A reta final do BBB22 pode não estar tão empolgante como as últimas edições, mas ainda é capaz de render engajamento entre o público na internet. Se por um lado o prêmio já parece estar “dado” para Arthur Aguiar (inclusive, algo já cogitado pelos próprios participantes após o paredão falso que trouxe o ator de volta ao jogo), existe um outro cenário criado a partir dessa mesma perspectiva: os que não querem que ele vença de jeito nenhum. E, dentre esses, é evidente que Paulo André já forma parte desse pódio.
O atleta foi considerado “planta” por boa parte do público nos primeiros dois meses do programa, não tendo grande impacto nas movimentações da casa (ou “configuração do jogo”, como estão adorando falar lá dentro nesses últimos dias). Ele só caiu na graça do público após seu breve affair com Jade Picon, também participante até ser eliminada no paredão contra Arthur e Jessilane. Foi quando fortaleceu (ainda mais) sua amizade com Pedro Scooby, protagonizando um verdadeiro bromance entre os dois.
Ainda que não tenha tido muita relevância na casa, Paulo André configura um equilíbrio no “grupo Disney” formado pelos homens do programa. Ele não carrega somente a vontade de curtir e aproveitar a colônia de férias que transformaram a casa, sentindo bastante o impacto de perder as pessoas que gosta (como foi com Jade e com Arthur). Além disso, ele não parece ter medo de bater de frente com Linn da Quebrada, até então também favorita ao prêmio, mas que parece ter perdido a força desde sua última liderança.
Quando Paulo André se tornou um favorito?
A verdade é que essa pergunta não tem resposta. Mas, se alguém ainda se lembra dos acontecimentos do BBB22, deve ter em mente que Lina foi quem indicou P.A diretamente para o paredão. Isso, é claro, após ter ganhado a desistência de Douglas, Scooby, e do próprio Paulo André.
“Mas isso pouco importa”, é o que você deve ter dito na época ou está pensando agora. “Eles deram a liderança porque quiseram”, e sim, eu concordo com você! Para nós, pouco importaria, cada um faz o que quer. Mas para um público, essa narrativa interessa e muito: o público do sofá.
Essa galera que não acompanha os perfis de fofoca do Instagram, que não acompanham diariamente o Twitter, e que trocam ideia sobre o programa na hora do almoço do trabalho ou de maneira descontraída numa mesa de bar. Pessoas que assistem o BBB casualmente, e não religiosamente. Quiçá, pessoas que acompanham o programa de maneira mais saudável que nós, para falar a verdade.
Aquela semana foi crucial para crescer não somente a popularidade de Paulo André, alvo do “grupo das comadres” desde o início do reality show, mas também de seus aliados. Já falei sobre Pedro Scooby por aqui, e como o Big Brother deixou de ser um programa sobre o prêmio, mas, sim, sobre representatividade. E, ainda que P.A não tenha sido lá a pessoa mais jogadora da edição, sua trajetória no esporte terá certa relevância caso ele chegue à final do programa.
O retorno de Arthur vai impactar seu favoritismo?
A essa altura do campeonato, é seguro dizer que a única torcida que ainda está interessada no BBB é a de Arthur Aguiar. Até certo ponto, ele foi o único que conseguiu criar diversos enredos para si e, com isso, atrair apoiadores. Se os meios os quais ele fez isso foram os melhores, é outra discussão que não nos interessa aqui. Seja por qual for o motivo, ele mereceria ganhar o programa por ter sido o único que realmente soube articular jogadas.
Mas existe um fator crucial para Arthur não conseguir uma paixão tão avassaladora como foi o caso de Juliette no BBB21, por exemplo. Aqui, vamos aos fatos: Arthur não tem uma personalidade carismática. Ele não deixa suas emoções fluírem com naturalidade, embora sinta muita coisa. Raiva, desespero, alegria. Ele sequer consegue esboçar um sorriso. Tudo é sobre seu medo de sair da casa, e, até aí, o BBB de fato é um lugar seguro em que ele não precisa lidar com qualquer coisa que estão falando sobre ele, apenas especular.
De mocinho a vilão?
Isso pode ser visto como um problema, ou uma solução. Não que um paredão falso tenha sido a melhor ideia do mundo da produção do programa, mas já foi o suficiente para fazer com que os rapazes da casa batam cabeças entre si. A última formação de paredão, nesta sexta-feira, deixou isso evidente. Arthur está mais preocupado que demonstrem a ele a famigerada “lealdade” que ele tanto oferece, mesmo não tendo nenhum risco nesse momento – ainda que seja indicado.
Paulo André, ao lado oposto, se preocupa com Arthur, mas racionaliza mais quem de fato tem riscos de sair, e está mais condizente com o que se espera de uma final. Seus bate-bocas podem ser difíceis de entender por sua pouca habilidade oratória, mas pelo menos soa mais real do que os passos milimetricamente coordenados pelo ator, agora seu aliado.
Se existe uma torcida capaz de tirar o favoritismo de Arthur, poderia ser a de Paulo André. Tanto pelas porcentagens baixíssimas de votação em todas as vezes que foi ao paredão, beirando os 5% tal qual Scooby, quanto pelo desejo de não ver o ator se tornando campeão.
E, se hoje a torcida de Arthur está sendo a mais engajada nas votações e definindo esse funil, fica mais evidente que Paulo André será o último da lista a ser eliminado – isso, se for.