? Como essas ideias vêm à mente para escrever músicas sobre isso?
DAN: Eu sou muito inspirado por filmes, livros e cultura pop. Isso sempre foi uma parte presente nas nossas músicas, de certa forma. E, como para mim esse álbum é uma ficção científica, eu achei que uma coisa divertida a se fazer seria incluir algumas das incríveis referências desse gênero que me influenciaram e me fizeram pensar um pouco sobre o mundo.
E meio que estão alinhadas à linguagem do álbum, sabe? Acenando na direção de diferentes livros, filmes… diferentes momentos na cultura pop que pensam sobre diferentes versões do futuro de maneiras interessantes. Digo, eles fizeram esse trabalho, e representaram tão bem, então nós praticamente “emprestamos” os títulos dessas obras para ajudar a plantar pensamentos nos ouvintes em onde nós queremos chegar com isso.
Fazer o álbum foi bem divertido para reassistir e revisitar os meus favoritos de ficção científica. Foi muito inspirador.
TRACKLIST: Isso é bem legal. Se fosse para você indicar um livro ou filme para um fã de Bastille, qual seria?
DAN: Tem um livro chamado “The Overstory” (2018), que é incrível. Do autor Richard Powers.
TRACKLIST: Falando da banda hoje, quais são as principais mudanças e evoluções que você sente do Bastille do primeiro álbum para o Bastille de “Give Me The Future”?
DAN: Eu acho que, com esse álbum, nós queríamos que fosse bem colaborativo. Com o primeiro álbum [“Bad Blood” (2013)] eu o escrevi inteiro, sozinho, no meu quarto. Então, é interessante ver como as coisas progrediram. Acho que antes eu afastava as pessoas, e queria fazer tudo sozinho. Mas, agora, eu amo trabalhar com outras pessoas. Eu acho que faz a música ser mais interessante e tira um pouco da pressão sobre mim.
Espero que isso incentive a banda a fazer músicas que nós não faríamos, caso contrário. E, eu espero, que seja um caminho tanto para nós como para todo mundo.
Eu nunca pensei que chegaríamos a fazer quatro álbuns. É bem surreal!
TRACKLIST: Você acha que essa parte colaborativa vai ser o novo futuro para o Bastille e próximos álbuns?
DAN: Eu não sei. Eu acredito que o próximo álbum que fizermos vai ser bem, bem diferente. De novo. Eu amo colaborações, escrever para outros artistas… eu também ainda gosto de escrever músicas para mim mesmo. Eu acho que agora já tentamos de tudo.
TRACKLIST: E essa pandemia meio que “ajudou” a trabalhar com outros artistas ao redor do mundo, né?
DAN: É. Eu acho que é meio irônico que, nos tempos de maior isolamento que nós já tivemos, nós acabamos gravando o álbum mais colaborativo. Acho que é só porque as pessoas estão procurando por formas de interagir com outras pessoas e manter contato. Parece bem apropriado um álbum que fala sobre o futuro ter sido feito boa parte online e remotamente. Isso significa também que eu posso escrever para pessoas de Los Angeles, ou do mundo todo, que eu não conseguiria trabalhar junto se não fosse por isso.
TRACKLIST: Sobre colaborações, você tem algum artista que ainda queira trabalhar junto?
DAN: Ah, sim! Boa pergunta. Eu adoraria trabalhar com Frank Ocean, Rosalía… muitos, muitos artistas.
O Bastille é uma das atrações confirmadas no Rock in Rio deste ano no Brasil. A banda sobe ao Palco Mundo no dia 10 de setembro, mesma data que Ceelo Green, Djavan, Camila Cabello e Coldplay. Dan já havia conversado com o Track sobre suas expectativas, leia aqui!