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Entrevista: d4vd comenta carreira e se prepara para vinda ao Brasil

Em entrevista, o músico revelou que o ‘funk’ é uma grande inspiração para suas músicas

Foto: Divulgação

Nos últimos anos um nome vem se destacando na cena musical global: d4vd. Dono do hitRomantic Homicide“, o cantor e compositor de apenas 19 anos, segue em ascensão com canções ecléticas que misturam desde o rap ao indie em um só lugar.

Com uma carreira que começou de maneira inusitada — dentro do armário de sua irmã, usando um app amador de áudio no celular —, David Anthony Burke, conquistou o mundo e não parece ter intenções de desacelerar.

Em julho, o cantor lançou seu novo single, “There Goes My Baby“, parte de sua bem-sucedida turnê internacional “My House Is Not A Home”, cujos ingressos esgotaram rapidamente. Após uma performance notável no Lollapalooza Chicago no último sábado (3), d4vd conversou com o Tracklist sobre sua nova faixa, seus planos para o futuro e sua tão aguardada visita ao Brasil. Confira!

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d4vd fala sobre vinda ao Brasil e planos para a carreira

Seu mais novo single, “There Goes my Babe”, fala sobre a maturidade ao deixar ir alguém que você ama. Pode nos contar mais sobre o significado dessa música para você?

O significado dessa música é basicamente deixar alguém ir, mas aceitar vê-los se tornarem sua própria pessoa. Sinto que com a maioria das músicas de desilusão amorosa, especialmente as que escrevi no passado, é mais como se a pessoa fosse embora ou você a deixasse ir, mas com ressentimento, tipo, “Eu te odeio por isso”, “Por que você me deixou?”; mas agora, nessa música, é mais “Vou deixar você ser sua própria pessoa porque você não precisa mais de mim, e eu posso aceitar isso e eu amo você por isso, e ainda tenho amor por você”. Mas não é mais uma música de ódio. É mais sobre deixar você ir.

Você mencionou que “There Goes My Baby” amplifica sua maleabilidade de gênero. Pode falar mais sobre como você experimentou com diferentes estilos musicais nesta faixa?

Sim, já fiz baladas antes, mas sinto que essa em particular é mais como uma balada groove com toques de R&B aqui e ali, e um pouco de folk também. É como uma mistura de alguns gêneros e eu amo experimentar sons diferentes porque não gosto de me limitar. Então, toda nova música que eu lançar terá elementos de diferentes gêneros. Sempre.

Não podemos deixar de citar seus grandes hits. “Romantic Homicide” é uma música super importante para sua carreira, afinal, foi onde tudo começou. Hoje, 2 anos depois que ela viralizou no TikTok, como você a enxerga?

Eu não gostava dessa música. Em um ponto, eu não sei o porquê. É porque eu hesitei em lançá-la e quando a lancei meio que pensei “oh, muitas pessoas gostam”. Mas agora que a performei tantas vezes ao vivo no palco, entendo por que as pessoas a amam, e eu amo a música tanto quanto elas agora. Mas não sei ainda. Eu costumava não gostar dessa música.

Outra canção sua que viralizou no TikTok foi “Here With Me”, e, durante entrevista você disse que ela foi inspirada no filme Up – Altas Aventuras pelos personagens Carl Fredricksen e Elle. Sabemos que seus animes favoritos ‘Dragonball’ ‘Tokoyo Ghoul’ também te inspiraram a escrever histórias. Como é essa sua conexão com obras de animação e como essas histórias evoluíram para suas músicas?

Ah, sim, essa é uma boa pergunta. Acho que para mim tudo é questão de perspectiva, porque quando eu era mais jovem, meu pai me comprava praticamente todos os DVDs de anime possíveis. Eu assistia Dragon Ball, Tokyo Ghoul, Naruto, Bleach. Eu assistia isso, aquilo, e, você sabe, a maioria das crianças da minha idade crescia com desenhos animados, como “Super Why” e “Backyardigans” e, você sabe, “Team Umizoomi” na Nickelodeon. Mas eu só assistia anime. E essas eram as histórias com as quais cresci e os escritores que me inspiraram com sua arte e trabalho.

