Recentemente, o Colors ganhou a atenção de muitos brasileiros ao abrir as portas para vários artistas nacionais se apresentarem em seu estúdio. O samba, o funk e a nova MPB foram ouvidos por milhares de usuários nas vozes de Emicida, MC Dricka, Ana Olic e ÀVUÀ, quatro nomes que ajudaram a levar parte de nossa música para o mundo nas últimas semanas.
Atualmente com quase seis milhões de inscritos e mais de dois bilhões de visualizações ao todo no YouTube, o canal recebe nomes de todos os continentes para performances de seus principais lançamentos em um estúdio colorido e vazio, com apenas um microfone à disposição e o talento em destaque para os espectadores. Como uma maneira de promover um espaço livre para diferentes culturas e estilos, o Colors se tornou uma das maiores atrações para os fãs de música e decidiu seguir além.
Em busca de novos sons para reproduzir e histórias para contar, a equipe do canal veio ao país em 2021 e criou um projeto editorial com várias entrevistas e reportagens sobre a cultura brasileira, aprofundando-se nas trajetórias de figuras da arte, da política e da religião nacionais.
Como o Colors surgiu
A série de vídeos do Colors teve início em fevereiro de 2016, como uma curadoria de artistas da cena alternativa do R&B e do rap. Nos anos seguintes, o projeto seguiu ganhando destaque internacional, reunindo uma grande audiência com a presença de artistas como Billie Eilish, Doja Cat, Jorja Smith, Daniel Caesar, entre tantos outros.
O primeiro nome nacional a ganhar espaço no canal foi o de Xênia França em junho de 2019, com uma performance de “Miragem”, hoje com mais de um milhão de visualizações. A cantora foi seguida por apresentações de vários nomes brasileiros nos meses seguintes, como Luedji Luna, Rincon Sapiência, Zeca Veloso e Liniker, construindo um espaço próprio para a música nacional.
Ao longo do mês de dezembro, vários artistas nacionais voltaram a se apresentar no Colors, voltando a chamar a atenção do público brasileiro. No Dia Nacional do Samba, Emicida foi a grande atração do canal com uma performance de “São Pixinguinha”, canção autoral escrita em homenagem a um dos maiores nomes do samba, Pixinguinha.
Na semana seguinte, o funk foi destaque no canal com a participação de MC Dricka, uma das maiores representantes do gênero na atualidade. Com seu novo single, “Gadinho de Faz Tempo”, a paulistana ajudou a ampliar o alcance do funk no cenário internacional, contabilizando milhares de visualizações e atraindo os ouvidos de muitos para o estilo.
Leia também: Opinião: Funk brasileiro está finalmente ocupando seu lugar de direito
Ana Olic, cantora revelação mauaense, e ÀVUÀ, dupla formada por Bruna Black e Jota.pê, também deram as caras no Colors na reta final de 2021, representando as vozes emergentes da música nacional e ganhando visibilidade não apenas entre os estrangeiros, mas também de brasileiros que passaram a acompanhar seus trabalhos após as performances.
Um projeto editorial inédito no Brasil com Emicida, MC Dricka e mais
A recente onda brasileira no Colors não foi um acaso. Em outubro de 2021, a equipe do canal viajou para São Paulo para o desenvolvimento de um projeto editorial inédito, buscando trazer um enfoque sobre a cultura e a sociedade brasileiras com reportagens e conteúdos especiais além das apresentações, gravadas na Casa Natura Musical.
Para se aprofundar nas histórias, o Colors trouxe vários repórteres para entrevistar figuras da música, da política e da religião, além de colaboradores convidados a registrar os seus cotidianos em vídeo curtos para ilustrar a vida em nosso país. O canal reuniu todos os conteúdos em um site especial, propondo, em suas palavras, “um amplo escopo de artigos e entrevistas da comunidade LGBTQIA+, seguidores da religião afro-brasileira do candomblé e mulheres MCs e DJs lutando por reconhecimento na cena do baile funk”.
Entre os nomes escutados, estão os de Erika Hilton, a primeira vereadora transgênero de São Paulo e a vereadora mais votada do Brasil nas eleições de 2020; Tasha & Tracie, a dupla de MCs gêmeas que tem se destacado entre as principais revelações do rap nacional; e os de Janice Macarenhas, Diameyka Odara e DIU, seguidoras do candomblé que foram entrevistadas sobre a relação com a religião em suas vidas.
Trata-se, entretanto, apenas do primeiro projeto editorial que o canal pretende criar. A intenção do Colors é explorar a realidade de diferentes países pelo mundo, destrinchando as trajetórias que existem por trás das canções apresentadas em seu canal e criando um espaço cada vez mais globalizado e plural.
A fim de derrubar as fronteiras geográficas que dividem a música e o entretenimento em mercados tão distantes entre si, o Colors tem transformado carreiras e se consolidado como um importante espaço para artistas de diferentes estilos, origens e crenças em nome do talento e da arte.