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Entrevista: Leyla Blue e o poder do TikTok

Leyla Blue nasceu e cresceu em Nova Iorque, a cidade que nunca dorme. Seus pais são fotógrafos, portanto sua casa sempre foi um ambiente cheio de liberdade de expressão e arte, mas se engana quem pensa que Leyla sempre quis ser uma artista. A cantora, que agora está na casa dos 20 anos, até os 13 treinava para ser ginasta!

Foto: Divulgação

Em 2019, Leyla Blue lançou seu EP Songs For Boys Who Didn’t Text Me Back (Músicas para garotos que não responderam minhas mensagens). com 3 músicas super sinceras sobre decepções amorosas com aquele toque de empoderamento.

“What A Shame” foi lançada junto com o EP, a música retrata a situação de ter sido trocada pelo parceiro, mas reagir com a dignidade de saber que quem perdeu foi ele.

O poder do TikTok

Durante o período da quarenta o aplicativo de origem chinesa TikTok explodiu e aumentou muito seu número de usuários. “What A Shame”, com toda sua vibe de poder, logo atraiu a atenção de milhares de jovens que se identificaram com a letra e sentimentos da música, transformando-a em um trend de sucesso na plataforma, com P.O.Vs empoderados , dizendo “Perdeu, bebê” para quem os machucou.

What A Shame no Brasil

No Brasil, a música também hitou no TikTok, com uma ajudinha de Duda Reis, a influencer que depois de passar por um término conturbado cheio de polêmicas e muito comentado na mídia, fez um vídeo ao som da canção.

Duda Reis no seu vídeo ao som de “What A Shame”

Como (quase) todo bom brasileiro gosta de uma fofoca, o vídeo de Duda BOMBOU! Colocando a música nas listas de músicas virais do país no Spotify, chamando atenção da própria Leyla Blue, que elogiou bastante a modelo, elas até a fizeram uma Live conjunto no Instagram.

Track entrevista Leyla Blue

E para falar de todo esse sucesso e as loucuras de bombar nas redes socias, o Tracklist conversou com Leyla Blue. Confere:

Primeiramente, você pode se apresentar para aqueles que não te conhecem?

Eu sou a Leyla Blue, eu escrevo músicas, canto… Eu sou uma artista.

Leyla, qual foi o momento em que você percebeu que queria ser uma artista?

Foi super aleatório quando eu tinha 13 anos de idade eu estava entediada no Youtube e comecei assistir vídeos de cantores, vários vídeos de artistas que compunham músicas bem honestas e pessoais. Eu sempre me senti meio solitária isolada e aquelas músicas realmente me tocaram, me fizeram sentir melhor sobre coisas que eu estava passando. Assim eu decidi, literalmente durante um fim de semana, foi tipo ” não sei que eles estão fazendo, mas o que quer que seja é isso que preciso fazer”. Então, eu mudei minha vida, comecei a ensaiar músicas todo dia, comecei a compor músicas e aqui estamos.

Você é de Nova York, seus pais são fotógrafos… Eu achei que já estava meio escrito nas estrelas que você seria uma artista. Por que você provavelmente cresceu em uma casa muito artística e com liberdade.

Eu sempre amei música, minha casa sempre foi um ambiente muito criativo, mas eu sou uma pessoa de “personalidade tipo A”, sou muito intensa, eu fazia ginástica olímpica quando mais nova, eu levava isso muito a sério! Tinha um bloqueio com arte, eu achava que não era para mim. Mas sim, faz sentido eu tomar este caminho.

O quão louco é viver esse momento? Ver tua música estourando, principalmente no TikTok e plaftaformas do tipo…

É muito louco, definitivamente inesperado. Essa música (“What A Shame”) tinha sido lançada há mais de um ano antes de começar a estourar, é realmente maravilhoso. Eu estou muito agradecida, porque eu coloco muito do meu coração e alma na minha música. Eu me esforço muito no meu trabalho, assim como a maioria dos artistas. A pandemia aconteceu, e todas as outras coisas loucas também, então eu não pude entrar em turnê…

Chegou em um ponto que eu estava desestimulada e me questionando “porque ainda estou fazendo isso?”, então eu postei esse vídeo no Tik Tok, começou a ganhar muitas views e de repente várias mulheres maravilhosas estavam fazendo vídeos sentindo ao som da minha música. Eu fiquei muito feliz, esse era momento que eu estava esperando. É muito incrível ver vídeos de pessoas se sentindo poderosas ao som da minha música, é o que eu sempre quis.

Então você passa tanto tempo no TikTok assistindo os vídeos e P.O.V’s assim como a gente?

Com certeza sim! Influenciada pelo minha irmã mais nova, que passa o dia e a noite inteira no TikTok.

