Pouquíssimas ocasiões são melhores para conhecer novos artistas da cena musical do que o Lollapalooza. Em meio à bandas acompanhadas por verdadeiras multidões e cantores de extremo sucesso, o festival também proporciona espaço para grandes talentos a serem lapidados pelos próximos anos, ao mesmo tempo que contribui especialmente para a renovação da indústria fonográfica.
A fim de aquecer as expectativas para um dos grandes eventos do ano, o Tracklist reuniu algumas das revelações que estarão presentes entre os dias 5 e 7 de abril no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, para se ficar de olho.
JORJA SMITH
Diretamente das ruas do subúrbio industrial de Walsall, uma das pequenas cidades do condado inglês de West Midlands, o R&B ganhou uma preciosa joia para sua próxima geração. O talento natural dos vocais e composições de Jorja Smith têm reunido fãs ao redor de todo o globo e roubado a atenção de toda a indústria, pavimentando relações com artistas de renome, como Kendrick Lamar (um dos headliners do próprio Lollapalooza), Drake e Bruno Mars, e dando luz à uma das mais graciosas vozes da música atualmente.
Em um “quarto que nunca estava em silêncio pois a todo tempo tocava música”, a britânica cresceu sob as mais variadas influências, baseando-se em nomes como Michael Jackson, Amy Winehouse e Lauryn Hill para a construção de seu perfil artístico. O resultado se mostra em forma de canções profundamente honestas e sensíveis, voltadas não apenas para suas experiências pessoais, mas também reforçadas pelo impulso ativista com que direciona suas críticas aos conflitos raciais e à desigualdade de gênero, tal como propõe as mensagens de seu disco de estreia, “Lost & Found”.
Aos 21 anos de idade, Jorja Smith apresenta todos os aspectos de uma artista completa em seu ramo. Com uma forte personalidade, uma figura sólida e um talento que dispensa descrições, a cantora espalhará seu encanto pelo público brasileiro no dia 6 de abril, incontestavelmente como uma das mais imperdíveis atrações do Lollapalooza.
GRETA VAN FLEET
Sob a alcunha de “sucessores naturais do Led Zeppelin”, o Greta Van Fleet tem conquistado milhares de fãs por onde passa com sua sonoridade extremamente próxima da lendária banda britânica. O quarteto formado pelos irmãos Kiszka em 2012 apenas conquistou seu devido reconhecimento no ano passado, com a intensa divulgação do EP duplo “From The Fires” e o lançamento de seu definitivo disco de estreia, “Anthem Of The Peaceful Army” — dois trabalhos que consolidaram seu espaço entre os grandes nomes do rock moderno.
Como prova de seu crescente sucesso, os americanos arrancaram elogios de grandes nomes como Alex Lifeson (guitarrista do Rush), Joe Elliott (vocalista do Def Leppard) e do próprio Robert Plant (memorável frontman do Led Zeppelin), além de terem recebido três indicações ao Grammy, incluindo ao cobiçado prêmio de “Artista Revelação”. Carregando uma inegável responsabilidade de representar a nova geração do gênero, o grupo sobe ao palco do Lollapalooza no dia 7 de abril, prometendo trazer consigo um show enérgico e nostálgico para os fãs de longa data do bom e velho rock.
THE FEVER 333
Outro nome que vem ao Brasil para apresentar a renovação do rock é o The Fever 333. A banda californiana incorpora o caráter repreensor que marcou tantas linhagens do gênero com mensagens agressivas e diretas, levantando a bandeira dos debates acerca das políticas imigratórias, desigualdade social e degradação racial que tornaram-se retrato dos Estados Unidos ao longo das últimas décadas.
O trio, que lançou na semana passada seu primeiro álbum de estúdio, “Strength In Numb333rs”, mescla rap e punk dosadamente para dar origem à um som organizadamente tumultuoso, com o intuito de “despertar as massas” para os temas que afligem o mundo em tempos tão críticos. “Existem vários desequilíbrios e abusos de poder sistematicamente, cujos efeitos são degradantes e muitas vezes catastróficos, assim como vimos se repetir tantas vezes na história. […] O tema sobressalente da banda é: se o povo providencia tais sistemas e estruturas de poder, então talvez possamos recuperar esse poder e encorajar outras pessoas a fazer algo a respeito”, afirmou o vocalista Jason Aaron Butler em entrevista à revista americana Hysteria, remetendo ao discurso revolucionário de grupos monumentais como The Clash e Rage Against The Machine.
Tal posicionamento tem conquistado adeptos por toda a indústria fonográfica, uma vez que a banda não apenas coleciona novos fãs pelos palcos onde sobe, como também faturou uma indicação ao Grammy de “Melhor Performance de Rock”. Portanto, quando o The Fever 333 se apresentar no Lollapalooza no dia 5 de abril, esteja atento à mensagem.
JAIN
A bagagem internacional que Jain acumulou ao longo de sua formação pessoal é, certamente, uma das maiores razões para o pronto reconhecimento de sua recém-nascida carreira. Devido ao trabalho de seu pai, a cantora deixou a França aos nove anos de idade rumo à Dubai, onde passou três anos até se mudar para o Congo. Até retornar à Paris para a realização de um curso artístico, Jeanne Louise Galice já era enormemente influenciada pelos estilos árabes de percussão e pelas dançantes melodias africanas, conforme seus próprios trabalhos evidenciam.
A fusão de gêneros que a francesa propõe por meio de seus trabalhos é, talvez, uma das coisas mais interessantes a se testemunharem no Lollapalooza em abril. Seu show, agendado para o dia 6, deve contar com diferentes amostras de seu inato talento criativo, como deixa claro o seu mais recente disco, “Souldier”, bem como músicas como “Come” e “Makeba”. Será impossível não dançar.
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