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Os 30 melhores álbuns nacionais e internacionais de 2024

O material reúne álbuns lançados entre 1º de janeiro e 1º de dezembro de 2024

Foto: Divulgação

Por Allan César, Fernando Marques e Gabriel Haguiô – 2024 foi um ano de grandes novidades para a música no Brasil e no mundo. Desde febres midiáticas, trabalhos experimentais e grandes sucessos, os últimos meses foram movimentados e repletos de ótimos lançamentos.

Como em todo final de ano, o Tracklist listou os melhores álbuns nacionais e internacionais de 2024, com o objetivo de relembrar e celebrar os principais discos do ano. Confira as listas abaixo!

Observação: A lista inclui trabalhos lançados entre os dias 1º de janeiro e 1º de dezembro de 2024. Os títulos foram escolhidos a partir da opinião dos redatores e da equipe do Tracklist, além de considerar a opinião da crítica especializada.


OS 30 MELHORES ÁLBUNS NACIONAIS E INTERNACIONAIS DE 2024


Os 15 melhores álbuns nacionais de 2024


15º – Gloria Groove – “Serenata da GG, Vol. 1 (Ao Vivo)”

No primeiro volume de “Serenata da GG”, Gloria Groove se arrisca no pagode em um projeto que amplia o seu repertório para além do pop. No disco, a artista empresta a sua voz e o talento de sua performance a alguns dos grandes sucessos do gênero com participações de nomes para lá de especiais, como Alcione, Belo, Ferrugem, Thiago Pantaleão e até mesmo sua própria mãe, Gina Garcia. O resultado é um trabalho de muita personalidade, que destaca a versatilidade de Gloria entre diferentes estilos.


14º – Ludmilla – “Numanice #3 (Ao Vivo)”

Para além de um disco, “Numanice #3” é a celebração da força de Ludmilla dentro do pagode. Nesta edição, a cantora trouxe novas faixas como “Maliciosa”, além de regravações de faixas próprias e clássicos de outros artistas, como Carol Biazin e NX Zero. O destaque é sem dúvidas, além do vocal, as letras que abordam temas do cotidiano como amor e amizade, em uma linguagem simples que nos conecta facilmente com a artista.


13º – Carol Biazin – “No Escuro”

Lançado em agosto de 2024, “No Escuro”, de Carol Biazin, é outro grande destaque deste ano. Com dez faixas, o projeto é um pouco mais introspectivo que os discos anteriores da artista, tendo uma vibe mais intimista e singular. Ao longo de todo material, Carol entrega uma produção sofisticada, com grandes vocais e uma mescla perfeita de pop com MPB e R&B.


12º – Samuel Rosa – “Rosa”

O tão lamentado fim do Skank em 2023 não impediu Samuel Rosa de continuar dando novos significados à sua música. Em junho, o cantor lançou “Rosa”, álbum que inaugura definitivamente a sua carreira solo. O disco reaproveita a essência romântica que o vocalista incorporou à banda e a destrincha à sua própria perspectiva, de uma maneira muito mais direta.

Rosa substitui as hipérboles de seus grandes sucessos para cantar sobre amores sóbrios, seja a partir da paixonite de “Me Dê Você” ou pela sinceridade brutal de “Segue o Jogo”. O trabalho não tem a intenção de romper com a sonoridade que construiu com o Skank, mas sim experimentar seguir novas direções, lírica e musicalmente, para destacar os principais talentos de Samuel como artista – em principal, a sua maior vocação: a de emocionar.


11º – Pabllo Vittar – “Batidão Tropical Vol. 2”

“Batidão Tropical Vol. 2” é o sexto álbum de estúdio da cantora e drag queen Pabllo Vittar e dá continuidade ao projeto “Batidão Tropical”, lançado em 2021. Novamente homenageando clássicos do forró e do tecnobrega dos anos 1990 e 2000, o material se destaca pela capacidade da artista de revitalizar os gêneros tradicionais da música brasileira, mantendo sua identidade pop e divertida. As faixas “São Amores” e a “Me Usa” exemplificam bem essa mesclagem, demonstrando a capacidade da cantora de trabalhar uma boa era diferente do pop atual.


