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Review: Em “Las Mujeres Ya No Lloran”, Shakira canta recomeços

O material chegou às plataformas na última sexta (22)

Shakira para "Las Mujeres Ya No Lloran" | Foto: Divulgação
Shakira para "Las Mujeres Ya No Lloran" | Foto: Divulgação

Com mais de duas décadas de sucesso, Shakira lançou, na sexta-feira (22), seu mais novo álbum de estúdio, ‘Las Mujeres Ya No Lloran’. Sendo o 12º disco de sua carreira e o primeiro após seis anos sem lançar um material completo, o trabalho representa a volta da artista e o conturbado e exposto término com o ex-jogador de futebol Gerard Piqué.

Contando com 17 faixas, sendo duas extras – uma versão da primeira música do álbum, “Puntería – Vinyl Version“, e um remix da íconica “Shakira: Bzrp Music Sessions, Vlo.53” – o disco possui parcerias com Cardi B, Ozuna, Karol G e muitos outros.

Com “Las Mujeres Ya No Lloran”, Shakira transforma lágrimas em diamantes

Iniciando o álbum, temos a pop e animada parceria com Cardi B, “Punteria”. Muito parecida com os recentes trabalhos da colombiana, a faixa é divertida e fala sobre ser acertado por aquela pessoa com uma boa pontaria. Cardi é uma grande fã de Shakira e já falou algumas vezes sobre o seu sonho de colaborar com voz de “Hips Don’t Lie”. O resultado agrada, mas não convence tanto.

O material segue fazendo mesclas de pop com outros gêneros, tendo como destaque  “La Fuerte”, “Tiempo Sin Verte” e “(Entre Parénteses)” , primeiras letras que expressam seus sentimentos sobre sua separação. Por mais animadas que sejam, ela canta sobre saudade e a dificuldade de seguir em frente.

Outros gêneros são explorados ao longo do disco como o afrobeat em “Nassau”, o tex-mex em “(Entre Paréntesis)” e até o rock em “Cómo Dónde y Cuándo”. Nelas Shakira não só esbanja vocais diversos, mas também suas habilidades de composição e multi-instrumentista.

Outro destaque do álbum é a canção “Última” que faz jus ao título: Foi a última música a ser adicionada à tracklist final do “Las Mujeres Ya No Lloran”, inclusive, segundo a própria, contra a vontade de todos. A balada fala sobre deixar o passado no passado e viver o presente.

“Perdemos nosso amor no meio do caminho/ Como você se cansou de algo tão genuíno/ Não tente me convencer, eu te pergunto/ Já está decidido, nos resta o que aprendemos”, canta Shakira com a voz carregada de emoção no refrão.

Com intenção ou não, a colombiana soube usar bem os benefícios da era dos streams e compilou todos os seus singles anteriores já lançados no projeto, consolidando-o como um disco bem-sucedido antes mesmo de ser lançado.  “Te Felicíto feat. Rauw Alejandro”, “Monotonía feat. Ozuna”, , “TQG” feat Karol G , “Acróstico – Milan y Saha”, “Copa Vacía feat. Manuel Turizo”, “El Jefe feat. Fuerza Regida” e o mega hit “Shakira: Bzrp Music Sessions, Vlo.53” fecham as 17 faixas do projeto.

Por mais conhecidas que sejam, algumas delas soam como novas no conjunto da obra, até mesmo complementando o enredo de recomeço do álbum, como é o caso de “TQG”. Outras, porém, parecem mais um “tapa buraco”, completando o disco apenas pelo número de streams que possuem. O destaque maior entre elas fica com “Shakira: Bzrp Music Sessions, Vlo.53”, que deu mote e nome ao álbum, um verdadeiro sucesso.

Conclusão

Cru, sincero e forte, “Las Mujeres Ya No Lloran” é um bom álbum pop no qual Shakira conseguiu perseverar e transformar um dos piores momentos da sua vida em algo para inspirar outras mulheres. Por outro lado, o excesso de parcerias e algumas produções mais genéricas reduzem o brilho do projeto.

Entretanto, Shakira sempre se mantém relevante. Após décadas de carreira, “Las Mujeres Ya No Lloran” é mais uma prova que sua arte vai perdurar e quebrar fronteiras novamente.

Nota: 8/10