Após 5 meses desde o lançamento do single “Quer Dançar“, PRISCILLA lançou, nesta quinta-feira (9), seu mais novo álbum. Autointitulado, o material chega as plataformas com 16 faixas e parcerias com grandes nomes do cenário nacional, como Pabllo Vittar, Péricles e Bonde do Tigrão.
Segundo a artista, “PRISCILLA” marca sua consolidação enquanto artista pop. “Eu acho que é a virada, onde eu falo: Oi, gente! Cheguei, esse é meu álbum. Agora eu descobri meu som, minha identidade e minha estética”, conclui a cantora. Confira a entrevista completa logo abaixo!
“PRISCILLA” explora novas facetas da artista paulista
Tracklist: “PRISCILLA” é seu primeiro álbum 100% pop. Uma nova fase, uma nova estética. O que esse trabalho significa para você?
PRISCILLA: Bom, eu estou muito feliz. Acho que tive um grande ato de coragem em me reinventar, fazer algo que sempre tive vontade de fazer, que era um álbum pop, explorando muitas possibilidades sonoras e estéticas. Me dediquei na interpretação, na composição e produção, é meu primeiro álbum onde assino a produção, então tem muitos fatores que tornam ele especial. Eu mesma já o considero um sucesso pelo fato de ter me realizado fazendo essa obra, algo que foi difícil para mim internamente e que lutei tanto parar sair do jeito que foi planejado. Feliz demais por não ter abrido mão da minha autenticidade e daquilo que eu acredito. Sinto que estou colocando um bom trabalho na rua.
Como você mesma falou, além dos vocais e das composições, você também atuou como produtora do “PRISCILLA”. Como foi explorar esse lado?
Foi muito legal. Sempre me interessei por esse lado, fazia pré-produções no meu computador, mas pela falta de confiança, até por ser mulher, não via espaço. Durante minha jornada trabalhei com homens e não tinha uma referência feminina para mim. Há 10 anos eu conheci minha preparadora vocal e achei muito foda ela fazendo aqui e daí veio o estalo: “Um dia vou assinar minhas próprias coisas”. Comecei a estudar, me dedicar e nessa procura conheci produtores sensacionais, porém voltava para casa com aquela sensação de que elas não estavam conseguindo criar o som “Priscilla”, sabe? Então nada melhor que eu mesma produzir esse som, algo que me representasse. Fiz o processo inverso e busquei produtores que pudessem somar comigo como coprodutores.
Nesse processo encontrei o Carlos Bezerra que é um amigo querido de muitos anos e que fez esse álbum comigo. É muito legal poder mostrar para as pessoas esse meu lado, por isso que no material de divulgação é possível me ver tanto no processo criativo. Há muita dedicação. Vale a pena você, gostando ou não de mim, dar uma atenção à obra pela dedicação em tantas partes.
Há 3 colaborações no disco e elas são completamente diferentes: Pabllo Vittar, Bonde do Tigrão e Péricles. De onde saiu ideia de convidar artistas tão distintos para um projeto com um conceito tão amarrado?
Foi um sonho! Principalmente por fazer ter coesão essas faixas com esses artistas. Acho que é por isso que me orgulho tanto desse álbum, tem muitas coisas inusitadas que poderiam dar errado, mas confiei na minha visão e fui para cima.
O feat com Bonde do Tigrão foi algo planejado, agora com a Pabllo e Péricles foram surpresas de última hora. A Pabllo eu sempre imaginei em “10/10”, mas nunca tive coragem de pedir a parceria, aí depois da música mixada, indo para master, eu falei: “preciso tentar”. Ela aceitou, abrimos a música de novo, refizemos algumas coisas e deu certo. Agora “Bossa”, a música que o Péricles está, desde o início ela foi pensada como um feat, mas não sabia quem, só queria um veterano da música. Mandei para muitas pessoas, gente que gosta de mim e tudo, mas nunca ia para frente. Quando eu estava desistindo, alguém da minha família falou, “por que não o Péricles?”. Aquilo fez tanto sentido, mandei para ele e ele topou. Me sinto muito abençoada e honrada, pois tenho representantes muito grandes da cena brasileira e que marcaram a música desse país de alguma forma.
