Por Gustavo Ferreira
Dono de um dos maiores hits eletrônicos dos últimos anos, o jovem DJ e produtor Kungs concedeu uma entrevista exclusiva ao Portal Tracklist. O francês comenta suas experiências em turnê no Brasil de uma forma carinhosa e fala sobre seu mais novo lançamento: Dopamine. Confira:
Tracklist: A letra de Dopamine é muito relacionável: quando fala de não estar bem, porém estar bem ao mesmo tempo, ou quando fala de estar bem quando se está perdendo a cabeça… Você planejou esse paradoxo de estar mal e esconder isto dos outros, enquanto tenta melhorar? O que nos conta sobre essa música?
Kungs: Dopamine é uma música que escrevi em Los Angeles três anos atrás com o músico que canta na faixa, chamado J Hart. Nós a escrevemos depois de uma festa que fui, eu estava me sentindo muito sozinho e me perguntando muitas coisas sobre mim mesmo e sobre meu futuro, então queria falar sobre esse tópico. Planejei esse paradoxo de se sentir sozinho mesmo estando num lugar cheio de pessoas. Isso é algo que acontece muito com DJs, especialmente durante turnês. Mas está tudo bem, sabe?! É como a música fala: não estou bem, mas estou bem. As coisas tendem a melhorar.
Track: O clipe de Dopamine aborda esse tópico de uma forma complementar à letra: é um tipo de realidade virtual, onde uma pessoa de fora vê coisas acontecendo. Qual a mensagem deste clipe?
Kungs: No clipe, eu queria que atuar como um cara que usa a realidade virtual para escapar da sua situação real, tentando se sentir melhor com este tipo de jogo. É por isso que no começo do clipe eu pareço tão triste, e vou, gradualmente, ficando mais feliz ao logo do vídeo. Então a mensagem é de escapar da realidade, tentar se sentir melhor, encontrar a sua dopamina.
Track: As letras de suas músicas parecem ser muito pessoais. Como você balanceia as batidas eletrônicas com as emoções que você quer provocar em quem está ouvindo?
Kungs: Para fazer Dopamine, em específico, levei um ano e meio trabalhando na produção. Eu tinha a música, que só continha os vocais e me tomou um tempo justamente pois estava tentando achar um equilíbrio entre a música e os vocais. Eu não queria que fosse muito feliz ou muito triste, mas sim que passasse uma sensação nostálgica.
Track: Seu primeiro álbum de estúdio foi lançado em 2016, você já falou que tem projetos a caminho. Você tem planos de lançar um álbum neste ano?
Kungs: Eu adoraria lançar um álbum! Talvez até o fim deste ano, é o que estou tentando fazer. Acredito que lançarei um novo single em Setembr. Eu tenho muita música para lançar, muitas histórias para contar, e contá-las em um álbum seria perfeito.
Track: Você já tocou nos maiores festivais de música do mundo como Tomorrowland e Coachella. Como foi para você fazer um show para plateias tão grandes no começo?
Kungs: Foi impressionante! Eu tinha 19 anos quando toquei pela primeira vez para uma plateia tão grande. Eu estava com muito medo, na verdade. Tive pesadelos na noite anterior, e estava com medo da música parar e eu não conseguir tocar de novo (risos). Mas quando se está na frente de uma multidão de gente, você esquece de tudo e só aproveita. É o momento mais especial do mundo.
Track: Você também fez uma turnê no Brasil! Como foi essa experiência?
Kungs: Eu já fiz algumas turnês no Brasil, acho que a primeira vez que fui ao Brasil foi há 3 ou 4 anos atrás e desde então eu volto todos os anos. Neste ano, fui para o Carnaval e foi incrível! Eu amo a cultura brasileira, vocês realmente sabem como dar uma festa! Eu sempre me sinto como se estivesse em casa, vocês sempre me recebem muito bem. As plateias são sempre muito animadas. Para mim é uma honra participar do Carnaval todos os anos. Obrigado a todos os brasileiros!
Track: Sua música mais popular, This Girl, é um hit conhecido no mundo todo. Essa música é um remix de Cookin On a 3 Burners. Como você escolhe músicas já existentes e lançadas para fazer um remix e lançá-las de novo? Qual é a melhor parte de refazer a produção de uma música?
Kungs: Eu não sei ao certo, apenas sinto. Quando tocam uma música penso “eu poderia fazer algo diferente com este material, adicionar um toque meu a isto”. Apesar disto, hoje em dia, costumo focar mais em produções originais.
Track: Além de ter músicas super conhecidas, você faz turnês mundiais e já ganhou vários prêmios. Quais são suas próximas metas como um artista?
Kungs: Minha próxima meta é lançar um álbum que realmente represente quem eu sou e que crie meu universo como artista. Quero poder tocar instrumentos ao vivo no palco, quero fazer mais do que ser o DJ no palco. Ainda tenho muitas metas. Creio que ainda fiz muito pouco! (risos)