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#TBTrack: “Cerimonials” é a viagem angelical e mística do Florence + The Machine

"Cerimonials" Florence + The Machine

Florence + The Machine é conhecida principalmente pelo estrondoso hit “Dog Days Are Over” do álbum debut “Lungs”. A banda poderia parar por aí, mas, acaba mostrando seu imenso potencial com o segundo álbum “Cerimonials”, lançado há exatamente 10 anos atrás. Ele mostra a capacidade da banda de transitar entre o indie e o mainstream: ao mesmo tempo que as músicas podem ser escutadas em uma festa indie na Augusta, também podem estar tocando em forma de remix em uma festa na Vila Madalena.

"Cerimonials" Florence + The Machine
Foto: Divulgação

“Cerimonials” contou com a produção de Paul Epworth, que já havia trabalhado anteriormente com a banda, assim como ajudou em trabalhos de Adele e bandas como Coldplay e Foster The People. A entrega foi um pop barroco e indie, que acaba conversando com músicas e artistas da mesma época ou que surgem pouco depois: Lana Del Rey, Lorde e Marina (and The Diamonds, na época) são exemplos. O álbum também rendeu várias comparações com a cantora Kate Bush.

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A sonoridade conta com muita bateria e elementos mais pesados, ao mesmo tempo que equilibra com backing vocals angelicais e o som de harpas. Soa realmente como algo sagrado, ainda mais levando em conta a voz de Florence Welch. Os visuais não fogem muito: os clipes sempre parecem cenários fora desse mundo que vivemos. Uma sonoridade que junto dos visuais invocam e remetem ao barroco. Principalmente nas performances ao vivo.

Performances ao vivo

Florence sempre aparecia nos shows com vestidos longos e brilhantes, algo meio fada, meio “faço parte de uma família real”. Performances que tiveram bastante destaque durante essa era foram as do MTV Unplugged (que acabou também virando um álbum) e a do tradicional Royal Albert Hall.

Foi ainda com esse álbum que a Florence + The Machine veio pela segunda vez ao Brasil. A banda trouxe a turnê para nada mais nada menos que o Rock in Rio. Não somente o Rock in Rio, como teve espaço no Palco Mundo. Foi uma performance energizante em que todos da plateia sabiam todas as músicas da banda, surpreendendo até mesmo quem não conhecia muito. Emocionante de assistir.

O álbum assim como o “Lungs”, também chegou a atingir a primeira colocação nas paradas britânicas na sua semana de estreia. Foi a primeira vez que a banda chegou a entrar no top 10 da Billboard, conseguindo um alcance que ainda não havia conseguido com um álbum antes.

A era da Florence + The Machine contou com cinco singles: “Shake It Out”, “No Light, No Light”, “Never Let Me Go”, “Spectrum (Say My Name)” e “Lover to Lover”.

Remixes e a popularização de músicas da Florence + The Machine

É sempre interessante observar que algumas das músicas da banda acabam caindo no gosto do público geral, como foi com “Dog Days Are Over” e com “Shake It Out” e “Spectrum (Say My Name)” nesse álbum. As duas ganharam bastante repercussão através dos remixes feitos para elas, chegando a tocar bastante em baladas mais normativas – onde não se espera tocar Florence. No caso de “Spectrum (Say My Name)”, o responsável por populariza-la foi Calvin Harris, que deu uma vibe ainda mais dançante:

O remix abriu de certa forma portas para o que viria em breve à se tornar uma música do DJ e produtor: “Sweet Nothing”, cantada por Florence Welch.

“Cerimonials” e seus reconhecimentos

“Cerimonials” rendeu alguns grandes frutos à Florence + The Machine para além de lugar nas paradas. O álbum acabou aparecendo em algumas listas de melhores álbuns de 2011 e recebeu indicações ao Grammy, concorrendo como “Best Pop Vocal Album” e teve “Shake It Out” indicada à “Best Pop Duo/Group Performance”. Infelizmente, não levou nenhuma das categorias.

Visão geral

Depois do “Cerimonials”, viria ainda em 2015 o seu sucessor “How Big, How Blue, How Beautiful“, que fazia uma certa mudança de chave. Enquanto os visuais e sonoridades pareciam mais livres, algo como um amanhecer, as letras ainda pareciam mais escuras e sombrias.

“Cerimonials” foi sem dúvidas um álbum importante tanto para a própria banda, quanto para a música num geral. É um álbum em que provam que são muito mais do que “Dog Days Are Over” e que estão ali para ficar. Acabam furando mais uma vez a bolha do indie e explorando outros universos. Ainda do expoente de sua sonoridade, acabaram Tendo inspirados alguns artistas que vieram depois e isso acabou até mesmo recaindo na moda, na qual as pessoas se vestiam de uma forma mais sombria, mas ao mesmo tempo meio mística.

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