A banda paulistana Hotelo é formada por Deco Martins, Conrado Banks, Julinho Pettermann e Tito Caviglia.
A Hotelo começou em 2013 e já possui mais de 40 músicas lançadas entre singles, EPs e álbuns. Os meninos já colaboraram com nomes como Dinho Ouro Preto, Anavitória, Di Ferreiro, Vitor Kley e outros.
O novo álbum da banda ‘Início, Meio e Fim’ é o primeiro projeto da Hotelo a ser lançado em parceria com a Sony Music. O disco conta sobre todas as fases de um relacionamento e será lançado em três partes.
Os EPs Início e Meio já foram lançados, e agora, a banda se prepara para o lançamento do Fim. Em conversa com o Track os meninos revelaram com exclusividade detalhes sobre o processo criativo, spoilers sobre a próxima parte do álbum e muito mais. Confira:
Entrevista
Track: Depois de alguns anos como artistas independentes, vocês recentemente assinaram com a Sony Music. Como aconteceu essa parceria? Foi algo natural ou vocês já tinham essa vontade?
Julinho: Nós somos independentes há muitos anos já, e a gente vinha buscando que o nosso som chegasse em mais pessoas. Já tínhamos o desejo de um lance maior. Então o nosso escritório fez contato com a Sony, eles ouviram o disco que já estava gravado e gostaram muito. Quando assinamos o contrato foi um momento muito feliz para nós.
Conrado: Ver que eles também acreditam no nosso trabalho foi uma sinergia muito massa. Estamos muito empolgados!
Track: Vocês moram juntos, certo? Como foi pra vocês a convivência durante a quarentena e como isso afetou o processo criativo da Hotelo?
Deco: Eu acho que foi bom no fim das contas. A gente teve uma vantagem muito grande comparado a outras bandas. Apesar de ficarmos sem show, a gente está junto, então conseguimos pensar em muitos conteúdos juntos. Temos a companhia um do outro, então acho que é bom olhar pelo lado positivo das coisas.
Conrado: Acho que conseguimos extrair boas coisas dentro desse enclausuramento pro lado pessoal e profissional também. Acho que saímos melhores amigos e melhor banda dessa.
Tito: A Hotelo sempre teve essa característica de trazer perspectivas positivas sobre as coisas. Tivemos essa postura de esperança e cuidado desde o início da pandemia e o público assimilou muito bem essa mensagem, inclusive com a música Fica Em Casa, que foi despretensiosa mas muito bem recebida pelo público.
Track: O novo projeto de vocês é dividido em 3 partes. De onde surgiu a ideia de separar as músicas e fazer vários lançamentos?
Conrado: Inicialmente, a gente tinha pensado em lançar ele completinho mesmo, já que ele conta uma história. Mas, com a chegada da pandemia e a gente tendo que zerar os shows, veio essa ideia de dividir para prolongar a história do álbum e contar ela melhor, pro público acompanhar melhor e ficar mais antenado.
Julinho: A gente tem um disco anterior que chama Mapa Astral que tem uma música pra cada signo. A gente percebeu que esse lance temático de ter um conceito por trás do álbum é algo que funciona. A galera se identifica e a gente sente que está lançando um trabalho mais coeso.
Track: Notamos também uma diferença na sonoridade entre as 3 partes do projeto. Como a sonoridade se conecta com as temáticas de cada parte?
Tito: Foi um processo natural, a ideia de ser um disco Início, Meio e Fim veio desde o começo. Então a gente sabia que para o Início teríamos músicas mais alegres, para o Meio músicas mais reflexivas e músicas mais tristes e de recomeço pro Fim. Então, selecionamos as músicas e encaixamos com a demanda de cada momento do relacionamento.
Conrado: Acho legal que nem todas as músicas foram escritas para o álbum, mas nós percebemos que se encaixavam ali. A música é uma atmosfera geral que tem que te passar uma sensação, então acho que conseguimos encaixar de uma maneira bem massa.
Track: Ainda nessa questão de sonoridade e arranjos, quais são as maiores inspirações de vocês?
