Por: Allan César e Lucas Ribeiro
Com o clima de final de ano no ar, é claro que não podíamos deixar de fazer a nossa lista de melhores do ano. Pensou que não ia ter? Bom, separamos os 10 principais álbuns (e alguns EPs) que foram lançados durante o ano. Tem de tudo, desde o pop farofa até o hip-hop. Vem então conferir se seu disco mais escutado entrou para a nossa seleção dos melhores álbuns nacionais de 2018!
10° Melim – Melim
Lançado em junho deste ano, o CD homônimo da banda Melim é um verdadeiro som de positividade. Com influências de diversos estilos, principalmente o reggae, pop, MPB e surf music, o disco do trio é uma boa indicação para quem curte Joss Stone, Jason Mraz, Natiruts, entre outros. Mesmo permeando tantos sons, o CD soa extremamente original. O primeiro single do disco, “Meu abrigo”, assumiu o primeiro lugar da parada do Spotify Brasil neste ano, um feito e tanto para um primeiro álbum. Vale o Stream!
Destaques: Peça Felicidade, Hipnotizou, Meu abrigo.
9º 5 – Rouge
Ficar 12 anos afastado do cenário musical, e tentar se reinserir nesse meio onde tudo muda constantemente, não é uma tarefa nada fácil, mas o Rouge conseguiu. Tendo seu espaço consolidado no cenário Pop nacional, a girlband voltou com as atividades ano passado afim de construir um novo legado, eis então que surge o EP “5”. Com a formação original, o EP é boom pop de qualidade, com grandes vocais (EU DISSE VOCAIS, MEUS CAROS) e com a identidade característica do grupo. Considerando os parâmetros que o Rouge surgiu com os atuais, o trabalho é uma excelente reestreia. Pode ouvir sem medo!
Destaques: Beijo na Boca, Solo Tu, Te ligo Depois.
8º Dona de Mim – IZA
Que a IZA foi um dos grandes nomes da cena nacional esse ano isso não dá para negar. Trabalhando alguns singles de forma avulsa, desde que surgiu no mainstream, foi apenas em abril de 2018 que o álbum da cantora viu a luz do dia. Lançado pela Warner Music Brasil, o “Dona de Mim” é um verdadeiro show de performance vocal. Guiado pelos singles “Pesadão” e “Ginga”, o álbum aborda temas como sexo, festa e liberdade, tudo de forma descontraída. O disco também foi indicado ao Grammy Latino 2018 na categoria Melhor Álbum Pop Contemporâneo em Língua Portuguesa (!!!). Quer mais? Vale a audição.
Destaques: Rebola Feat. Carlinhos Brown & Gloria Groove, Linha de Frente, Dona de Mim.
7º Ambulante – Karol Conká
Levou 5 anos para que o sucessor do aclamado Batuk Freak (2013) chegasse as plataformas digitais. O segundo álbum da rapper curitibana, traz um som coeso, baseado em um discurso social bem nítido nos trabalhos anteriores da rapper. O disco passeia por ritmos que vão do Vogue ao brega, com vocais impecáveis e batidas assinadas pelo parceiro de longa data da artista, o Boss In Drama. Atual e com pitadas de autoafirmação, Ambulante é um excelente álbum.
Destaques: Saudade, Vogue do Gueto, Fumacê.
6º Brasileiro – SILVA
Com os bombardeios de lançamentos nos dias atuais, é uma tarefa cada vez mais difícil manter-se atual e original. Em Brasileiro, Silva mostrou que é possível sim. Na obra delicada e melancólica, toda guiada por ritmos brasileiros, o cantor traz toda sua autenticidade em um material, e mostra uma evolução de seus materiais anteriores, e compartilha e convida a todos a embarcarem em seus sentimentos mais profundos. 12 das 13 faixas do disco foram compostas pelo cantor. Artista, né mores?
Destaques: Duas da Tarde, Guerra de Amor, A Cor É Rosa.
5º Lobos – Jão
Desde que surgiu fazendo covers na internet, Jão sempre nos chamou atenção pela sua forma intimista de cantar e expor seus sentimentos, o que consequentemente nos deixava cada vez mais ansiosos pelo seu material de estreia. Singles iam e vinham, e finalmente o “Lobos” saiu. Exatamente da forma que imaginávamos. Com melodias marcantes e extremante pessoal. O que Jão não esperava era que seus medos e inseguranças fossem os mesmos de muita gente. O álbum é o famoso “dançando e chorando” e também passeia vários ritmos musicais, como o sertanejo e a MPB.
