Por Isabella Zeminian, Mariana Alves e Vitória Roque – O ano de 2024 trouxe diversas novidades interessantes para o mundo da música. O Tracklist aceitou, então, o desafio de selecionar as melhores músicas nacionais e internacionais de 2024. Veja as listas abaixo!
Observação: A lista inclui trabalhos lançados entre os dias 1º de janeiro e 1º de dezembro de 2024. Os títulos foram escolhidos a partir da opinião dos redatores e da equipe do Tracklist, além de considerar a opinião da crítica especializada.
AS 30 MELHORES MÚSICAS NACIONAIS E INTERNACIONAIS DE 2024
As 15 melhores músicas nacionais de 2024
15º – Pedro Sampaio – “POCPOC”
“POCPOC” reafirma a marca registrada de Pedro Sampaio: criar músicas vibrantes que se tornam trilhas sonoras instantâneas para festas. A faixa mistura elementos do funk e da música eletrônica, mantendo um ritmo contagiante e cheio de energia. Pedro aposta em batidas ousadas e em um refrão fácil de memorizar, garantindo o apelo popular sem abrir mão da criatividade.
14º – Samuel Rosa – “Rio Dentro do Mar”
“Rio Dentro do Mar” é uma das canções de trabalho do disco “ROSA”, primeiro trabalho solo de Samuel Rosa após o fim do Skank. O violão refinado com a percussão e teclados estabelecem o tom romântico e doce da música. Combinado com os instrumentos poderosos, a letra explora as dores da ausência da pessoa amada e a urgência de se sentir completo ao tê-la por perto, como de certa forma acontece com as correntes formadas dentro do mar, retratadas nessa canção como uma espécie de “Rio Dentro do Mar”. É uma faixa que apresenta o novo momento do artista sem deixar de lado a sua essência, já conhecida por trabalhos clássicos de seu repertório.
13º – Jão – “O Triste É Que Eu Te Amo”
Com uma abordagem dramática e confessional, “O Triste É Que Eu Te Amo” explora as contradições do amor de forma intensa. Jão combina sua habilidade vocal com uma produção que amplifica a carga emocional da faixa. O resultado é uma balada pop que dialoga com sentimentos universais, conectando-se diretamente com seu público. A música se destaca como uma das mais marcantes de sua discografia, consolidando sua posição como um dos principais nomes do pop brasileiro contemporâneo.
12º – Gaby Amarantos & Banda Uó – “Me Libera”
“Me Libera” resgata a energia e nostalgia da música original – interpretada pela Banda Djavú – mas com um toque de frescor proporcionado por Gaby Amarantos e Banda Uó. A faixa traz de volta aos holofotes uma música que marcou uma geração e apresenta o tecnobrega a novos públicos. É uma celebração da música brasileira, combinada com uma performance cheia de carisma. O retorno da Banda Uó, aliado à força de Gaby, reforça a importância de preservar e reinventar estilos fora do eixo tradicional.
11º – Luísa Sonza & KayBlack – “Sagrado Profano”
“Sagrado Profano” é uma das músicas bloqueadas de “Escândalo Íntimo”, lançada com outras três faixas inéditas em maio deste ano. Fundindo a sonoridade pop de Luísa Sonza com o rap romântico de KayBlack, a faixa conta ainda com batidas de funk e reafirma a sua dualidade ao tratar de duas diferentes facetas de um amor: a parte sagrada e a profana. “Me encontra em todo mundo, procura e me destrincha a fundo / Me diz qual amor não é confuso, minado, inseguro”, por exemplo, são versos que mostram a sensualidade e o desejo envolto por insegurança que “Sagrado Profano” quer transmitir.
10º – Ebony – “24hrs”
Ao longo de sua carreira, Ebony tem se consolidado como uma potência de seu gênero, navegando pela cena do rap com um senso de confiança inabalável e autenticidade – e “24hrs” não é exceção. Na produção, ela aproveita uma situação pessoal – o término de um relacionamento – para entregar rimas afiadas e provocantes. Para isso, ela utiliza um beat simples, porém poderoso e ressonante, que apenas reverbera a mensagem da faixa.
9º – Jota.pê e Gilsons – “Feito a Maré”
“Feito a Maré” é um dos grandes destaques do disco “Se o Meu Peito Fosse o Mundo”, de Jota.pê – artista que também se destacou no ano. Ele mistura, aqui, seus imponentes vocais aos do grupo Gilsons. Assim, eles entregam uma faixa de grande riqueza rítmica e lírica que apresenta uma atmosfera harmônica – mas, apesar da aparente suavidade, esta é uma faixa impetuosa e arrebatadora, como uma grande maré, classificando-a, com maestria, como uma das melhores músicas de 2024.
8º – Liniker – “CAJU”
A faixa-título do álbum “CAJU” abre a vulnerabilidade da cantora em um equilíbrio perfeito entre suas carências e amor próprio na letra, embalados por elementos dramáticos da música, como os efeitos sonoros de aeroporto, que remetem simultaneamente à liberdade e o medo de partir. A grandiosidade da faixa mora na serenidade no início, que cresce no refrão juntamente ao questionamento: “Que vai me esperar em casa? / Polir a joia rara, ser o pseudofruto, a pele do Caju?”. A balada é apoiada pelos sintetizadores, piano bateria e percussão lindamente produzidos por Iuri Rio Branco, que também assina composição ao lado de Liniker nessa faixa, além também dos produtores Fejuca e Gustavo Ruiz.
