Assim que saiu o clipe oficial de “Chandelier”, da Sia, eu pensei em fazer uma análise. Pouco tempo depois, eu descobri que o mesmo fazia parte de uma pequena trilogia que ela faria com algumas faixas do “1000 forms of fear”.
Ontem, como você viu aqui, a cantora liberou o que seria o último clipe desta trilogia e resolvi esclarecer alguns fatos aqui sobre o que eu entendi das 3 produções.
Pra quem não conhece, a Sia já faz sucesso há um bom tempo. Seu primeiro álbum foi lançado em 1997 (pois é, muito tempo) e desde então ela já era conhecida por trazer uma estética “não-convencional” tanto para sua música quanto para seu clipe. Há pouco mais de 3 anos, ela se afastou dos holofotes e deixou outros brilharem com suas músicas depois de enfrentar alguns problemas com medicamentos e bebidas. A cantora só melhorou depois de ser diagnosticada com hipertireoidismo, que a forçou se tratar.
Este tempo que ficou sem trabalhos novos foi bem produtivo para a música. A cantora escreveu hits para David Guetta, Rihanna, Katy Perry e até a rainha do Pop atual, Beyoncé.
Quando se sentiu preparada, Sia lançou seu sexto álbum. Mergulhado em melancolias, angustias e medos, o “1000 Forms Of Fear” era quase uma biografia da cantora que passou por trancos e barrancos para chegar onde chegou.
O primeiro single deste CD – e talvez maior hit da carreira dela – foi “Chandelier”, que fascinou e chocou muita gente.
Estrelado por Maddie Ziegler, a produção foi dirigida pelo parceiro de Sia, Daniel Askill, responsável por colocar as maiores loucuras da cabeça dela num clipe.
A historinha fala sobre uma menina que desde pequena já lidava com seus maiores medos dentro de casa. O cenário de tons sépia traz a ideia de uma memória distante e desbotada e a dança alterna momentos de calma e grande agitação, para simbolizar a alternância entre os momentos da vida dela.
O segundo clipe desta pequena trilogia foi “Elastic Heart”. A estrela foi mais uma vez Maddie, porém desta vez estava acompanhada do ator Shia Lebouf.
Retomando os tons sépia, desta vez o cenário era uma grande gaiola, para simbolizar a cabeça de Sia. Como foi muito comentado, a historia desta produção falava da relação entre a australiana e seu pai.
Para quem não sabia, o pai dela também teve seus problemas e os dois viveram momentos muito atribulados quando ela era menor. Phil B. Colson (o pai da Sia) também era o músico:
“Crescendo com ele eu descobri que ele tinha duas personalidades bem marcadas. Uma era chamada de Phil e a outra Stan… Phil era o melhor pai do mundo… Ele era divertido, espontâneo, presente, interessante e interessado. Quando Stan aparecia, as coisas ficavam feias.”
O clipe que fecha a trilogia é “Big Girl Cry”. Esta produção aparece em um fundo preto bem simples com uma dança que envolve somente as mãos e o rosto de Maddie.
O fato de ser um cenário simples e preto pode ser um representação da fase em que Sia atinge o “fundo do poço” em sua carreira. A ideia de que mulheres grandes também choram (tema da faixa) é repetida na música e a dança faz alusões também a algum distúrbio alimentar que ela possa ter desenvolvido antes de descobrir o hipertireoidismo.
A personagem somente consegue se conformar depois de “apanhar” de uma mão invisível (talvez uma metáfora para a vida?), quando ela chega ao topo mais uma vez fica maravilhada com o que vê.
É inegável que toda a história do CD é uma auto-biografia. Daniel Askill, Ryan Heffington e Maddie Ziegler juntamente com a própria Sia fizeram um trabalho extraordinário em levar isso para os clipes.
É claro que eles não optaram por uma linguagem tão “fácil” e tradicional, mas se fosse tradicional, não seria Sia.
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