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Entrevista: OUTROEU lança “Pra Vida Inteira” e anuncia álbum para julho

Após três anos do lançamento do primeiro disco, os meninos da OUTROEU deram, nessa sexta-feira (22), o primeiro passo em direção ao lançamento do seu mais novo trabalho; a música “Pra Vida Inteira” chega como o primeiro single do segundo álbum da dupla.

O lançamento sucede o EP “Encaixe”, lançado em junho de 2019, que também ganhou uma versão acústica no fim do ano passado. Já no ano de 2020, OUTROEU também aparece como participação especial na versão acústica de “Nuvens”, interpretada pelo cantor Gabriel Gonti.

O novo álbum, “O Outro É Você”, inicialmente tinha previsão de chegar neste mês de maio, mas os planos da dupla foram postergados por conta da pandemia do coronavírus. Apesar de ainda não ter data de lançamento definida, a obra deve chegar em julho de 2020 trazendo 11 canções autorais.

Decidimos lançar ‘Pra Vida Inteira’ antes do nosso novo álbum. Essa música veio de um jeito lindo… Em seguida, foi encaminhada ao tempo e aos bons ventos, que nos fizeram arranjar/produzir com pessoas muito queridas. Tudo feito com muito carinho e atenção, de um jeito até bem artesanal. Esperamos que chegue de um jeito lindo nos ouvidos de todos. Com vocês, ‘Pra Vida Inteira’!

O clipe conta com a produção da Alive Produção de Filmes e direção de Fernando Hideki, confira:

“Pra Vida Inteira”, já disponível em todas as plataformas digitais, é uma parceria de composição entre Mike Tulio e Ana Caetano (ANAVITÓRIA). A canção foi revelada há dois meses, quando os meninos decidiram apresentar uma prévia numa live do Instagram.

A dupla também promete lançar ainda nesta semana mais um clipe, mostrando um pouco do processo de gravação do novo álbum, especialmente do primeiro single.

A convite da Universal Music, o Tracklist bateu um papo com os meninos. Confira a entrevista abaixo:

Entrevista com OUTROEU

OutroEu
Foto: Divulgação

Preparados pra contar pra todo mundo que “O Outro É Você” tá chegando em julho? Um álbum novo depois de 3 anos… finalmente!

Mike: Ahh, sim! Exatamente… álbum 2!

Guto: Sim!!! Exatamente!

O Mike tem um story destacado no Instagram com essa frase faz 80 semanas! Isso sempre foi um spoiler escondido? Esse título sempre esteve definido ou vocês fizeram essa decisão com o tempo?

Guto: Cara, essa decisão…

Mike: A gente ficou muito tempo pensando no nome e passamos por vários. Aí, depois, nessa coisa do isolamento, eu fiquei isolado e o Guto também. A gente se rearranjou; “como é que vai fazer as coisas agora”, sabe?

Ficou meio nessa: “cara, e agora?”. E nesse processo de descobrir nome, descobrir coisas, a gente tava nessa… “o nome do primeiro álbum foi OutroEu. Tipo, foi um nome da gente mesmo, então acho que ia ser muito legal se fosse alguma coisa nessa vibe“.

E eu fiquei com uma coisa assim: “O Outro… o outro…”. Falei “cara, O Outro não, não vai ser legal”. Aí a gente começou a conversar sobre o momento que a gente tá, sobre o momento que a gente vem estando, né? Há um tempo assim, que é uma coisa de…

Guto: Se colocar no lugar do próximo, de empatia…

Mike: É! Uma coisa de empatia, de falar sobre a falta disso, né? Esse é o rolê que já vem há um tempo. Eu acho que a falta de empatia que a gente vê no mundo, né? Eu acho que a gente, por estar numa posição de poder proporcionar isso… proporcionar música, coisas legais, eu acho que é um privilégio muito grande que a gente não pode deixar passar, sabe?

A gente trabalha com uma coisa que a gente ama, a gente pode proporcionar coisas legais pras pessoas. E eu acho que esse nome é muito sobre o momento, sabe? E a gente queria muito falar sobre empatia, sobre essas coisas e… “O Outro É Você”! Eu acho que vem nessa vibe.

Como tá sendo a rotina de vocês durante a quarentena?

Mike: Ah, tá legal… eu tô sozinhão, às vezes eu fico meio frito das ideias, pensando demais. Enfim, acho que o trabalho tá dando uma sentada, dá uma nivelada na gente. Pelo menos em mim; a gente mantém um ritmo da vida, sabe? Com as coisas que tem que fazer e tudo… o foco nas coisas.