7º – Os Garotin – “Calor do Momento”
O trio gonçalense Os Garotin – formado por Anchietx, Cupertino e Leo Guima – teve um ano e tanto. Com um som que mistura soul, R&B e MPB, o trio foi rapidamente alçado ao cenário mainstream da música brasileira, conquistando, inclusive, uma indicação ao Grammy Latino de Artista Revelação e outras categorias. A canção “Calor do Momento”, de seu álbum de estreia, sintetiza a identidade artística do grupo até então: é uma canção irresistível e liricamente rica, que fala sobre paixão, beleza e desejo.
6º – Gloria Groove – “Nosso Primeiro Beijo – Ao Vivo”
É amplamente conhecido que Gloria Groove é um dos nomes mais interessantes do pop brasileiro atual. Mas em 2024, apesar do grande sucesso neste cenário, a drag queen decidiu se aventurar em um novo gênero: o pagode. “Nosso Primeiro Beijo”, principal single do projeto “Serenata da GG, Vol. 1”, não só provou sua competência em uma nova área como conseguiu se tornar, em pouco tempo, um destaque em sua discografia. Com a faixa, que traz uma atmosfera romântica, Gloria Groove provou-se uma verdadeira camaleoa musical.
5º – AJULIACOSTA – “Você Parece Com Vergonha”
Desde sua estreia oficial em 2020, AJULIACOSTA tem se lançado, degrau a degrau, na cena do rap brasileiro. Neste ano, especialmente, a artista paulista se destacou entre os nomes do gênero, lançando projetos como “Você Parece Com Vergonha”. Em versos rápidos e uma interpretação tranquila, ela simula perfeitamente um conselho que poderia ser dado a uma amiga – mas que, aqui, ela oferece aos ouvintes. A canção encaixa, ainda, no trabalho geral de AJULIACOSTA, que ficou conhecida por seus versos que abordam a vida cotidiana.
4º – Fresno – “Diga Parte Final”
“Diga Parte Final” é o desfecho de uma trilogia iniciada pela Fresno em 2021 com “Diga, Parte I” e sucedida por “Diga, Parte II” em 2022. Na parte final, a história enfim ganha um último capítulo, com a participação de Filipe Catto, parceria que acerta em trazer a intensidade. Faixa da segunda parte do álbum “Eu Nunca Fui Embora”, há uma aura melodramática em “Diga Parte Final”, ressaltada pelo violão e a bateria imponente, que combinadas com os vocais de Lucas Silveira e Catto, passam a mensagem certeira sobre a dor do fim e as emoções intensas que o acompanha.
3º – Pabllo Vittar – “São Amores”
Revisitando um clássico do forró, Pabllo Vittar entrega uma versão atualizada de “São Amores” que exalta – mais uma vez – a sua capacidade de criar hits para as pistas. Com um instrumental pulsante e vocais marcantes, a música conquistou espaço tanto nas festas quanto nas redes sociais, reafirmando o talento de Pabllo para unir nostalgia e modernidade. O sucesso também ressalta a importância de trazer ritmos regionais para o mainstream, conectando públicos diversos e celebrando essas culturas dentro e fora do país.
2º – Duquesa feat. Tasha & Tracie – “Disk P@#$%&”
Duquesa experimentou uma ascensão meteórica quando lançou seu primeiro álbum de estúdio, “TAURUS”, em 2023. Em maio deste ano, ela divulgou a sequência do trabalho, “Taurus, Vol. 2”, que a consolidou como um dos nomes mais empolgantes do rap brasileiro. Ela prova isso com faixas como “Disk P#&#”, colaboração com a dupla Tasha & Tracie – que, por si só, já ocupam o posto de realeza da cena feminina. Ao unirem forças, as artistas entregam um single frenético, divertido e empoderador.
1º – Liniker – “VELUDO MARROM”
O ano foi da Liniker, que não poupou afeto e metáforas exageradamente poéticas para falar de amor no seu álbum “CAJU”. Nesse sentido, “VELUDO MARROM”, primeiro lugar na lista das melhores músicas nacionais de 2024, é a síntese perfeita da grandiosidade desse disco marcado por seu passeio em diferentes ritmos, sem deixar de lado a brasilidade na sonoridade e pessoalidade das letras.
Essa faixa é marcada por sua guitarra inicial que de prontidão já apresenta o caráter confortável da música. “VELUDO MARROM” explora diferentes tons de Liniker, com uma grande explosão na virada instrumental da Orquestra Brasil Jazz Sinfônica, que aparece progressivamente e toma conta após cerca de 3 minutos da canção dentro da sua duração total de mais de 7 minutos – que combinam os instrumentos estridentes com a magnitude da letra, criando uma das hipérboles mais marcantes da música brasileira esse ano.
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