Caramba, com tantos desdobramentos, imagino que não faltem histórias de bastidores sobre o álbum. Tem alguma que você ainda não falou para ninguém que pode compartilhar conosco?
Olha, confesso para você que todas as faixas têm história, mas a música “High”, que é a única música do disco em inglês, possui uma interessante. Ela não era para ser em inglês e sim em português, mas na hora de compor a gente vai pela melodia e gravando eu adorei a fonética da palavra. Quando acabei a melodia e fui montar a letra em português, tive um bloqueio criativo enorme, não consegui pensar em nada que fizesse sentido e acabei deixando ela em inglês simplesmente por não conseguir traduzir “high”. Fiquei obcecada pela fonética da palavra e ficou assim.
O nosso pop vive um momento muito legal. Tivemos Pabllo e Anitta com Madonna recentemente, mês passado Ludmilla no Coachella, Luisa na Billboard. Como você vê o nosso pop atualmente? Você se inspira nessas pessoas? Como você acha que pode agregar e somar com essa galera?
Todas elas são admiráveis, observando individualmente todas têm uma história de superação, perseverança e talento, então é muito legal ver tudo isso acontecendo para elas. Acompanho todas, algumas eu sou mais próxima, o que torna isso ainda mais especial. O último álbum da Anitta, por exemplo, eu amei, principalmente pelo discurso e mensagem que traz, desde o início ela defende o conceito do álbum e isso também mostra que ela é uma mulher de palavra.
Acho que agora também é um momento muito propício para novidades, me vejo aí, foi o que tentei trazer com esse álbum, fazer algo atual, mas que seja tendência para daqui a uns dois três anos. Um novo jeito de cantar, compor, sinto que as pessoas estão mais abertas para isso, não quis fazer nada genérico ou receitas que já funcionem, quis ser ambiciosa e me arriscar mesmo. Sinto que entro nesse lugar, de tentar trazer uma abordagem nova, uma versatilidade que está presente no álbum, sem definir nada, você pode ser isso, mas pode ser aquilo também.
Você vai estrear a turnê “A Experiência” no mês que vem em SP. Como estão as expectativas para voltar aos palcos?
Estou muito ansiosa! A parte dos shows ao vivo é de longe a parte mais legal. Ali você consegue ter o contato direto com o fã. Vai ser um show imersivo, a ideia é que ele tenha algo mais profundo ali naquele momento, vão ter visuais que irão ser gravados, não são clipes, mas imagens que contam melhor as histórias. Tem também uma parte que traz o backstage desse trabalho para o palco, uma câmera interativa entre os dançarinos e o público, tudo pensado com muito carinho. A setlist é basicamente o álbum “PRISCILLA” pensei nisso na hora que contruí esse disco, queria um material que mostrasse minha performance.
Então a setlist do show segue a ordem do álbum?
Sim. Exatamente isso. Vamos transpor o estúdio para o palco. Também vai ter um tributo à minha era “Gente” que é muito especial para os meus fãs e algumas outras surpresas. Esse show definitivamente vai ser a celebração de tudo que fiz de mais importante e relevante, que são esses dois discos, “Gente” e o “PRISCILLA”.
Você já bateu o martelo sobre os próximos singles do “PRISCILLA”?
Sendo bem honesta, desde o início eu não queria ter lançado nenhum single antes porque essa obra só faria sentido completa. Sabia que se eu lançasse algo antes teriam alguns choques, críticas, uma dificuldade da galera entender se ouvissem faixas individuais. Então agora eu quero trabalhar a obra, esse projeto foi feito para ouvir completo, as 16 faixas de uma vez. Claro que depois você pode voltar na sua preferida, mas só faz sentido se você ouvir o álbum completo. Quero que as pessoas deem atenção para o conjunto, por isso não vamos trabalhar um lead single agora. Claro que depois que eu ouvir os feedbacks dos meus fãs eu vou adorar dar de presente para eles videoclipes e tal. Afinal, é para eles, para que a experiência seja divertida.
Para finalizar, defina o “PRISCILLA” em 3 palavras.
Coragem, autenticidade e novidade.