Por Allan César, Brenda França e Vitória Roque – O ano de 2023 foi marcado por diversos lançamentos marcantes, revelações e retornos explosivos no mundo da música. E, com isso, decidimos colocar na balança os principais destaques! O Tracklist escolheu os 30 melhores álbuns e EPs de 2023, em uma lista que se divide duas partes: 15 nacionais e 15 internacionais.
Observação: A lista inclui trabalhos lançados entre os dias 1º de janeiro e 1º de dezembro de 2023. Os álbuns foram definidos a partir da opinião dos redatores e da equipe do Tracklist, além de considerar a opinião da crítica especializada.
OS 30 MELHORES ÁLBUNS E EPS DE 2023
Os 15 melhores álbuns e EPs internacionais de 2023
15º – Jung Kook – “GOLDEN”
Entre os sete integrantes do grupo sul-coreano BTS, Jung Kook é o que possui mais afinidade com o gênero pop. Isso foi provado em julho com a faixa “Seven (feat. Latto)”, que marcou o debut oficial do artista como solista. Dois meses depois, ele continuou sua ascensão ao estrelato com “3D”, sua parceria com Jack Harlow.
Mas foi seu álbum de estreia, “GOLDEN”, que cimentou o status do cantor como uma estrela pop. Lançado em novembro, o projeto inclui a suntuosa “Standing Next To You”, acompanhada de uma performance igualmente deslumbrante. Com interpretações em inglês, vocais versáteis e um repertório que passa por diversas vertentes do pop, Jung Kook faz uma estreia estrondosa.
14º – Mitski – “The Land Is Inhospitable and So Are We”
Mitski sempre foi conhecida por suas composições melancólicas e sua abordagem poética e particular em temas como amor e autorreflexão. No álbum “The Land Is Inhospitable and So Are We”, lançado em setembro, esses aspectos ainda estão profundamente presentes – mas em uma roupagem diferente.
O seu antecessor, “Laurel Hell”, incorporou elementos da EDM, synth-pop e rock eletrônico, resultando em um produto glamoroso e intenso. Em certos pontos, o novo disco da artista apresenta uma antítese ao projeto anterior, baseando-se na sonoridade folk e orquestral. Profundo, soturno e direto, “The Land Is Inhospitable and So Are We” alcança seu ápice em momentos como “My Love Mine All Mine” e “I Don’t Like My Mind”.
13º – Bad Bunny – “nadie sabe lo que va a pasar mañana”
O cantor porto-riquenho fez história em seu último álbum “Un Verano Sin Ti”, lançado em 2022, que se tornou o disco mais ouvido da história do Spotify em julho deste ano. Seu sucessor, “Nadie Sabe Lo Que Va a Pasar Mañana”, lançado em outubro, explora o seu lado mais confessional junto a sua potência em produção.
Com 22 faixas e mais de 1h20 de duração, o cantor premiado com o Grammy explora o rap, o hip-hop e o dance, além de trazer também seu trunfo no reggaeton. Apesar da resistência dos ouvintes brasileiros, Benito segue enquanto um dos maiores artistas do mundo no que tange seus recordes individuais nas plataformas de streaming – sendo “Nnaie sabe lo que va a pasar mañana” a maior estreia do ano no Spotify.
12º – NewJeans – “Get Up”
Desde o seu debut em 2022, o NewJeans chama a atenção não somente da indústria do K-pop, mas de todo o cenário pop atual. Faixas como “Attention”, “Hype Boy” e “Ditto” se destacaram por seu frescor e referências aos anos 2000, gerando uma identidade nostálgica e charmosa para o quinteto.
Em julho deste ano, o girlgroup alcançou um nível ainda maior com o lançamento de seu segundo EP, “Get Up”. As produções nostálgicas ganharam ainda mais brilho com o uso de ferramentas como os sintetizadores. A presença de canções como “Super Shy” e “ETA” resulta em um projeto brilhante, adorável e irresistível – e constroem expectativas para a divulgação de um futuro álbum de estúdio completo.
