As 30 melhores músicas nacionais e internacionais de 2024

Por Isabella Zeminian, Mariana Alves e Vitória Roque – O ano de 2024 trouxe diversas novidades interessantes para o mundo da música. O Tracklist aceitou, então, o desafio de selecionar as melhores músicas nacionais e internacionais de 2024. Veja as listas abaixo!

Observação: A lista inclui trabalhos lançados entre os dias 1º de janeiro e 1º de dezembro de 2024. Os títulos foram escolhidos a partir da opinião dos redatores e da equipe do Tracklist, além de considerar a opinião da crítica especializada.

As 15 melhores músicas internacionais de 2024

15º – RM – “LOST!”

RM, rapper e líder do BTS, aproveitou os meses antecedentes ao seu alistamento no exército sul-coreano para embarcar numa jornada de experimentação e descoberta musical. O resultado disso é o álbum “Right Place, Wrong Person”, que apresenta uma verdadeira experiência sonora, e que traz gratas surpresas como “LOST!”, a faixa-título do projeto. Com uma sonoridade marcada pelo pop alternativo, Kim Nam-joon constrói uma narrativa comum à juventude, expondo pensamentos duais: o sentimento de se sentir perdido somado à esperança que nasce na incerteza.

14º – Tyler, The Creator feat. GloRila, Sexyy Red & Lil Wayne – “Sticky”

Em outubro deste ano, Tyler, The Creator lançou seu aguardado oitavo álbum de estúdio, que recebeu o título de “CHROMAKOPIA”. Há muito o que dizer sobre o novo projeto do artista – e parte do mérito disso está em faixas como “Sticky”. Produzida pelo próprio rapper, a construção da parte instrumental é relativamente simples, e poderia, talvez, tornar-se esquecível. Mas a música de southern hip hop alcança um patamar especial com os enérgicos versos do artista, que são completados com as mais que bem-vindas participações de GloRilla, Sexy Redd e Lil Wayne.

13º – Linkin Park – “The Emptiness Machine”

O retorno do Linkin Park à cena musical foi marcado por partes iguais de animação e incerteza. “The Emptiness Machine”, o primeiro single da nova era do grupo, foi também o primeiro lançamento a incluir os vocais de Emily Armstrong. E o trabalho mostrou que não havia motivo para preocupação: aqui, os artistas apresentam uma clássica faixa de hard rock e alternativo, com vocais explosivos e um instrumental frenético. Mas, se o sucesso da canção diz algo, é que o Linkin Park ainda tem muito o que oferecer como uma banda.

12º – LISA feat. Rosalía – “NEW WOMAN”

Investida em sua carreira solo, LISA se juntou a Rosalía nessa parceria divertida, que ressalta a capacidade combinada das duas artistas de visitar territórios experimentais e alcançar bons resultados. “NEW WOMAN” junta o inglês e espanhol para passar uma mensagem de renovação e auto conhecimento em versos como “Chegando, de cara lavada, um dia novinho em folha”. A batida envolvente e a química entre LISA e Rosalía fazem de “NEW WOMAN” uma verdadeira celebração feminina.

11º – Olivia Rodrigo – “obsessed”

Poucos artistas conseguem incorporar tão bem seus pensamentos e emoções em suas músicas como Olivia Rodrigo. Com “obsessed”, em especial, a jovem cantora e compositora convida os ouvintes a passear por suas inseguranças e (não tão) secretas obsessões que se escondem em sua mente. A faixa é apressada, urgente e até mesmo irregular; conforme a artista canta, seu tom fica progressivamente mais desesperado e quase maníaco – é estranhamente cativante e viciante. Rodrigo consegue capturar com louvor a atenção do público; e, em alinhamento com o restante da era “GUTS”, ela o faz com uma boa dose de pop punk.

10º – Bruno Mars & Lady Gaga – “Die With a Smile”

“Die With A Smile” é uma colaboração inesperada, mas que no final fez total sentido – a ponto de ser eleita uma das melhores músicas de 2024. A faixa mistura as melodias emotivas de Lady Gaga com as influências do R&B clássico de Bruno Mars, criando uma balada romântica e dramática. A química entre os dois artistas é inegável e a produção sofisticada garante que a música tenha um toque moderno sem perder a referência aos duetos dos anos 70.

A letra, que fala sobre dois amantes querendo aproveitar seus últimos momentos juntos, traz uma beleza melancólica, com ambos os cantores se destacando em seus vocais. No final, a explosão com a guitarra adiciona um toque especial, quebrando a suavidade da balada e trazendo um elemento experimental à canção.

9º – Sevdaliza feat. Pabllo Vittar & Yseult – “ALIBI”

“ALIBI”, de Sevdaliza com Pabllo Vittar e Yseult, é uma fusão sensual de gêneros que explora a energia feminina de forma única. A música, que já viralizou globalmente no TikTok antes de seu lançamento, combina elementos de baile funk e reggaeton, criando uma atmosfera envolvente. Com três nomes de peso, a faixa se torna uma poderosa celebração de experiências compartilhadas, especialmente a forma como cada artista traz sua personalidade e range vocal para a canção. O destaque fica para Pabllo Vittar, que criou um contraste interessante entre o lado mais grave de sua voz com os seus já conhecidos agudos.