Eu tô tentando assim: eu me organizo todo dia, acordo no horário, tenho um ritualzinho de manhã que eu faço e, enfim, ligo o dia. Acho que isso tá me ajudando um pouco.

E vocês estão finalizando o álbum já durante a quarentena, né? Como vocês estão se sentindo em fazer lançamento nesse período? Sem poder juntar os amigos de vocês, sem poder fazer shows…

Guto: Cara, essa parte é difícil; de não ter a galera próxima e não poder fazer show, não poder comemorar com os amigos, com toda a equipe, com todo mundo que trabalhou e se dedicou tanto quanto a gente pra esse álbum acontecer, mas a gente tá até achando interessante… lidando bem com esse processo porque, bem ou mal, a gente sempre esteve mais dentro da internet, então isso não está sendo tão diferente assim, mas ao mesmo tempo está sendo diferente por ser um momento novo.

Mike: É, eu acho que a vida do músico, do compositor é um pouco de isolamento, né?

Guto: Total!

Mike: A gente fica meio isolado com o nosso mundinho assim…

Vocês decidiram lançar “Pra Vida Inteira” antes do álbum só por causa da pandemia? Porque a música não era sobre isso, mas combinou muito com a época.

Mike: Exatamente, a gente pensou no que iríamos fazer porque nesse prazo agora que a gente lançou “Pra Vida Inteira” era pra gente estar lançando o álbum, mas como rolou [a pandemia]…

Foi muita sorte; acabamos a gravação em Campinas, pegamos um ônibus pra vir pro Rio e, chegando aqui, começou essa coisa do isolamento, enfim… a gente não ia conseguir fazer mais nada depois, então…

Guto: “Vamos fazer por partes, né?”

Mike: Já que tudo se ralentou, né? Porque, assim, tem mix, master, os processos de terminar a música… demorou. Acabou ralentando um pouco mais. E aí a gente decidiu lançar alguma coisa antes. Porque a gente pensou “cara, vamos lançar ou não?”… em um momento a gente ficou em pane.

Falei “cara, a gente tem que lançar: a gente fez o álbum, foi muito certinho pra gente estar aqui, tudo culminou pra gente estar aqui. Então vamos lançar, eu acho que vai ser importante pra gente, pra galera… pro momento, enfim. E tá aí: Pra Vida Inteira, pra vocês.”

Vocês tinham alguma ideia inicial para o vídeo? Que foi descartada e mudaram pra se relacionar mais com a pandemia?

Guto: Na verdade, a gente tinha uma ideia inicial de ser um clipe que não fosse animação, mas aí quando aconteceu o que aconteceu a gente se reuniu com o diretor e tivemos a ideia de fazer uma animação.

A gente buscou alternativas e acabou que a animação foi a melhor opção, até porque eu e o Mike curtimos demais animação, clipes de animação… a gente pegou referências do que a gente já gostava, como clipe do Frejat, clipe do Coldplay e tudo mais.

Enfim, acabou rolando e pra gente foi incrível porque a gente tá amando o clipe, então foi muito pra fazer uma coisa dentro do padrão de isolamento… então animação é a melhor parada.

Mike: Deu match!

Guto: É! E a música calhou muito com o clipe, casou tudo muito bem.

Mike: É, a composição calhou com a gravação, que calhou com o produtor, que calhou com… foi em cascata.

Guto: Total!

Era uma dúvida que eu tinha, inclusive! Porque no primeiro álbum vocês também tinham essa pegada de ilustração, de desenho… imaginei se vocês queriam seguir nisso ou se foi uma coisa que veio depois por causa da situação que a gente está.

Guto: A gente gosta muito dessa coisa lúdica, né?

Mike: A gente tava pensando nisso já…

Guto: A gente nunca negou que a gente gosta dessa parada. A gente curte animação, ilustração… a gente acha lindo. Enfim, a gente pôde voltar um pouco nisso agora, nesse momento.

Mike: É… eu acho que “OutroEu”, o nome, também tem uma coisa meio lúdica. Eu acho que essa coisa do desenho traz isso um pouco… “Poema de Lágrimas” lá com a garrafinha e as coisas, sabe? Eu acho que é legal isso, a gente já tava nessa pilha: “eu acho que a gente tem que fazer álbum, ilustração e EPs a nossa cara”. A gente ficou nessa: “cara, eu acho que isso ia ser massa”. E… ainda estamos nessa!