11º – Paramore – “This Is Why”
“This Is Why”, o sexto álbum de estúdio da banda estadunidense Paramore, chegou em fevereiro – cerca de seis anos depois de seu lançamento mais recente até então, intitulado “After Laughter”. Além de determinar o retorno do grupo após um longo hiato, o disco também marca a volta do baterista Zac Ferro, que havia deixado a banda em 2010.
No novo projeto do trio, as composições são fortemente influenciadas pelos sentimentos criados durante a pandemia de covid-19 – característica evidenciada em músicas como “The News” e a faixa que dá nome ao álbum, “This Is Why”. As produções de pós-punk, pop punk e rock alternativo são relativamente simples, porém notáveis; e as mensagens abordadas causam uma identificação por parte do público, o que torna o trabalho ainda mais pessoal.
10º – Agust D – “D-DAY”
Em abril, Agust D (pseudônimo de SUGA, membro do BTS) apresentou seu álbum de estreia. O rapper já havia utilizado o pseudônimo para divulgar suas duas mixtapes: “Agust D”, de 2016; e “D-2”, de 2020. Mas seu mais recente trabalho, intitulado “D-DAY”, representa simultaneamente o encerramento de uma trilogia e um renascimento – já que o disco marca sua estreia oficial como solista.
Assim como nos outros projetos do artista, “D-DAY” possui um lado feroz, agitado e inconformado. Essa faceta se constrói em faixas como “Haegeum” e “Polar Night”, que apresentam comentários sociais afiados; e “HUH?!”, parceria com j-hope, seu colega de grupo. No entanto, diferente dos lançamentos anteriores, o álbum também se aprofunda em reflexões pessoais, suavidade e aceitação. Neste ponto, o destaque vai para a crua e angustiante “AMYGDALA” e a confortante “Snooze”, que possui participação de WOOSUNG e do falecido compositor Ryuichi Sakamoto.
9º – Janelle Monáe – “The Age of Pleasure”
Sempre como uma estética bem amarrada, em seu quarto álbum de estúdio, Janelle Monáe não faria diferente. Na era “The Age Of Pleasure”, Monáe deixa toda a ciência e tecnologia da sua era anterior no passado, passando a incorporar uma era feroz, carnal, embalado por letras de relacionamentos afrocentrados e melodias sexuais. Aqui os ritmos africanos dominam o material, e a degustação é extremamente excitante ao longo das 14 faixas do projeto, um dos melhores álbuns de 2023.
8º – Troye Sivan – “Something to Give Each Other”
Como o nome mesmo sugere, “Something to Give Each Other” é um disco livre, no qual Troye Sivan explora abertamente suas aventuras sexuais, indo além do conservadorismo. O material é de longe o mais maduro do artista, no qual ele consegue mostrar sua evolução gradual em termos de letra, produção e melodia, apresentando a quem escuta um Troye confiante. Além disso, o uso de samples no projeto é algo usado com muita maestria, como por exemplo de “Shooting Stars”, do Bag Raiders, em “Got Me Started”.
7º – Doja Cat – “Scarlet”
Controversa e talentosa na mesma medida, 2023 foi o ano do tão esperado novo disco de Doja Cat após o sucesso de “Planet Her” (2021). “Scarlet“, que trabalha o rap e hip-hop, desafiou as críticas especializadas e traçou uma nova fase da artista em mais uma reinvenção.
O quarto álbum de estúdio da artista conta com 17 faixas inéditas em um pano de novas experimentações paralelas ao pop reconhecido do seu antecessor. Há canções boom-bap dos anos 90 e faixas mais voltadas para os raps da contemporaneidade, além de letras provocantes características do rap e hip-hop.
6º – Kali Uchis – “Red Moon in Venus”
Com uma mistura de pop com R&B, o terceiro disco de estúdio de Kali Uchis é sem dúvidas um dos mais aclamados do ano. Experimental e ao mesmo tempo nostálgico, Kali invoca energias que só ela tem, criando um ambiente místico em canções que falam de amor e suas múltiplas vertentes. O conceito é tão amarrado que logo você compra a ideia e o conceito do projeto, permeando-o como um dos melhores álbuns de 2023. Destaque para a faixa “Moonlight“, eleita a melhor música internacional de 2023 segundo o Tracklist.
