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Nina Fernandes comenta “Arroz Com Feijão”, estudos e inspirações

Nina Fernandes, com apenas 19 anos,  já é uma das apostas da nova cena musical brasileira. Depois de sucessos como “Cruel” e “Beijo” que já foram parar nas produções de televisivas “Tempo de amar” (2018) e “Malhação” (2019) respectivamente. Ela lança o Clipe da deliciosa “Arroz Com Feijão” sua parceira com o Duo OutroEu. Com uma melodia gostosa de se ouvir e refrão marcante, mas com letra que retrata um amor incerto, a música tem um clipe com um final surpreendente.

Confere aqui nosso bate-papo com a Nina Fernandes!

Então, vi você comentando que o “Digitando…” está mais moderno em comparação com seus outros trabalhos, você acha que essa “modernização” está refletida no clipe de “Arroz Com Feijão?

Bom, eu acho que “Arroz Com Feijão”  acaba seguindo um pouco a linha que eu tenho tentado seguir com as outras músicas trabalhadas, de ter um rigor estético uma preocupação com a direção de arte, fotografia, brinca com essa coisa da fantasia, do lúdico de ter uma narrativa, acho que em relação ao outros clipes, esse é o que mais conta uma história, o clipe tem pequenos esquetes dentro que juntos formam uma história inteira.

E exigiu que eu fosse atriz por um momento e o Mike também, para a gente chegar depois num gran finale inesperado assim. Talvez moderno, mas talvez esteja mais dentro mais dessa lógica da fantasia, do lúdico e de ter um final um pouco mais cômico do que se espera.

E ainda sobre o clipe, como foi esse processo? Tanto de gravação do clipe quando da construção do conceito dele? Que plot twist maravilhoso, inclusive!

Foi muito divertido, assim, na verdade o roteiro é do meu pai, que trabalha nessa área de cinema, e ele fez junto com a pródigo films, essa produtora maravilhosa que abraçou a ideia e com o André Godoi que é um diretor que eu amo de paixão e sempre tive o sonho de trabalhar, e foi bonito pra mim porque acho que toda vez que a gente faz algo no áudio visual a gente descobre uma coisa diferente e eu tenho descoberto que o universo cinematográfico me agrada muitíssimo.

Foi meio louco a gente pensar nessa ideia porque eu acho que é uma ideia um pouco ousada, de fato, quando a gente assiste o clipe a gente não espera que o final vai ser daquele jeito.

Mas eu acho que conversa com que eu quero comunicar porque  “Arroz Com Feijão” parece uma música toda fofinha e astral, mas no fim das contas ela é uma música um pouco triste porque a gente tá falando de uma relação que não têm um amor muito recíproco, né? É uma coisa meio sofrência. Então, eu resolvi contar essa história de diferentes interpretações de uma maneira divertida.

Você tem 19 anos, quase uma adolescente ainda, tem algum artista desses da atualidade, que fazem sucesso nos charts e com os adolescentes, que você considera inspiração?

Acho todo mundo que tá na cena musical hoje em dia me inspira muitíssimo, os próprios meninos da OutroEu, assim como Melim, Tiago Iorc, Anavitória. São todos que estão nessa cena da MPB e estão abrindo portas muito bonitas. Todo mundo acaba servindo de inspiração por estar no mesmo meio.

Acho que talvez minha maior inspiração de todas seja Marisa Monte, pela estrutura de carreira, pela forma evidente como ela ainda é relevante na nossa música, eu sempre me inspiro muito nela apesar de saber que não somos contemporâneas, ela tinha a minha idade quando explodiu na década de 90.

E internacional?

Eu acho que hoje em dia minha maior inspiração é a Aurora, uma cantora Norueguesa. Sou apaixonada por ela, ela tem um som diferente que mistura elementos. Todo um visual, ela conta uma história mesmo. Ela tem uma cara muito linda, um cuidado enorme de estética.

As músicas contam mesmo histórias e ela mistura coisas que eu gostaria de misturar nessa próxima etapa do meu trabalho. Ela faz essa junção entre o cenário musical moderno com uma coisa muito orgânica do folk, da bateria, de uma música quase apoteótica, medieval.

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💅🏻🎨🖤🐺☁️ @auroramusic is the sweetest!

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Você está se graduando em produção fonográfica, né? Da uma dica aqui pra todos os universitários desesperados desse Brasil, como que você organiza seu tempo entre compor, gravar, fazer shows pelo país etc como sua rotina de estudante?

(Risos) Olha, eu acho que eu acabo tendo muita sorte porque eu to cursando uma faculdade que tem muito a ver com o que eu gosto de fazer da minha vida, acho que não tem como pensar na minha carreira sem pensar em produção musical e talvez essa tenha sido minha maior descoberta no processo de composição do “Digitando…” porque eu entendi que é muito importante para um artista estar ligado no universo da produção e me apaixonei por isso, faço em casa, imagino minhas músicas, eu mesma com meu computador e isso me dá uma liberdade muito grande.

O bom é que seu TCC pode ser sobre teu próprio trabalho!

Sim! Eu acho que hoje em dia o que o artista mais quer é poder pegar sua produção botar em baixo do braço e levar pra onde ele quiser, fazer o que ele quiser, e no meio musical a gente tem muito ego envolvido. Então, às vezes, é difícil para um produtor ou artista ceder espaço. Eu acho que música é uma coisa muito pessoal, às vezes o artista sabe exatamente o que quer fazer, mas não tem as ferramentas e hoje em dia, no mundo moderno, quase todo mundo tem.

Então, dói [balancear os estudos e trabalho] mas eu quase não percebo a dor porque que sei que estou estudando para uma coisa que me ajuda muito é claro que em alguns momentos é difícil, mas a gente tem que ter o entendimento de pensar “Isso vai me ajudar muito, preciso estudar isso”

E sendo jovem assim, você ainda tem uma longa carreira pela frente. Com isso em mente, tem alguma mensagem/tema que você ainda não cantou sobre, mas tem muita vontade?

Um tema? Que difícil! Acho que de forma geral, não sei se vou ser genérica falando isso, mas eu acho que to mudando um pouco a linguagem na hora que eu quero falar sobre determinadas coisas.

A mudança que tenho reparado na minha composição é que eu to querendo ser mais direta sobre meus sentimentos, e acho que isso ajuda porque a gente acaba comunicando de uma forma mais acessível o que a gente sente.

Eu sempre gostei muito de falar sobre relacionamentos, é um universo legal de explorar, mas no caso de “Digitando…” eu me desafiei também nesse sentido, além de falar de uma forma acessível quis falar de temas que não sejam apenas desse universo de relacionamentos, falar de tempo, admiração, ansiedade, trabalho…

Por último, eu conversei com alguns fãs seus antes da entrevista e eles pediram para perguntar como você está se sentindo, como toda essa repercussão que seu trabalho vem tendo, com música na malhação, shows em vários festivais pelo Brasil…

Que bom! Eu to muito feliz, acho que não tem emoção que se compare a essa de você ouvir uma música sua na TV, porque você tem a dimensão de que aquilo é maior do que seu quarto, maior do que o papel que você escreveu a música, maior até do que aquela tela do telefone! Vai para um outro patamar.

Então, eu fico muito feliz, muito emocionada, nunca eu imaginei que essas coisas iam acontecer comigo, ainda mais de uma forma tão rápida assim, né? Eu fico muito realizada, inclusive, de saber que tenho fãs que falam com vocês sobre isso. É tudo muito bonito.

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