OutroEu
Foto: Divulgação

“Não Olha Assim Pra Mim” ainda tá tocando bastante nas rádios, a gente tem expectativa pra ouvir “Pra Vida Inteira” tocando por aí também?

Mike: Sim! Pra caraca!

Guto: A gente espera que sim! A gente quer muito!

Vocês tinham cerca de 30 composições prontas mais ou menos antes do EP [“Encaixe”], né? Como vocês selecionaram as 11 que iam entrar nesse álbum agora?

Guto: Cara… Muito dentro do que a gente queria ouvir nesse segundo álbum. A gente deixou músicas separadas de 2017 que a gente sabia que tinha que estar nesse segundo álbum, sabe?

E músicas que vieram recentemente… até a última música, que veio muito recentemente, no final de 2019, praticamente quando a gente começou a gravar. E até terminamos a música quando a gente tava no processo de gravação.

Então, a gente quis muito selecionar e botar tudo que conversasse, que falasse das coisas que a gente queria mostrar pra galera.

Mike: Também tem um resgate do primeiro álbum… a gente tava muito nessa ideia; “Primeira coisa: a gente tem que ter música todas que a gente goste muito. Que a gente esteja muito feliz de estar tocando, de estar fazendo…”

Guto: De estar curtindo ouvir…

Mike: Então, botamos esse primeiro objetivo. O segundo eu acho que foi… a gente escolheu muito baseado nisso e com essa pegada de também falar “cara, a gente podia ter uma coisa de arranjo, de resgate do primeiro álbum como uma coisa maneira…”

Guto: … nova…

Mike: Ao mesmo tempo que mostrasse que é muito a gente… esse negócio de ser muito a gente… a gente queria muito colocar isso; “Cara, a gente tem que ser muito a gente. Eu quero muito isso.”

Tracklist: Se afirmar como a identidade de vocês…

Mike: É! É o que a gente sempre quis, só que eu acho que é sempre uma tentativa: você vai aprendendo a “ser” dentro das suas coisas, sabe?

Tracklist: E você vai se transformando também, né? Com o tempo…

Mike: É… exatamente.

Como vocês vão decidir a ordem das músicas no álbum?

Guto: A gente gosta de decidir geralmente do jeito que a galera vai ouvir como se fosse realmente um álbum. A gente sabe que tem gente que ouve aleatório, ouve os singles, sabe? Tem gente que ouve quebrado… mas a gente curte muito deixar de um jeito como se você fosse ouvir um álbum mesmo, sabe? De início, meio e fim.

Mike: É… ele contar a história dele, né? De tipo, contar tanto pela letra, a empolgação e a música que representa a primeira, a segunda… a gente tem essas viagens assim, tipo “essa aqui representa muito a segunda música”.

Da última vez que conversamos, o Mike tinha comentado sobre o conceito que vocês estavam tentando construir com esse álbum… onde vocês chegaram com esse conceito? Vocês podem contar alguma coisa sobre ele?

Mike: Então, eu acho que o conceito gira muito em torno do nome… eu ia falar uma coisa de protesto, mas não é um protesto, não acho que é.

Eu acho que é uma coisa de querer proporcionar coisas legais, colocar coisa legal no mundo e falar sobre isso. Eu acho que é isso, o termo gira muito em torno dessa coisa assim meio “o outro é você”… aquela coisa do cartaz ali, sabe? Que eu olhei o cartaz e falei “caraca, mano!”. O nome já diz muito, sabe? A gente ficou nessa pegada; o conceito tem essa coisa de falar sobre empatia e amor.

O outro é você
Foto: Reprodução/Instagram (@miketulio)

Quais são os planos de vocês pra daqui a dois meses? Como vocês esperam que o mundo esteja quando vocês estiverem lançando álbum?

Mike: Cara…

Guto: A gente espera que esteja tudo bem, que dê uma melhorada, porque realmente… os tempos tão bem difíceis. Ainda mais aqui no Brasil, a situação tá bem caótica.

Mike: Tá bem brabo, né…?

Guto: Tá bem brabo, não tá fácil. Então, o nosso desejo é que esteja tudo melhor do que tá agora, porque a gente não sabe como vai estar, mas a gente espera que esteja bem. A gente preza por isso, a gente pensa positivo pra que tudo fique bem e fique logo.

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