A norueguesa Sigrid apareceu no cenário musical em 2017, com seu EP de 4 faixas, “Don’t Kill My Vibe”. Desde sua estreia, a cantora já era considerada uma promissora aposta, sendo inclusive elogiada por uma de suas grandes referências, Lorde. O que logo chamou atenção foi o seu timbre de voz único, que tem uma identidade muito particular, junto as suas músicas dançantes e pop-eletrônicas. Nota-se muitas referências do r&b nas melodias de suas produções, mas o que realmente se sobressai, são as batidas dançantes e as letras muito bem escritas.
Mesmo Sigrid não tendo alcançado o topo das paradas, ela conseguiu criar uma fã-base muito fiel e reconhecimento pela crítica. O mais interessante é que se você for ouvir todos os singles antecedentes do álbum, desde sua estreia, nota-se uma coerência entre eles, e prova que a cantora sabia muito bem o que queria. Em 2018, Sigrid ganhou o BBC Sound Of Music, prêmio que já revelou grandes nomes como Ellie Goulding, Jessie J, Adele, Sam Smith e outros.
Então, após muita espera e alguns adiamentos, nessa sexta-feira (8), Sigrid finalmente lançou o seu tão aguardado álbum de estreia,“Sucker Punch”.
Sucker Punch é um álbum especial para os fãs de pop. Nele você consegue ouvir toda aquela identidade muito bem marcada do gênero, mas sem perder a essência da cantora, que tem muita influência do pop alternativo e synthpop . Além disso, uma característica bem marcante, são os refrões bem construídos, e que por isso são bem convidativos aos ouvintes cantarem juntos. Durante o disco, Sigrid consegue se desenvolver e tem bastante tempo para mostrar seu lado divertido e vulnerável. Ela consegue manter sua identidade como cantora, sem se repetir, e trazer algo sempre muito refrescante para o canário pop. Ela também se arrisca um pouco, com o objetivo de mostrar os vários nuances que sua voz pode alcançar. Atualmente o álbum encontra-se com 81% de aprovação pelos críticos, no site Metacrictic.
Confira os principais destaques de “Sucker Punch”:
BASIC
Essa com certeza é uma das músicas mais prazerosas de ouvir do disco! Em Basic, Sigrid fala sobre ser sincera e o mais simples possível com a pessoa com quem se relaciona. Em questão de sonoridade, os detalhes acrescentam muito ao decorrer da música. Como a repetição ao fundo de “na-na-na”, que acaba construindo e dando todo o ritmo e melodia do refrão. Outro detalhe que achei incrível na música, é no “pós-bridge” da faixa, quando Sigrid muda e acrescenta o som dela cantando no estúdio fora do microfone, deixando rapidamente a música dançante, em algo mais calmo e básico.
STRANGERS
Pop perfection! Lançada em 2017, a faixa se mostra resistente ao tempo. Mesmo lançada há 2 anos, ela é uma música que ainda é atual, e a cada play fica melhor! Em Strangers, todo aquele synthpop é muito bem trabalhado, ao lado de uma letra bem descritiva e que facilmente cria cenários em nossas mentes. Ao decorrer da faixa, ela entra em uma crescente, e tem um dos refrões mais dançantes e energéticos do disco. Tudo isso é reforçado por letras cantadas bem rápidas, quase como um rap. IMPOSSÍVEL NÃO SE VICIAR NESSE HINO!
LEVEL UP
A faixa é simples e curtinha, bem de transição, mas o que achei de interessante nela foi o fato de trazer uma vibe diferente para Sigrid. A cantora mostra um outro nível vocal, mais agudo, acompanhado por simples acordes de violão, o que deixa a música bem fofa e romântica. É um lado diferente e que não está presente na maioria de seu repertório.
IN VAIN
COM CERTEZA UMA DAS MELHORES DA CARREIRA! Em ‘In Vain’, a letra é muito bem escrita, onde a cantora consegue entrar à fundo em seus sentimentos mais vulneráveis. Ela descreve um relacionamento onde está tentando concertar alguém, e que não sabe até que ponto vale a pena. Em termos de produção, grande parte da música é simples, com seus vocais acompanhados de alguns acordes de guitarra, mas com o decorrer da faixa, a produção cresce e torna-se surpreendentemente grandiosa. O acréscimo de sintetizadores no final deixa o ritmo ainda mais energético. Falando sobre o seu arranjo vocal, nessa faixa ela opta por usar sua voz de forma mais áspera e roca. Ela consegue muito bem trazer essa lado de sua voz, deixando mais explícito durante o início da música. É DE ARREPIAR!
DON’T KILL MY VIBE
Não poderia deixar de mencionar a música que me introduziu à Sigrid. Essa é uma faixa que logo de início me impressionei com seus vocais “mais sujos”, dando uma identidade própria à ela. A sonoridade em si é bem energética, com mais influência do r&b na produção, mas é claro, com um refrão bem pop. Assim como suas músicas anteriormente lançadas, ela resiste muito bem ao tempo. Mesmo com o passar dos anos, a faixa ainda faz muito sentido nesse álbum, afinal foi por onde a maioria do público conheceu ela. A música tem todos aqueles elementos que amamos de Sigrid: synthpop, voz áspera, ritmo energético e melodias rápidas!
Por fim, esse é um álbum pop muito bem pensado, e que mostra que Sigrid começou a sua carreira sempre com uma identidade sonora bem articulada. Percebe-se como ela conseguiu evoluir musicalmente, mas sempre presa à sua essência, sem ficar monótona. Em todas as faixas, ela traz algum detalhe diferente às músicas. Sendo assim, é um álbum que estava sendo antecipado por um bom tempo, que particularmente criei muita expectativa, e felizmente conseguiu ultrapassar todas elas. A cantora norueguesa se expressa e desenvolve muito bem durante todo o disco, demostrou que o pop eletrônico ainda está vivo, e que nem sempre produções grandiosas são o significado de sucesso. Às vezes o sucesso está nos detalhes e criatividade. “Sucker Punch” é um prato cheio aos fãs de pop, e que nos deixa ainda mais ansiosos para o futuro da carreira de Sigrid, que começou da melhor forma possível.
NOTA: 9/10