Akira Toriyama, descanse em paz. Hajime Isayama de “Ataque dos Titãs“. Apenas um monte de autores que eu amava. E meus pais sempre priorizaram a educação, então, em vez de me inspirar em livros dos EUA, eu me inspirava nos mangás do Japão. E eles meio que me ajudaram a descobrir que tipo de escritor eu queria ser e como eu criava histórias. E a maioria das histórias que me inspiravam eram as que eram muito baseadas em ação, thriller e coisas assim.

Então, naquela idade jovem, eu estava escrevendo sobre coisas muito mais avançadas do que outras crianças e isso foi meio que um início precoce, olhando para trás, para onde eu estaria agora, escrevendo músicas tão profundas com grandes significados e coisas assim.

Além disso, você tem outras letras inspiradas em filmes e séries? Se sim, quais?

Sim. Recentemente fiz uma música para “Invincible“, que é uma grande inspiração para mim. A canção está na temporada dois, episódio sete. E sim. Tive a honra de ver a cena antes de ser animada, e pude ver os rascunhos com os lápis preto e branco, e eram Amber e Mark voando pelo céu. E eu meio que criei uma música chamada “Feel It” em torno disso, e ficou perfeita.

Você está atualmente com a turnê “My house is to a home”. Até agora, qual foi o momento mais especial desses shows pra você e por quê?

O momento mais especial de todos os shows, honestamente, é ver os fãs. Sinto que assinar autógrafos e tirar fotos é algo que sempre faço de graça. E, você sabe, conectar-se com eles em um nível mais profundo e agradecer por terem vindo ao show e ser tão grato e apreciativo a cada um deles porque, você sabe, eles não precisam vir ao show, não precisam comprar um ingresso. Então, eu amo estar lá e garantir que eles saibam o quanto sou grato por eles.

Você nunca havia ido a um show antes de sua primeira apresentação em fevereiro de 2023. Como foi essa experiência para você e como foi embarcar em uma turnê de 50 shows logo depois?

Foi incrível. Sinto que não fiquei nervoso. Não foi como se eu estivesse despreparado. Fiz muitos ensaios, então já tinha uma ideia mental do que ia acontecer.

Sim, meu primeiro show foi uma loucura porque todo mundo estava lá por mim e conhecia as músicas. Acho que isso foi o mais bonito porque eu podia parar de cantar por um segundo e eles ainda estariam cantando. Então, para o meu primeiro show, foi muito importante ter esse sistema de apoio dos fãs, porque imagine se ninguém conhecesse as músicas. Isso seria insano. Mas todo mundo conhecia as músicas. Todo mundo apareceu, todo mundo enlouqueceu. E, sim, a energia foi a mesma.

No último fim de semana você se apresentou no Lollapalooza Chicago. Como foi essa experiência e como você se prepara para grandes apresentações como essa?

O Lollapalooza foi incrível. Nem consigo imaginar o que eu estava pensando antes, mas assim que subi no palco, senti instantaneamente a energia. Havia tantas pessoas lá. Minha maior plateia no festival até agora. E, sim, foi muito louco. Eu tinha esses canhões de CO2 que lançavam ar no céu toda vez que eu dava um salto mortal. A energia foi simplesmente incrível. Eu amo o Lollapalooza.

Recentemente, você mencionou no Instagram que está procurando um nome para sua ‘fanbase’. Já conseguiu encontrar um nome?

Ainda não decidi. É tão difícil porque meu nome é só David. Então, tipo, como você chama? Como você chama uma base de fãs? Mas espero que algo surja em breve porque realmente quero um nome. É louco (risos).

Você tem planos de vir para o Brasil em breve? O que os fãs brasileiros precisam saber sobre você?

Antes de mais nada, obrigado, Brasil. Eu amo vocês tanto. Obrigado por se conectarem com a música. Obrigado por ouvirem. Obrigado pelo apoio. Eu amo vocês tanto. Eu vou para o Brasil muito em breve. Estou muito empolgado para esse show. Vai ser insano. E, sim, só quero dizer que estou apaixonado pelo gênero funk aí. Isso me inspirou a fazer algumas músicas minhas. Espero poder compartilhá-las em breve. Mas, sim, eu amo a cultura aí, e estou tentando aprender português também.