10º – Céu – “Novela”

Céu, renomada cantora paulistana, lançou “Novela” em abril de 2024, após três anos sem álbuns autorais. Gravado em Los Angeles com produção de Pupillo e Adrian Younge, o disco mescla soul, reggae e influências afro-caribenhas, temperadas com a sensualidade brasileira. Faixas como “Into My Novela” e “Mucho Ôro” exibem sua veia pop e criatividade, além da produção criar uma atmosfera bem orgânica ao álbum. “Novela” reafirma Céu como uma artista capaz de utilizar sua voz e criatividade de forma única, justificando sua posição de destaque entre os melhores do ano.


9º – Yago Oproprio – “Oproprio”

O nome de Yago Oproprio não é exatamente uma novidade na cena nacional do hip-hop. O cantor conquistou seu renome entre singles autorais e colaborações com nomes como Jean Tassy, Fleezus e Murica, e assim chamou a atenção do público em vagarosos passos. Porém, foi somente com “Oproprio”, seu primeiro disco solo lançado em maio, que Yago pôde expressar a sua versão mais autêntica como artista: por meio de flows e melodias cativantes, o paulistano canta sobre as próprias vivências urbanas e explora as inspirações que variam entre o R&B, o afrobeat, o boom bap e a música latina em um dos melhores projetos do ano.


8º – Os Garotin – “Os Garotin de São Gonçalo”

Desde que se conheceram em São Gonçalo, Anchietx, Cupertino e Leo Guima fizeram da liberdade a principal força criativa d’Os Garotin, grupo que surgiu a partir da vontade de se expressarem por meio da música. “A gente nunca quis doutrinar a nossa criatividade. A nossa criatividade que manda na gente, a gente obedece ela”, contaram, em entrevista ao Tracklist.

Em “Os Garotin de São Gonçalo”, álbum de estreia do trio, os músicos exploram a trilha sonora de sua formação artística para darem vida ao seu repertório, com toques nostálgicos de R&B, soul, MPB e pop. O resultado é um trabalho descontraído e cativante, que prende a atenção dos ouvintes desde as declarações de amor de “Curva Escura” e “Calor do Momento” até as cordas, metais e teclados que permeiam a obra. É difícil imaginar um cartão de visitas melhor para Os Garotin – que inclusive conquistaram um Grammy Latino com o disco -, mas a julgar pelo talento dos três, o caminho promete seguir subindo por um bom tempo.


7º – Melly – “Amarissima”

Melly, cantora baiana de 22 anos, estreia com “Amaríssima“, lançado em maio de 2024. O álbum explora as nuances do amadurecimento, combinando ritmos brasileiros com pop e R&B. Faixas como “Bandida” e “Rio Vermelho” demonstram sua versatilidade vocal e habilidade em mesclar gêneros. A produção incorpora elementos do pagodão baiano e afrobeats, resultando em uma sonoridade rica e envolvente.


6º – Matuê – “333”

Nos últimos anos, Matuê foi um dos principais responsáveis por fortalecer o trap na música nacional e estabelecer um espaço próprio para o gênero, fosse explorando novas tendências ou dando visibilidade ao estilo. Com “333”, porém, o artista segue por outro caminho: ao invés de dar continuidade à fórmula que o consagrou, o rapper mergulha na experimentação para dar vida às músicas de seu novo álbum.

Ainda que as batidas cativantes continuem a dar o tom aos seus flows em canções como “Crack com Mussilon” e “1993”, são nos momentos que Matuê decide dar um destaque maior às instrumentações que o disco brilha. Em “O Som”, guitarra, bateria e sintetizadores se unem em uma sonoridade psicodélica; já na faixa-título, o baixo guia um dos momentos mais simbólicos da obra. Em muitos sentidos, “333” é um inspirador fôlego criativo para o trap brasileiro, e um importante amadurecimento artístico na carreira de Matuê.


5º – Jota.pê – “Se o Meu Peito Fosse o Mundo”

Um dos melhores discos do ano, que foi reconhecido com três Grammys Latinos em 2024, “Se o Meu Peito Fosse o Mundo” é o trabalho mais intimista e introspectivo de Jota.pê. Flutuando entre emoções profundas e reflexões do cotidiano que podem parecer mais simples, o artista consegue conectar o trabalho de forma coesa e com uma qualidade absurda de produção. As colaborações com Xênia França e Gilsons enriquecem ainda mais o projeto, que já tem vida própria e foi extremamente bem recebido pelo público.


