Salvador recebeu no último fim de semana (9 e 10) a quarta edição do festival AFROPUNK, evento que reúne grandes nomes da música preta nacional e internacional. Assim como nas edições anteriores, o AFROPUNK 2024 aconteceu no parque de exposições de Salvador.
Com mais de 20 atrações de vários gêneros musicais, o festival que busca valorizar a cultura negra reuniu nomes como Erykah Badu, Duquesa, Jorge Aragão, Ebony, Fat Family e Léo Santana.
O Tracklist esteve novamente presente nos dois dias do festival – que contou com presença de mais de 52 mil pessoas – e separou os principais destaques da celebração.
Veja destaques do primeiro dia do AFROPUNK 2024
No sábado (9), passaram pelos dois palcos do evento artistas como Jorge Aragão, Melly, Duquesa, Planet Hemp, Irmãs de Pau e Erykah Badu. Melly foi a primeira atração do dia e trouxe para o festival um repertório baseado no seu disco de estreia, “Amaríssima”, além de cantar faixas antigas e sua parceria com Liniker, “Papo de Edredom”, presente em “CAJU”.
Uma das atrações mais esperadas de sábado, Erykah Badu atrasou e para agilizar o evento antecipou a apresentação de Léo Santana, que cantaria depois da americana. Causando um certo estranhamento no começo, o GG da Bahia logo fez o espanto passar ao cantar seus hits e interagir com a multidão a cada faixa apresentada. Estreante no AFROPUNK, o cantor fez questão de reiterar a alegria que estava sentindo por se apresentar no festival. Taís Araujo, Lázaro Ramos e Margareth Menezes foram alguns dos famosos que prestigiaram o show do artista.
Em seguida, Erykah Badu subiu ao palco do AFROPUNK com uma introdução que durou 15 minutos. Vestida com roupas volumosas e descalça, a artista, que é um ícone do neo-soul, mandou logo um dos seus maiores hits, “On & on”, segunda faixa do seu disco de estreia, “Baduizm”.
Depois de Badu, a rapper Duquesa subiu ao palco. Acompanhada de uma banda e seis bailarinas, a rapper do interior da Bahia faz um show eletrizante no festival, performando faixas como “Turma da Duq”, “Tá eu e a Nicole”. “Eu ralei muito para estar aqui, sempre estudei, me dediquei, fui pé no chão e hoje foi um dia importante para mim”, disse a rapper ao Tracklist nos bastidores do AFROPUNK.
O encerramento do primeiro dia ficou a cargo das Irmãs de Pau, artistas em ascensão da cena LGBTQIA+. Com um show diverso e muita dança, Vita e Isma enlouqueceram a plateia que estava ansiosa pelo show batendo leques música após música. “Nós somos duas travestis de São Paulo que vieram do nada e hoje estão em um dos maiores festivais do país”, contaram as cantoras ao Tracklist antes da apresentação.
Destaques do segundo dia do AFROPUNK 2024
No domingo (10), foi a vez de Ebony, Larissa Luz, Timbalada e Silvanno Salles manterem o público no festival que enfrentava uma leve chuva.
Abrindo os trabalhos, ao iniciar seu show, a rapper Ebony revelou que foi abusada sexualmente por um tio de sua família adotiva durante a adolescência. Mesmo com a fala, Ebony seguiu com apresentação agradecendo por estar viva e celebrando seu primeiro show em Salvador. “Quando vim a primeira vez a esse festival algo me dizia que cantaria aqui. Felizmente eu estava certa”, disse Ebony no palco.
Após o show de Ebony, foi a vez da britânica Lianne La Havas cantar no AFROPUNK. Com um repertório suave e, ao mesmo tempo, potente, a artista apresentou faixas como “Green papaya”, “Read my mind” e “Paper thin”. Mesmo sem banda, a artista enfrentou problemas de som, que logo foram esquecidos quando a cantora convidou Liniker para se apresentar com ela. Juntas elas cantaram “No room for doubt”, do disco de estreia de Lianne – nada de “Caju”.
O dia seguiu com Fat Familly cantando músicas do saudoso Tim Maia. Mesmo com o tributo, músicas da família estavam do repertório. Já encerrando o evento, Timbalada e Silvano Sales animaram a multidão que parecia que não querer deixar o Parque de exposições de Salvador. Ambos artistas agradeceram o festival pelo convite, e Silvano, especificamente, agradeceu por ser o cantor de arrocha estreante no evento.