A convite do Spotify Brasil, nós do Tracklist fomos curtir uma sessão voz e violão da cantora Mallu Magalhães na sede do Spotify, em São Paulo, na segunda-feira (19). Ela apresentou músicas de seu novo trabalho “Vem” e sucessos como “São Paulo” e “Mais Ninguém” da Banda do Mar. Depois do show, Mallu bateu um papo com a galera e comentou sobre o processo de criação de seus álbuns e seu desenvolvimento como artista.
“Cada um teve uma demanda, era um momento e exigiu coisas diferentes de mim. No primeiro foi mais fácil, era mais um compilado. O segundo foi mais difícil e já teve uma pressão. Eu mesma estava um pouco perdida, tinha vontade de cantar músicas em português, mas as minhas composições eram mais em inglês. É uma coisa da idade, o primeiro eu fiz com 15 e gravei com 16, o segundo eu fiz com 17. É uma idade difícil demais“, disse Mallu sobre o processo de criação e evolução de seus trabalhos.
“O terceiro foi o “Pitanga”, foi a reviravolta. Foi como assumir a música como profissão e quase como vocação. É aquilo que você nasceu, que você não consegue negar. Era mais nua. Vou dar tudo. Coisa bem artesanal, bem melancólico no processo, bem contemplativo“, continuou.
“Curioso sair do “Pitanga” para Banda do Mar. Meu papel foi bem irreverente, bem improvável. Às vezes eu vejo uns vídeos e penso: que banda improvável“, disse Mallu se referindo a Banda do Mar, projeto que faz parte junto com Marcelo Camelo – seu marido – e Fred Ferreira.
Sobre o novo disco, ela disse: “Esse disco foi o que eu tive mais bagagem. Estamos em 2017, em setembro desse ano faz 10 anos que postei “Tchubaruba”. Foram 10 anos de ralação, muito peso e muita força. O “Vem” é um disco muito assumido. A intenção é fazer um grande disco. Foi um disco muito intenso e acho que ficou um grande disco, tem composições clássicas e esquisitas, como “Gigi”, com essa roupagem e letras. Ficou um disco com toda dedicação e tudo que a gente quis, nossos sonhos musicais. Ficou um disco com o peso que era pra ele ter”
Mallu foi acusada de racismo após o lançamento do clipe da música “Você Não Presta”, no qual ela estrela cercada por dançarinos negros. “Eu honestamente não via isso. E perguntei as pessoas se elas viam isso. Fico triste porque foi muita dedicação. Quando você vê os números você percebe que a maioria gostou. Foi só uma minoria que ficou ofendida. Selecionei os dançarinos pelo talento, não pela cor. Fico triste porque é horrível ofender alguém“, disse Magalhães. “Realmente foi duro pra mim, ver que as pessoas se sentiram ofendidas”
“São desafios que temos que aprender a lidar. Hoje em dia acho que tenho uma sensibilidade sobre o racismo. Hoje em dia coisas que a gente diz e não podem ser ditas, com relação a mulher e qualquer outro grupo. Acho que saí dali uma pessoa mais sensível“, finalizou.
Sobre a diversidade de sons no novo trabalho, Mallu disse: “Tem vários estilos que acho que não tinham. Eu sempre fiz bastante samba, mas nunca tinha conseguido encaixar no álbum. São estilos que sempre foram muito presentes pra mim“. “O samba se eu for fazer sozinha não teria muito swing. Tem muito da mão do Marcelo e foi nossa intenção que tivesse o swing, que não fosse seco é nem eletrificado“, completou.
“A ideia era fazer um disco de música brasileira atual. Que tivesse sido feito hoje, não olhando pro passado, olhando pro agora”
“Fico feliz de ter o disco reconhecido e as críticas são melhores do que eu poderia imaginar”
O disco novo de Mallu Magalhães, “Vem”, já está disponível no Spotify. Ouça agora!
Obrigado, Mallu Magalhães e Spotify pelo convite!