4º – MC Hariel – “Funk Superação – Ao Vivo”

MC Hariel entrega em “Funk Superação – Ao Vivo” um trabalho que vai além da música, transformando suas letras em um reflexo de superação e resiliência. Gravado ao vivo, o álbum captura a energia e a conexão do artista com seu público, criando uma ambientação de troca e aprendizado. A seleção das faixas passa por produções que destacam os pontos fortes de MC Hariel, abordando temas como fé, luta e sonhos. Destaques como “A Dança”, com Gilberto Gil, e “Vida Louca, Bela e Curta” mostram a habilidade de Hariel em conectar o funk com narrativas reais e emocionais.


3º – Duda Beat – “Tara e Tal”

“Tara e Tal” é o terceiro álbum de estúdio da cantora pernambucana Duda Beat, lançado em abril de 2024. Mais ousado e inovador que os anteriores, o disco é dividido em duas partes temáticas: “Tara”, que explora o desejo e a tensão sexual, e “Tal”, que aborda a paixão frustrada e a melancolia.

Um dos pontos fortes do projeto é a versatilidade e sofisticação. A obra passeia por gêneros como pop, eletrônico e ritmos brasileiros e, ao mesmo tempo, mantém a característica emotiva e melancólica de Duda.

Tudo é fresh e nostálgico, mostrando a capacidade da artista de se reinventar após ter sido colocada na caixa de “pop sofrência”. Faixas como “Saudade de Você” e “Night Maré” nos recordam o quão boa é contribuição de Duda ao cenário do pop nacional.


2º – Duquesa – “Taurus, Vol. 2”

Há algum tempo, as rimas de Duquesa estão entre as mais afiadas em todo o rap brasileiro. A cantora, porém, atinge um novo patamar em “Taurus, Vol. 2”, seu trabalho mais perspicaz até aqui: o álbum lançado em maio é um retrato fiel de suas habilidades como rapper dos flows às composições, mas também uma prova imponente de sua força no cenário nacional.

Ao longo das músicas, a rapper baiana versa sobre os próprios luxos e vivências, ao mesmo tempo que canta sobre o cenário do hip-hop no Brasil. “Ilari, lariê, oh-oh-oh; o seu rapper não é um gênio, ele só copia flow”, ironiza em “Turma da Duq”, faixa em que brinca sobre fãs de artistas masculinos que questionam seu talento. Duquesa responde com a inteligência e a cadência de poucos nas rimas; canções como “Disk P@#$%&” e “Purple Rain” destacam a sua versatilidade para soar agressiva ou melódica, enquanto produções como “Tá Eu e a Nicole”, e “Pose” são a cereja do bolo. Em um meio que ainda oferece visibilidade e investimento desiguais para as mulheres, o trabalho de Duquesa é um frescor inspirador para o rap brasileiro.


1º – Liniker – “Caju”

Em mais de uma ocasião, Liniker contou que a ideia por trás de “Caju” surgiu a partir da terapia: a artista declara que foi questionada pela própria analista se o seu medo de dirigir, na verdade, não seria “um medo de dirigir a própria vida”. Em seu segundo disco solo, a cantora assume o volante e desfruta de sua liberdade criativa para dar voz à própria coragem. Enquanto rompe fronteiras musicais e se aprofunda em seu lado mais artístico, o álbum dialoga sobre amores, poesias e carências com o toque autêntico que somente Liniker consegue acrescentar à sua música.

Em “Caju”, vencedor da lista de melhores álbuns nacionais de 2024, a cantora veste suas composições em diferentes roupagens, em uma dosagem muito bem equilibrada entre a experimentação em novos gêneros e as tendências comerciais do momento. Se em músicas como “Veludo Marrom” e “Ao Teu Lado” Liniker decide mergulhar no sentimentalismo por meio de orquestras românticas, em “Tudo” e “Febre” a artista aposta em ritmos populares para cantar sobre seus amores e escancarar sem medo as próprias carências.

“Caju” é um balanço inspirador entre o experimental e o comercial, dois mundos que na maioria das vezes se distanciam na indústria. Durante anos de carreira, Liniker conquistou renome suficiente para experimentar como bem entendesse, mas o trabalho também reafirma o potencial que a sua voz tem de atravessar multidões de modo tão singular. É simbólico que “Caju” possa amadurecer como ambos: o seu projeto mais criativo e uma febre instantânea na música brasileira.


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