5º – Miley Cyrus – “Endless Summer Vacation”
Lançado em março deste ano, “Endless Summer Vacation” marca um momento de vulnerabilidade de Miley Cyrus. O lead single, “Flowers”, que conta com diversas referências sobre o divórcio da cantora com o ator Liam Hemsworth, conduziu o projeto que também explorou sua autenticidade através do rock, do pop e do country.
O projeto ainda conta com a participação de Sia no pop “Muddy Feet” e Brandi Carlile, em “Thousand Miles“, além de demonstrar força nas baladas “Jaded” e “River”, que dão protagonismo para a voz singular de Miley.
4º – Lana Del Rey – “Did you know that there’s a tunnel under Ocean Blvd”
Conhecida por seus álbuns intimistas, Lana Del Rey volta a explorar o que faz de melhor em “Did you know that there’s a tunnel under Ocean Blvd”, seu nono álbum de estúdio. A cantora e compositora, que é um dos maiores ícones do gênero que se consagrava através de confissões intimistas e delatoras, mostra, mais uma vez, sua capacidade em reforçar sua identidade única através de suas composições e melodias – que contam com produção de Jack Antonoff.
Dentre colaborações com nomes como Jon Batiste, Father John Misty e Bleachers, um dos destaques do trabalho é a faixa “A&W“, considerada uma das melhores músicas internacionais de 2023 pelo Tracklist.
3º – Karol G – “MAÑANA SERÁ BONITO”
A colombiana Karol G lançou este ano o “MAÑANA SERÁ BONITO”, seu quarto disco de estúdio. Positivo, diverso e repleto de parcerias, incluindo com Shakira na faixa “TQG“, o material firma Karol G como uma representantes mais fiéis da cultura latina da leva atual de artistas do segmento. O forte do projeto, sem dúvidas, são as melodias que transcendem qualquer barreira linguística.
Além de entregar um dos melhores álbuns de 2023, Karol G desembarcará no Brasil no ano que vem. A cantora trará a turnê de “MAÑANA SERÁ BONITO” em uma apresentação única em maio, em São Paulo.
2º – Victoria Monét – “JAGUAR II”
Se antes muitos conheciam Victoria Monét pelas suas composições para outros artistas, com o “JAGUAR II” a artista se desassocia desse espaço e passa a ocupar o seu próprio, com um material robusto e de múltiplas texturas.
Forte nome nas categorias do Grammy de 2023, o “JAGUAR II” possui 11 faixas e se sustenta música por música graças às produções sofisticadas que misturam referências clássicas e atuais, além de vocais potentes e que te prendem facilmente.
1º – Olivia Rodrigo – “GUTS”
Sucedendo seu disco de estreia, “GUTS”, de Olivia Rodrigo, reforça os motivos pelos quais a norte-americana se tornou uma das grandes referências dessa geração. Ainda investindo em uma narrativa intimista e de pano confessional, “GUTS” também trouxe uma nova Olivia através de experimentações que ressaltam seu trunfo: sua capacidade em combinar a rebeldia juvenil com ardores genuínos de uma geração..
E não é à toa: “Vampire”, seu lead single, consagrou Olivia Rodrigo como a artista mais jovem a debutar três canções no topo do Billboard Hot 100 e hoje soma mais de 600 milhões de streams no Spotify. Do pop punk aos intensos acústicos, “GUTS” sustenta o argumento que levou a cantora ao prestígio de artista revelação do Grammy Awards de 2022, é parte coerente de uma jornada de autodescoberta de um dos principais nomes atuais e o conjunto o coloca no topo da lista de melhores álbuns de 2023.
O que achou da lista? Concorda com a seleção das melhores álbuns e EPs de 2023? Acompanhe o Tracklist no X/Twitter, Instagram e TikTok, e veja o nosso especial de fim de ano:
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