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Review: After Laughter mostra a evolução e guinada pop do Paramore

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Nova formação e mudanças de gênero

Após quatro anos do lançamento do último disco, Paramore retoma o cenário musical como um trio. Hayley Williams e Taylor York se uniram ao antigo companheiro Zac Farro, que havia deixado a banda em 2010 ao lado do irmão Josh (ex-namorado da vocalista).

É natural que a sonoridade do grupo sofresse mudanças: não apenas pela nova formação do grupo, mas também pela necessidade de amadurecimento musical e adaptação aos novos tempos que pedem uma convergência mais ao pop (tanto atual, quanto oitentista).  Podemos traçar um paralelo com a sonoridade de All Time Low e Simple Plan, bandas que emergiram quase ao mesmo tempo que Paramore e que hoje estão muito mais voltados ao pop do que ao punk ou ao rock.

Pensando nisso, resolvemos fazer uma análise faixa a faixa do novo disco. 

“After Laughter” – faixa a faixa

Hard Times

Uma música perfeita para as pistas de dança, com sintetizadores e riff de guitarra marcante que remetem aos anos 80 e bandas como The Bangles. Também lembra o que Beck anda fazendo recentemente, mas a semelhança talvez possa ser explicada por um fator em comum: o mesmo produtor, Justin Meldal-Johnsen.

Se considerássemos apenas a letra da canção, poderíamos dizer que é bem dark (uma música que fala sobre momentos difíceis e a vontade de desistir)

Rose – Colored Boy

Essa canção, particularmente, remete ao que é produzido hoje no cenário indie pop/rock. Cairia perfeitamente bem num disco de Tegan And Sara, Chvrches ou HAIM. Mas, novamente: é uma canção com letra bem pesada (que fala de depressão e vazio) que traz outra atmosfera na parte instrumental, bem vibrante e “pra cima”.

Told You So

Com efeitos de voz, batidas marcantes e sintetizadores, a faixa continua “vibrante”. A letra revisita os momentos conturbados que passaram como banda, que levaram à saída de Zac Farro em 2010 e seu retorno atual. À época, Farro declarou que a banda era um produto pré-fabricado. “Throw me into the fire/Throw me and pull me out again (Me jogue na fogueira/Me jogue e me resgate de novo)”, Hayley canta de forma repetitiva ao longo da música. 

Forgiveness

Aqui sentimos uma quebra na atmosfera dançante, mas não tão abrupta. É uma canção que fala sobre um pedido de perdão que é recusado. “You hurt me bad this time, no coming back/And I cry ‘till I couldn’t cry, another heart attack” (Você me machucou feio dessa vez, não tem volta/ E eu choro até não conseguir chorar, outro ataque do coração) canta Hayley nos primeiros versos.

Fake Happy

Essa música é uma das grandes surpresas – positivas – do disco. Começa simples, com só voz e violão (bem minimalista) e cai em um refrão bem agitado. A letra é basicamente sobre fingir uma felicidade que não é sua (uma questão de necessidade em alguns momentos da vida).

26

Essa é uma daquelas canções que você ouve e fala: “MEU DEUS DO CÉU, EU SENTI O IMPACTO”. Uma faixa bem acústica, com violão e voz que expressa um sentimento profundo de tristeza após um término doloroso. É bela na sua simplicidade e destoa bastante das outras apresentadas até então.

Pool 

Um pouco mais experimental e marcada por teclados, a música fala do retorno a um relacionamento antigo, já fadado ao fracasso. “Como se a primeira decepção não fosse emocionante suficiente, fui mais fundo ainda pra ver o que restava de nós”, canta Hayley. 

Grudges

Ao contrário de Forgiveness, a canção mostra a faceta do perdão, porque ela simplesmente não pode continuar guardando rancor (mas, ambas são faixas dirigidas para pessoas diferentes). É positiva e a parte instrumental também se reflete assim.

Caught in The Middle

Novamente, uma faixa dançante com uma letra bem dark. Em entrevista recente, Taylor revelou que escreveu quando foi pra uma praia na Flórida, em um momento bem depressivo. A música era pra soar mais pesada (mais rock), porém o clima foi alterado para se encaixar no material.

Idle Worship

Uma música bem interessante instrumentalmente falando, com ótimos arranjos e vocal. A letra é sobre admitir seus próprios defeitos e se observar como alguém passível de fazer o outro sofrer; de se colocar longe da posição de herói/heroína da história.

“A coisa mais importante pra mim é não me pintar como uma vítima” (Hayley, em entrevista)

No Friend

Outra surpresa boa, que se desvencilha do que o Paramore já fez no passado. A faixa é cantada por Aaron Weiss, de mewithoutYou; a voz dele é propositalmente baixa e quase ininteligível em alguns momentos, o que permite vislumbrar os momentos de confusão da banda, de desentendimento. Weiss buscou referências de álbuns antigos para a letra, que conta – de certa forma – a história de Paramore.

Tell Me How

Sofrível, um verdadeiro soco no estômago. A faixa é uma ótima maneira de terminar um álbum, bem construído – lírica e instrumentalmente falando. Ao lado de 26, essa é uma das canções mais tristes do disco, que dá pra sentir tanto na letra – que também se concentra sobre um término, em que a pessoa antes conhecida se transforma em uma estranha.

Ouça pelo Spotify: 

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