Na semana passada, a Netflix estreou “Nova Cena”, seu primeiro reality show brasileiro voltado especialmente ao hip-hop. Apresentado por Djonga, Filipe Ret e Tasha e Tracie, o programa tem o objetivo de reunir talentos da cena de diferentes regiões do país em uma competição para definir quem será o novo rosto do rap nacional. Um dos nomes na disputa é OGCapitu, rapper mineira que ganhou as atenções do público desde o lançamento da série.
Natural de Belo Horizonte, a trapper diz que está na cena do rap há sete anos, depois de desenvolver um projeto na igreja no qual escrevia poesias. Com o tempo, a cantora encontrou seu lugar no slam, e desde então, passou a investir nas próprias músicas e ganhar seu espaço na cena de Minas Gerais. A partir do reality show da Netflix, OGCapitu foi selecionada como uma das representantes do estado para a competição, trazendo suas rimas e a potência dos seus versos à disputa e dando visibilidade ao seu trabalho.
“A cena mineira tem muita autenticidade. Nós, de vários lugares de Minas Gerais, não apenas de Belo Horizonte, temos uma enorme pluralidade de lírica, de flow, de métrica, de melodia”, declarou a rapper. “Dar voz e visibilidade para que isso aconteça, para que as pessoas realmente vejam e enxerguem, saindo um pouco do mesmo eixo de sempre, de Rio e São Paulo, é algo muito importante. Fico feliz de fazer parte disso e de ter representado essa cena”, complementou.
Os dois últimos episódios de “Nova Cena” estreiam nesta terça-feira (19) com a cantora entre as últimas participantes. Em entrevista exclusiva ao Tracklist, OGCapitu conversou sobre a influência da cultura hip-hop em sua vida e sobre a sua participação no programa.
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OGCapitu comenta competição e visibilidade do “Nova Cena”
Após a estreia dos primeiros episódios da série, OGCapitu foi um dos principais destaques entre o público nas redes sociais. Atualmente, a rapper soma mais de 13 mil seguidores em seu perfil no Instagram e tem conquistado cada vez mais destaque por meio de sua personalidade e o talento que demonstrou nas dinâmicas do reality.
Ao longo do programa, os participantes tiveram a oportunidade de se destacarem em diferentes dinâmicas. Os MCs puderam se apresentar ao lado de grandes nomes do rap nacional, gravar videoclipes para suas faixas e lançarem seus próprios trabalhos com o auxílio de produtores renomados. Em uma das fases da competição, OGCapitu gravou uma música de autoria própria com a produção de Zegon, um dos mais importantes nomes da cena. A canção, “Rota”, foi posteriormente lançada nas plataformas de streaming, com o intuito de engajar os usuários em suas obras.
Para a rapper, o “Nova Cena” representa não apenas uma oportunidade para artistas brasileiros, mas também uma porta de entrada para o público conhecer mais do rap nacional. “Eu acho isso bem legal e importante, porque a cena nacional do rap vem sendo construída há algum tempo, mas só agora está recebendo a relevância que realmente merece”, conta. “Vai ser uma chance de dar visibilidade, de fazer com que mais pessoas conheçam a cultura, os artistas e, além dos nomes do mainstream que todos já conhecem, quem realmente está fomentando a cena de dentro, a cena underground, a cena das ruas. Acho que isso vai ser muito bom”.
Além de Minas Gerais, também foram escolhidos nomes de São Paulo e do Rio de Janeiro para o elenco do reality show, com o objetivo de reunir diferentes cenários do rap nacional para a disputa. Os jurados que representam cada região são responsáveis por selecionar quatro participantes a partir das audições locais, nas quais os MCs devem apresentar suas rimas e flows.
OGCapitu foi uma das escolhidas por Djonga e FBC para representar o seu estado, e durante o programa, teve a oportunidade de conviver com artistas de outras regiões e ouvir sobre as suas jornadas. “Ter participado dessa experiência só reforçou, de fato, o que o rap e o hip-hop representam, que é a união, sabe? Conhecer a trajetória e a caminhada de cada um, entender a história e a vivência de cada pessoa, a forma como cada um faz a sua arte, o seu rap, como cada um consegue colocar um pouco de si mesmo e, através disso, impactar as pessoas que se identificam com o que está sendo dito (…) Porque o rap é isso: o rap nos salvou e, através dele, conseguimos salvar outras pessoas também”, declarou.
A rapper conta que, apesar de se tratar de uma competição, o clima entre os participantes foi bastante amistoso. “O mais legal dessa experiência é que, apesar de estarmos competindo, não houve atritos entre a gente, porque soubemos separar o que era individual e o que era coletivo. De certa forma, acabamos nos ajudando a dar o melhor de nós mesmos, e conseguimos nos destacar sendo fiéis a quem realmente somos”, finalizou.