Deco: Começamos no punk rock então ouvíamos várias bandas como MxPx e Blink-182. Acho que nossa veia está aí. Mas com o tempo também começamos a escutar bandas como Skank, Os Paralamas do Sucesso, Los Hermanos. Nossas referências são uma mistura de coisas!
Conrado: E não podemos esquecer do Sticky Fingers que no último ano esteve muito presente na nossa caixinha de som.
Julinho: Essas bandas estão aí há muito tempo fazendo música boa e é isso que a gente sonha pra carreira da Hotelo.
Track: O álbum Mapa Astral trouxe várias parcerias. Quem seria uma colaboração dos sonhos de vocês?
Deco: Ficaria muito realizado se um dia a gente gravasse com o Samuel Rosa.
Julinho: A minha é o Natiruts. Gosto da banda desde moleque, acho que um dia tem que acontecer. Jogo aqui pro universo pra voltar!
Tito: No momento estou ouvindo muito Caetano Veloso. Se acontecesse ia ser demais, ia ficar totalmente realizado.
Conrado: Um feat ou co-produção dos sonhos seria com alguém do Blink-182. Seja o Travis ou o Mark, porque eles foram grandes formadores da minha personalidade musical.
Track: E sobre a relação de vocês com o visual das músicas. As ideias para os clipes surgem enquanto vocês estão escrevendo ou elas vêm depois?
Julinho: É muito relativo. Muitas vezes a gente está fazendo as músicas e pensando ‘Nossa, imagina o clipe dessa forma!’. É legal também porque música é muito interpretativo e a gente pode seguir diversos caminhos com os clipes.
Deco: As vezes já vem na composição alguma ideia, ou depois de pronta a gente vai ouvindo várias vezes e a galera jogando ideias. Agora mesmo estamos pensando em um clipe que está vindo de uma soma de ideias que acaba sendo muito maneira.
Track: Sem dúvidas a música é uma forma infalível de unir pessoas. Fiquei sabendo sobre o projeto Match Musical e achei incrível! Como é pra vocês a experiência de conectar as pessoas através da música?
Deco: Acho muito massa! A gente consegue ver nos shows que tem uma galera que se juntou por causa da banda. É uma coisa muito incrível a gente ver que consegue propor essa conexão e ver isso acontecer é muito mágico.
Tito: Acho que o Match Musical foi uma forma de traduzir isso para afinidade entre pessoas que não estão no mesmo lugar físico, mas se encontram através do gosto musical.
Julinho: A nossa conexão (da banda) veio da música. Então, o Match musical faz parte da nossa história e a gente queria poder conectar mais pessoas.
Conrado: Esse negocio de conexão é um ponto muito importante. Sinto como se fosse nossa missão. Queremos passar uma mensagem positiva e fazer o seu dia melhor de alguma forma. No show, a gente esperava que a nossa mensagem atinja as pessoas de alguma maneira e isso crie conexões.
Track: Já ouvimos o Início e o Meio! O que podemos esperar para o Fim?
Julinho: Nem todo final é triste. Acho que esse é um grande spoiler (risos). Mais um é que no final, quando vir o álbum inteiro, serão lançadas mais quatro músicas inéditas que não estavam em nenhum desses lançamentos anteriores. Então, a história vai fazer muito mais sentido quando você ouvir o álbum completo.
Tito: É um encerramento de ciclo, mas também pode indicar um recomeço. E aí a pessoa vai poder ouvir o disco várias vezes (risos).
Track: Pensar sobre shows é ainda um pouco delicado, mas vocês tem planos de turnê? Que música do novo álbum estão mais ansiosos para tocar ao vivo?
Julinho: Se a gente pudesse, a gente tocaria todas do álbum! Mas acho que estamos muito ansiosos para tocar os singles, como Maior que Nós e Conto as Horas. Mas modéstia a parte, nossos fãs são foda e vão cantar tudo do início ao fim!
Conrado: Eu estou ansioso para tocar duas que não foram lançadas ainda. Tem uma do Meio que é a minha favorita e chama Para Onde Vai. Ela é incrível e eu estou muito animado pensando como vai ser no show.
Track: Muito obrigada pelo tempo de vocês e pelas respostas!
Hotelo: Nós que agradecemos pelo carinho e pelo espaço!