Totalmente compreensível! Como você sabe, “What A Shame” hitou recentemente aqui no Brasil, o que aconteceu um escândalo envolvendo um casal famoso, ele traiu ela, tiveram áudios vazados sobre isso. Ela fez um vídeo ao som da tua música, todo mundo percebeu que era um recado e a música estourou por aqui. Então, você tem algum conselho para alguém que está passando por um término difícil tipo o dela?

Nesse caso, o que eu preciso falar para mim mesma também é que tudo acontece por um motivo, as reações ao redor são apenas burburinhos, o que realmente importa é como você se sente. Você precisa saber que você vale a pena, que você é uma grande rainha e se esse cara não percebeu isso então ele não te merece.

Amém. Os caras respondem as suas mensagens de texto agora?

Ainda não, continuam não respondendo. Em compensação, agora tem alguns que sou eu quem não responde, mas tem outros que não me respondem ainda. Acho que essa situação que nunca vai parar de acontecer.

Será que você pode contar um pouquinho para gente a respeito do “Blue”, seu próximo projeto?

O Blue vai ser meu primeiro álbum completo. Ele terá cada pedacinho de mim, será eu no meu estado mais vulnerável. Terá uma música sobre minha saúde mental, que eu escrevi sozinha chorando no meu quarto com meu violão, ela se chama “Heart Wired”, e eu tenho essa música chamada “Gasoline”, que é meu hino de garota louca.

Eu ouvi “Gasoline”!

Sim, eu soltei um tease dela no TikTok. Eu tô tentando documentar minhas experiências, todas as minhas músicas estão muito pessoais. Sei que a maioria são experiências de uma jovem mulher nesses dias atuais, os altos e baixos que todos nós temos. Espero que as pessoas consigam identificar com todas as partes desse projeto.

E sobre clipes? Podemos ter algum spoiler?

Eu acabei de gravar um clipe para “What A shame”, e eu tô muito empolgada! Ele deve lançar em algumas semanas. O clipe de “Gasoline” já está pronto, eu gravei ele em casa junto com a minha mãe, durante a quarentena, a gente filmou vários vídeos no celular e eu mesma editei no computador. Animada para que o mundo posso vê-lo.

Quais são as inspirações deste álbum? Estilo de música, artistas que você anda ouvindo bastante…

Minha maior influência é a Amy Winehouse, ela é minha artista favorita de todos os tempos, eu amo jeito que ela vivia as letras dela e que a música dela é tão pessoal, você consegue perceber que ela escreveu aquilo e que é sobre a vida dela. Eu tento escrever a minha música em um estilo similar ao dela, como se fosse um diário. Cresci ouvindo músicas dos anos 90 e 2000, pop e R&B, tipo Beyoncé, Destiny’s Child, Christina Aguilera e todos esses ícones. Eu tento fazer músicas que tocam na alma mas, sejam meio chicletes. Tipo pop mas, com conteúdo significativo.

Como você está fazendo para se manter verdadeira aos seus sentimentos na indústria musical?

Eu tenho um time muito bom de pessoas que trabalham comigo, minha produtora e meu co-compositor, nesse ponto já são como irmãos para mim, e eu sinto que posso ser bem honesta e vulnerável com eles. Acredito que enquanto eu confiar no meu instinto, escrever sobre meus sentimentos e não deixar as coisas saírem do meu controle ficará tudo bem. Eu sou bem maluca com isso de ter certeza de que tudo que eu lanço é verdadeiro, porque eu quero conseguir dormir à noite tem certeza que gosto do que eu faço. E eu tenho sorte de ter um time de pessoas ao meu redor que me permite fazer isso.

Essa é uma das coisas que Shawn Mendes diz “Se você não amar 100% a arte que você faz, você não deveria estar fazendo. Você deve estar sempre fazendo algo que ama e se orgulha”. Você tem algum conselho para alguém que queira fazer isso, queira começar a escrever músicas e ser um artista?

Para todos, mas especialmente para jovens mulheres,é realmente importante ter iniciativa e tomar controle do máximo que você puder, terão muitas pessoas que vão tentar ferrar você. Conhecimento é poder, e como Beyoncé diz “The best revenge is your paper”, ou seja a melhor vingança é ser bem sucedida. Então faça! Começa a escrever suas próprias músicas, começa a treinar o canto, vá performar, cometa todos os erros, mas continue seguindo em frente. O único jeito de falhar é parando de tentar.

O Sam Fischer me falou outro dia que o melhor conselho para alguém querendo seguir esse caminho é conseguir um bom advogado.

Eu amo o Sam Fischer. Conheci o Sam quando eu tinha 17 anos, ele estava em uma das primeiras sessões que composição que eu participei, nós escrevemos uma música juntos no dia do meu baile de formatura. Eu perdi meu baile de formatura porque estava em Los Angeles escrevendo músicas. Amo o Sam, ele é um bom amigo.

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