Destaques: Eu quero ser como você, Me Beija Com Raiva, Ainda te Amo.
4º SER – Quebrada Queer
Se um LGBTQ incomoda muita gente, imagine seis. Ou melhor, seis artistas gays ganhando espaço. Foi em junho deste ano que a Cypher (rap criado e executado coletivamente) Quebrada Queer surgiu na cena, mas só agora no finalzinho do ano que lançou seu primeiro material redondinho nas plataformas digitais. SER – Sobre Existir e Resistir traz cinco faixas bem distintas que abordam várias questões sociais, que vão da ausência de LGBTQs no rap até a insatisfação com o rumo político do país (#ELENÃO!!!). Produzido inteiramente de forma independente, o EP possui batidas bem produzidas e rimas que deixam muitos nomes atuais no chinelo. Qualidade do início ao fim, vale demais o Play!
Destaques: Hold Up (Templo), Sem Terror, Arruda.
3º Sinto Muito – Duda Beat
Extremamente intimista, este álbum escorre sentimento do início ao fim. Lançado de forma independente, o “Sinto Muito” é o primeiro álbum da pernambucana Duda Beat. Escrito pela própria cantora, o álbum é um verdadeiro bolero de amor que permeia por várias fases de um relacionamento e que termina em um processo de desapego e a busca por um novo amor. O disco não soa nem um pouco datado e é carregado de ritmos nacionais que parecem que amplificam ainda mais as letras. Como a própria cantora já disse, na produção do álbum suas inspirações foram Kali Uchis, Frank Ocean e Kendrick Lamar. A pernambucana conseguiu trazer um disco muito pessoal e misturar várias referências com muita personalidade, se firmando como uma grande promessa do Pop nacional, para estourar ainda mais em 2019. Pode soar estranho na primeira audição se deparar com um trap e parar num axé, mas tudo soa coeso no mundo de Duda. Um mundo que ela explana e te convida a conhecer faixa a faixa.
Destaques: Bixinho, Egoísta, Bédi Beat.
2º Não Para Não – Pabllo Vittar
“Eita, menina, quando toca essa batida/Todo mundo se anima e começa a rebolar”.
É exatamente assim que a gente se sente quando o Não Para Não começa a tocar em algum lugar. Lançado em outubro pelo selo Sony Music, o NPN é segundo álbum de estúdio da Drag/Cantora Pabllo Vittar, e de longe o melhor álbum pop nacional do ano. Imagina se Lady Gaga e Charli XCX fizessem um disco conjunto e resolvessem chamar a Joelma e a Mylla Carvalho da CIA do Calypso para ajudar na produção do álbum. Então, foi assim que nasceu o Não Para Não. Com produções pop que não deixam nada a desejar para a gringa, o disco exala brasilidade em todas faixas, sem soar desesperador ou tosco, muito pelo contrário, soa como fusões perfeitas que devem com toda certeza orientar os próximos lançamentos aqui no Brasil.
Destaques: Seu Crime, Buzina, Trago Seu Amor de Volta.
1º Bluesman – Baco Exu do Blues
“Eu sou o primeiro ritmo a formar pretos ricos. O primeiro ritmo que tornou pretos livres (…) A partir de agora, considero tudo blues. O samba é blues, o rock é blues, o jazz é blues, o funk é blues, o soul é blues. E sou Exu do Blues. Tudo que quando era preto era do demônio e depois virou branco e foi aceito, eu vou chamar de Blues. É isso, entenda: Jesus é blues.”
Não é preciso ir muito longe neste disco para entender onde Baco quer chegar. Abordando temas como bipolaridade, racismo, depressão, impotência diante a própria dor, Bluesman é o retrato de um jovem negro que oscila emoções, vibra com suas conquistas e que chora com sua invisibilidade perante desigualdade social. Baco canta suas experiências sem rodeios e fala das suas insatisfações mesmo que ela doa a quem doer. Coeso do início ao fim, se engana quem pensa que o blues é levado à risca no material. O disco vai do trap ao R&B, com analogias que vão de Britney Spears à Kanye West. Um disco afirmativo e necessário. Por favor, tragam um grammy aqui, Baco vive!
Destaques: Bluesman, Flamingos, Me Desculpa Jay-Z.
Bom, esses foram os que entraram para o nosso top 10! Ficou faltando algum? Comenta aqui em baixo qual álbum nacional você mais escutou durante o ano, e se você não conhecia nenhum desses, corre para adicionar na sua playlist e aproveitar o reveillon com muita música nova!