8º – Ariana Grande – “we can’t be friends (wait for your love)”

O “eternal sunshine” foi um álbum muito esperado pelos fãs de Ariana Grande, e “we can’t be friends (wait for your love)” é um dos grandes triunfos do 7º álbum da cantora. Com elementos de synth pop, essa balada de batida casual coloca sua voz e letra em primeiro plano, permitindo diferentes emoções e níveis de identificação para quem escuta. O single veio ainda acompanhado de um clipe que completa a experiência da letra, enquanto também ressalta as habilidades de Ariana na atuação.

7º – Beyoncé – “TEXAS HOLD ‘EM”

“TEXAS HOLD ‘EM” foi lançada em fevereiro como o pontapé inicial do “Renaissance Act II”. Afastando-se da sonoridade dance/club do “Renaissance”, Beyoncé revisitou a sonoridade explorada em “Daddy Lessons”, do icônico “Lemonade”, ao mergulhar de cabeça no country e revisitar suas raízes texanas. “TEXAS HOLD ‘EM” ressalta a participação de artistas pretos na construção do country à medida que relembra que esse é um estilo que também convida a dançar, como acontece em bares de country com o tradicional line dancing. Os seus vocais poderosos, no entanto, não negam a trajetória de popstar traçada por Beyoncé até aqui.

6º – Charli xcx – “Von dutch”

“Von Dutch” resume o espírito disruptivo do álbum “Brat”, de Charli xcx. A música é um pop dançante com camadas experimentais que se destacam em sua estrutura, muito bem produzida por Finn Keane. Ela traz influências de sua veia vanguardista, com momentos que alternam entre a construção e a destruição melódica.

Charli mantém sua essência ao explorar uma abordagem mais acessível para o ouvinte “comum”, mas sem abrir mão do impacto e da explosão nesse primeiro single da era “Brat”. Esse movimento abriu os horizontes para que o álbum fosse tão bem recebido, marcando um novo capítulo na sua trajetória como ícone do pop alternativo.

5º – Sabrina Carpenter – “Espresso”

“Espresso” combina a energia de um hit viral com mais sustância, ou seja, um pop elaborado e com referências. Sabrina Carpenter entrega uma faixa animada perfeita para o verão, conquistando as playlists mas que vai além da superficialidade dos “hits de TikTok”. A música resgata elementos nostálgicos do pop com uma produção que equilibra diversão e qualidade técnica. O flerte fofo que Sabrina propõe, com uma abordagem de temas muitas vezes vistos como tabu, é uma característica marcante do seu estilo. Como uma das melhores músicas de 2024, “Espresso” exemplifica bem essa transição entre leveza e complexidade, provando que a era dos virais pode oferecer músicas frescas, animadas e com um toque de ousadia, sem deixar de ser cativante.

4º – Twenty One Pilots – “Next Semester”

Neste ano, o duo americano Twenty One Pilots (formado por Tyler Joseph e Josh Dun) apresentou seu sétimo álbum de estúdio, “Clancy” – um dos trabalhos mais sólidos e coesos da banda até então. Em seus melhores momentos, o título traz faixas como “Next Semester”, uma música que mistura os versos melódicos de Tyler a berros que dão força para a canção; tudo abarcado por um instrumental de pop rock, marcado pela forte presença de Josh na bateria. A música traz um clima animado e despreocupado, mas apresenta, ao mesmo tempo, uma composição que detalha sentimentos sombrios dos intérpretes.

3º – Billie Eilish – “BIRDS OF A FEATHER”

Em seu terceiro álbum, “HIT ME HARD AND SOFT”, Billie Eilish trouxe uma bagagem de acertos e aclamação da crítica e do público – dentre eles, “BIRDS OF A FEATHER”, faixa que foi um dos maiores sucessos do disco, mesmo não sendo inicialmente lançada como single. A batida leve e a letra romântica fez da música um sucesso, ultrapassando até mesmo as músicas de trabalho “LUNCH” e “CHIHIRO”. Na canção, Elish se mantém fiel à sonoridade bedroom pop que a trouxe até aqui, apostando em músicas com produções mais pessoais, que trazem um tom intimista e ressoam facilmente com o seu público.

2º – Kendrick Lamar – “Not Like Us”

“Not Like Us” reflete a habilidade de Kendrick Lamar em criar narrativas complexas dentro de uma única faixa. A música traz versos ácidos e um refrão chiclete que se fixa na memória do ouvinte. Além da construção musical, a faixa se destacou por sua relevância no contexto da briga pública entre Kendrick e Drake. A resposta incisiva de Kendrick ao rapper canadense, carregada de provocações líricas, reafirmou Lamar como um dos maiores letristas da atualidade.

1º- Chappell Roan – “Good Luck, Babe!”

Em meio a uma recente onda de incertezas no pop e um cenário que nos apresentou novos nomes promissores, Chappell Roan foi uma das artistas que mais se destacou no ano. “Good Luck, Babe!” encabeça a lista das melhores músicas internacionais de 2024 por trazer uma junção de acertos combinados, desde a sonoridade que desafia o pop polido e refinado de artistas mainstream, até a honestidade brutal da letra.

O single trata de um relacionamento entre duas meninas, falido pela falta de coragem de uma delas em assumir sua sexualidade e os desafios de se manter no armário nesse contexto. “Você precisa parar o mundo para parar o sentimento”, Chappell Roan canta com a honestidade e os falsetes essenciais na receita de um smash hit, juntando representatividade lésbica a uma sonoridade crucial para o atual momento do pop.