Number Teddie lançou, nesta quarta-feira (31), o seu álbum de estreia, denominado “poderia ser pior”. O projeto toca em diversos temas pertinentes à Geração Z, a qual o artista faz parte.
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O projeto é cercado por uma sonoridade pop punk e uma estética indie. Nas letras, o cantor e compositor apresenta um lado mais melancólico e cru. Entre as faixas, há “poderia ser pior”, que dá nome ao disco e também introduz o ouvinte ao clima do trabalho. Em “bom ator”, que conta com a participação de CLEO, o artista exibe uma mensagem mais existencialista.
Dias antes do lançamento do álbum, Number Teddie cedeu uma entrevista ao Tracklist, onde falou sobre o projeto, sua carreira como compositor, influências, planos futuros e mais. Confira!
Acompanhe a entrevista com Number Teddie na íntegra
Você está prestes a lançar o álbum “poderia ser pior”. O projeto traz um retrato da Geração Z em sua sonoridade, mensagens e tópicos abordados. Nesse sentido, o disco aborda vários tópicos sensíeis – como saúde mental e máscaras sociais. Para você, qual é a importância de trazer esses temas já no seu primeiro álbum de estúdio?
“Pra mim, pessoalmente, fazer o álbum foi uma parada totalmente terapêutica e curativa mesmo, sabe? Eu não pensei em como poderia reverberar fazendo. Agora, pensando, eu acho muito importante falar sobre esses assuntos nas músicas, por a gente estar numa geração completamente estragada da cabeça! Não está tudo bem e falar sobre isso abertamente faz parte da cura e do autodescobrimento”.
Quais foram as principais influências e inspirações para o trabalho, tanto na questão de sonoridade quanto nos visuais?
“Sonoramente, é tudo que eu gosto: do rock ao country e baladas orquestrais. Eu gosto muito de rock e da euforia do rock e a gente, por exemplo, fez a guitarra andar pelo disco em quase todas as faixas. Nos visuais, eu procurei contar uma história desde a primeira capa de single até a capa do álbum. Na capa de todos os singles, eu estou sorrindo e olhando pro nada e na capa do álbum, eu estouchorando numa parede de várias fotos minhas, como se a pessoa dos clipes fosse uma pessoa paralela a mim, como se fosse um ‘ídolo'”.
“Nos clipes, eu procurei estar muito maquiado e em situações inusitadas, como se eu fosse um ator que tá interpretando esse personagem, sabe? E no clipe de ‘bom ator’, a gente fecha essa narrativa de estar completamente substituível pro público, porque no clipe já estão procurando outro ator pra fazer o Number Teddie, mas eu sou o Number Teddie. Faz sentido?”
Um destaque do disco é a faixa “bom ator”, que conta com a participação de CLEO. Como surgiu a colaboração, e como foi o processo de produção da música?
“O empresário da CLEO foi também preparador vocal do disco, então ele ouviu e falou que achou a cara dela. Ele mostrou pra ela e ela amou e a gente se conheceu, nos demos super bem e a música casou muito com o que ela representa também. O processo de produção foi incrível, eu e o Gorky e o Zebu nos divertimos muito fazendo cada arranjo e cada guitarra, mas posso dizer que essa foi a música mais dificultosa de eu escrever no disco, não sei por quê [risos]”!
Na sua opinião, quais músicas mais se destacam em todo o disco? E por quê?
“TODAS! [risos] É um disco que conta uma história, ele se costura por inteiro e acho que todas são destaques, pra ser bem meu puxa saco mesmo. Minha favorita é “Mickey”, porque eu acho ela muito, mas MUITO mesmo pessoal pra mim”.
Em 2020, você lançou o EP “Eu Nasci um Fantasma”. Qual seria a principal diferença entre esse projeto e o seu primeiro álbum oficial, “poderia ser pior”?
“A diferença é que o álbum é bom e o EP não [risos]. Mas, falando sério, acho que absolutamente tudo. Tudo mesmo. Da minha voz à produção das faixas. O que não muda é a sinceridade”.
Como começou sua carreira artística? Seguir esse caminho sempre foi um sonho?
“Eu comecei a cantar com 3 anos de idade. Eu era a criança que dizia que não precisava estudar matemática porque ia ser um cantor famoso. Depois disso, eu comecei a fazer teatro, mas eu sempre levava música pro teatro, até que, com 19 anos, eu comecei a postar cover no Soundcloud usando o nome Number Teddie (porque eu não queria que as pessoas da faculdade e trabalho descobrissem que era eu) e, depois, comecei a botar a cara a tapa, até que o Gorky (que é meu produtor e hoje melhor amigo) me descobriu por esses clipes que eu fazia e me chamou pra trabalhar”.
Você possui um histórico de composição para outros artistas, como Pabllo Vittar, Urias e CHAMELEO. Já que esse é um processo diferente do que escrever letras para projetos próprios, o que você leva em consideração na hora de compor músicas para outras pessoas?
“Saber a verdade do artista e o que ele quer dizer. Conversar e conhecer ele mesmo. Eu amo conversar por horas com quem eu estou escrevendo, acho que flui melhor e encaixa tudo melhor e eu consigo contribuir bem mais pro processo”.
Com quais artistas você gostaria de trabalhar ou sonha em colaborar?
“BABYMETAL, Manu Gavassi, Matuê e BABYMETAL de novo”.
Para finalizar, quais são seus planos para os próximos meses? Há planejamentos para shows ou outros trabalhos na música?
“Eu vou tocar no Rock in Rio, no dia 9, e quero conseguir fazer shows e mais shows por aí. Já comecei a escrever o segundo disco e, sinceramente: só quero trabalhar e ter mais gente curtindo meu trabalho”.
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