No sábado, 26 de janeiro, Belo Horizonte (MG) recebeu mais uma edição do Planeta Brasil. Realizado na Esplanada do Mineirão, o evento contou com mais de 30 atrações, que se dividiram em 4 palcos.
A principal performance do dia foi de Wiz Khalifa, que subiu ao Palco Norte às 22h30. Além dele, o festival teve shows de Seu Jorge, Raimundos, Natiruts, Melim, Djonga e outros, distribuídos em 12 horas de música.
Entre um show e outro, os fãs do Planeta Brasil 2019 também puderam curtir outras atrações. Vários patrocinadores ofereceram atividades radicais no evento, como a pista de skate e tirolesa, e até uma parede de escalada. Também estavam disponíveis as chamadas flashs tattoos, a valores promocionais.
O enorme espaço do Mineirão ainda contou com quadra de basquete, um mirante, aluguel de máquinas fotográficas analógicas e um painel para “rabiscos” do público.
Mais do que música, o evento foi um espaço para público e artistas se engajarem politicamente. Além dos discursos sobre Brumadinho, personalidades abordaram questões como a causa indígena e a atenção ao próximo. Subiram ao palco, antes e durante os shows, personalidades como Bela Gil, Minotauro, Mariana Ferrão e Edgar Piccoli.
A seguir, listamos os principais acertos do Planeta Brasil 2019, e selecionamos algumas fotos e vídeos para você curtir. Acompanhe!
5 acertos do Planeta Brasil 2019
1. Os palcos
Pode ter sido pela altura dos palcos, o espaço disponível para o público ou outra coisa. A questão é que, com a propriedade de quem já foi a vários shows no Mineirão, posso dizer que os palcos foram extremamente bem planejados. Por quê? Simples: mesmo a metros de distância, era possível acompanhar perfeitamente aos shows. Algo importante, especialmente para as apresentações no Palco Sul e Palco Norte, que juntaram maior público.
Na apresentação da Lagum, por exemplo, havia tanta gente junto ao palco quanto parecia possível por metro quadrado. Ainda assim, o visual de todo o show foi perfeito mais atrás, e o público cantava e curtia com a mesma intensidade.
Uma pequena exceção ficou apenas com a apresentação de Milton Nascimento. Afinal, por causa da idade já avançada, Milton se apresenta o tempo todo sentado. Ainda assim, os ótimos telões laterais, transmitindo quase o tempo todo os shows, permitiram que todo o público aproveitasse o cantor e seu colega de palco, Criolo, que também se apresentou sentado.
2. Preces e protestos por Brumadinho
Honrando a fama de engajados em temas importantes, Criolo e Milton Nascimento foram uns dos primeiros a tratar da tragédia recente de Brumadinho no palco. Na sexta (25/01), a barragem de rejeitos da Mina do Feijão rompeu e devastou parte da cidade mineira. Até a manhã de segunda (28/01), os números indicavam 60 mortes confirmadas e 292 desaparecidos.
Para cobrar justiça e pedir pela cidade, a ativista feminista Djamila Ribeiro subiu ao palco dos artistas. “Não é desastre ambiental, isso é crime ambiental. Acima de tudo, vamos cobrar justiça. O que aconteceu em Minas Gerais não pode ficar impune. Justiça para Mariana e justiça para Brumadinho”, disse.
Alexandre Carlo, vocalista do Natiruts, e Pedro Calais, da Lagum, foram outros que lembraram da tragédia. Durante o festival, o Mineirão promoveu a coleta de donativos para os afetados pelo rompimento da barragem.
3. A proximidade com o público
Todos os quatro palcos do Planeta Brasil 2019 ficaram incrivelmente perto do público. A impressão era de que seria fácil para um dos artistas pular para a plateia — o que, por segurança, não aconteceu. Entre todos, o palco Locals Only foi o que mais chamou atenção.
O Locals Only recebeu atrações como Jão, Cynthia Luz e Vitor Kley. Mais baixo que os outros, o stage permitiu uma interação muito intensa com o público. Sem contar que o espaço para a plateia era menor, o que reforçou o clima de intimidade entre fãs e artistas.
4. Novos sons
Comemorando seus 10 anos de existência, o Planeta Brasil investiu na curadoria de bandas e artistas. Ou seja, levou aos palcos muitos sons locais ou ainda no início de carreira.
Para as atrações, a visibilidade é enorme. Para se ter uma ideia, em 2018 a Lagum se apresentou em um pequeno show do evento. Em 2019, voltou, como uma banda reconhecida no Brasil e tocando em um dos palcos principais!
Já o público teve a oportunidade de conhecer artistas que não estavam em sua playlist. Apesar de que, muitos dos que assistiram aos shows “menores”, cantavam todas as músicas a plenos pulmões.
Em todo o caso, com a liberação do lineup do festival, no fim do ano passado, muitos fãs reclamaram. Afinal, o festival já havia trazido a BH nomes como o Guns’n Roses, Skank, Jason Mraz e Mano Brown.
Wiz Khalifa foi um dos poucos artistas internacionais do lineup em 2019. Mas quem compareceu não teve do que reclamar. Como nos primeiros Lollas no Brasil, o cenário “alternativo”, de apresentação de novos artistas, parece ter vindo para ficar no Planeta Brasil.
5. Os encontros de artistas
Uma coisa que chamou a atenção entre as atrações do Planeta Brasil 2019 foi a combinação de artistas no palco. Às vezes, de artistas que nunca haviam se encontrado, mas que “resolveram” cantar juntos. Foram nada menos do que 8 encontros programados — além de 2 surpresas.
Os encontros foram os seguintes: Milton Nascimento e Criolo; Haikaiss e Clau; Tropkillaz e Rincon Sapiência; Jorge Ben Jor e Céu; Jão e Day; Daparte e Hotelo; Vitão e Clara X Sofia; e Gabriel Elias e Breno Miranda.
De surpresa, Gabriela, do grupo Melim, subiu ao palco de Vitor Kley. Juntos, eles cantaram “Morena”, que tem Gabi em seu videoclipe oficial. Para a alegria de muitos fãs, a dupla ainda se confirmou como casal no palco, trocando carinhos em frente ao público.
Froid também cantou com Cynthia Luz.
E aí, curtiu o Planeta Brasil? Agora, resta esperar para saber o que a edição de 2020 vai trazer ao público!
*A foto de destaque deste post é de Leca Novo.