in

Coala Festival: Gabriel Andrade, curador e sócio do evento, fala sobre a próxima edição

A nona versão do festival acontece nos dias 15, 16 e 17 de setembro, no Memorial da América Latina, na cidade de São Paulo

coala festival
Foto: Divulgação

O Coala Festival 2023 está cada vez mais próximo! A nona edição do evento possui data marcada para os dias 15, 16, 17 de setembro, no Memorial da América Latina, na cidade de São Paulo.

Leia mais: Tudum 2023: veja a programação completa do evento da Netflix

Carregando a música brasileira em seu DNA, a ideia da festividade é apresentar diversos gêneros e estilos em sua programação. Neste ano, o line-up traz nomes do rap, hip-hop, MPB, samba e mais.

Entre os nomes confirmados, estão Péricles; FBC; Fafá de Belém com participação de Johnny Hooker; OlodumBaiana; Novos Baianos (especial 50 Anos); Simone; Suraras do Tapajós com participação de Lucas Estrela; Angela Ro Ro; Letrux; Marina Lima e Fernanda Abreu; João Donato e Martinho da Vila; e Marcos Valle com participação de Joyce Moreno e Céu.

É possível garantir ingressos através da plataforma Total Acesso. O Passe Coalático (entrada para os dias de festival) sai por R$ 490; enquanto a entrada inteira para um dia sai a R$ 320.

Recentemente, Gabriel Andrade, curador e sócio-fundador do Coala Festival, cedeu uma entrevista ao Tracklist para falar sobre a próxima edição do evento, line-up, desafios e muito mais. Confira os destaques abaixo!

Gabriel Andrade, curador e sócio fundador do Coala Festival, aborda os diferenciais do evento

Entre tantos festivais brasileiros, o Coala Festival se destaca pelo pioneirismo na valorização da música brasileira. “Pelo menos aqui em São Paulo, nessa proposta de olhar para a nova música brasileira, a gente foi, provavelmente, o primeiro festival a fazer isso”, disse Andrade.

O empresário citou, também, que o evento representa uma união entre as gerações da música nacional. “Criar essa relação entre a nova cena da música com os grandes nomes da MPB – esse foi o DNA da curadoria que a gente criou lá atrás; sempre trazer os grandes nomes do século XX e a nova geração do século XXI. A gente sempre falou que o Coala simbolizava essa passagem de bastão de um século para o outro. Então, a gente já fez Caetano Veloso, Gilberto Gil, Maria Bethânia, Gal Costa, Milton Nascimento, Alceu Valença, Ney Matogrosso… e a gente sempre abriu espaço para a nova cena”.

Em termos de experiência do público, o Coala traz as vantagens de estar localizado próximo ao metrô e oferecer valores acessíveis de entrada. Gabriel afirma, também, que a atenção às questões estruturais do evento é um diferencial. “A planta do evento também é sempre renovada de acordo com os aprendizados que a gente teve no ano anterior”, falou.

E, é claro, os nomes apresentados nas programações são um dos pilares da festividade: “A curadoria é o nosso DNA. Estamos sempre nos propondo a apresentar coisas novas para o público, coisas que não estejam no eixo Rio-São Paulo, e criar encontros inéditos. Isso a gente já está fazendo há muito tempo. É que hoje você vê isso em vários festivais, mas a gente está fazendo isso já tem um bom tempo – de ter essa diversidade e pluralidade da música brasileira, e refletir isso no line-up, e também criar shows que você só vai ver ali no Coala”.

Investimento na música brasileira

O Coala Festival não dá destaque para a música brasileira apenas nos eventos. Ao longo dos anos, a marca deixou de ser apenas um festival e tornou-se, também, um selo musical, intitulado Coala Records.

“A gente lançou, recentemente, o disco do Zé Ibarra; lançamos o disco do Tim Bernardes; do Bala Desejo, que é um projeto que surgiu com o Coala; a gente lançou Nego Bala, e agora vamos lançar os álbuns do Bruno Berle e da Dora Morelenbaum”, disse o sócio-fundador da marca. “Entre esses outros grandes festivais que surgiram ultimamente, poucos fazem esse trabalho de investir na cena”.

Além disso, o Coala possui um lado de estúdio criativo; onde artistas como Baco Exu do Blues e BK planejaram seus lançamentos. “O Coala deixou de ser só um festival, ele é uma empresa, uma marca de música que atua no ecossistema da música como um todo”, afirmou Gabriel.

O samba como destaque da edição e mais sobre o line-up

line-up coala festival
Fotos: Divulgação

O Coala Festival 2023 traz Péricles como um dos principais nomes do line-up, tornando o pagode e o samba um destaque do evento. Durante a conversa, o curador explicou a decisão.

“Acho que o samba sempre esteve no Coala por conta do que a música brasileira é, já que não tem como se pensar em música brasileira sem samba. Mas é de fato a primeira vez que a gente vai trazer um artista que tem isso em seu DNA, que é o Péricles. E eu acho que isso faz parte do nosso papel como um festival de música brasileira, de abranger tudo o que é a música nacional”.

Além de Péricles, que promete ser um grande espetáculo, a programação trará shows de artistas de diversos gêneros – como o rap. Nomes como Febre90s e FBC estarão no palco com setlists inéditas e exclusivas!

Desafios

Como um dos maiores desafios na montagem do line-up atual, Gabriel Andrade contou: “O maior desafio tem sido esse movimento e surgimento de muitos festivais com propostas parecidas. A gente ficou um tempo em São Paulo ‘sozinhos’, assim, e agora você tem um bilhão de festivais similares. E aí você acaba concorrendo pela agenda dos artistas, também […] Além de ter os artistas que estão tocando em todos os lugares, tem também uma dificuldade em conseguir ter a agenda”.

A montagem da programação é um desafio, mas também traz algumas vantagens: “Estou deixando alguns slots abertos, porque tem discos que estão sendo lançados, coisas que estão acontecendo agora, e que chegam frescas no festival – como o Febre90’s. Provavelmente [o show] não vai rolar em nenhum outro festival antes do Coala”, disse ele.

Momentos marcantes do Coala Festival

Enquanto a próxima edição do festival não chega, o empresário relembrou alguns momentos marcantes da história do evento.

“Tiveram vários, mas 2022 acho que foi o ápice, porque foi a volta da pandemia e era um line-up sinistro. Maria Bethânia, Gal Costa, Djavan, Gilberto Gil, Alceu Valença, Marina Sena, BK, Black Alien, Bala Desejo, só pedrada”, definiu.

“E o momento mais emblemático foi o show da Gal Costa. Pensar que o último show dela foi no Coala… acho que é o momento mais marcante da nossa história até agora. Isso está registrado em vídeo, e em breve, se tudo der certo, a gente vai lançar o disco do último show da Gal, completou.

Ele também comentou sobre o show de Maria Bethânia na edição mais recente, quando o palco da artista apagou após a última música. “Demorou menos de um minuto para voltar, mas pareceu uma eternidade com esse minuto com o palco todo apagado”, relembrou.

“Além desses, nos anos anteriores tiveram shows emblemáticos, como Milton Nascimento e Criolo, um showzaço. Teve Luedji Luna com Ilu Oba de Min, que foi incrível; Caetano, a primeira vez que tocou no Coala em 2017, também foi muito emocionante”, disse.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *