Por Ana Clara Pinheiro
Você pode não saber quem é Iann Dior, mas existem grandes chances que você já escutou o trabalho do artista. Nascido em Porto Rico e criado no Texas, Iann transformou seu talento para redação em arte. Após começar um regime pesado de lançar uma música por semana, o artista chamou a atenção do Taz Taylor, produtor musical e fundador do Internet Money.
Com o lançamento do single “gone girl” e do seu álbum de estreia “Industry Plant”, Iann conquistou uma base de fãs fervorosos que curtiam a forma com que o artista misturava gêneros musicais em suas faixas. Seus fãs foram leais durante anos, mas foi após sua participação em “Mood” que seu nome realmente começou a chamar a atenção do público geral.
A música, uma colaboração entre Iann e 24kGoldn, conquistou o #1 da Billboard Hot 100 e conta hoje com mais de um bilhão de reproduções somente no Spotify. Sucesso viral, o single também fez com que Iann encabeçasse a lista de “Artistas Emergentes” da Billboard. Tudo isso com 21 anos! Em entrevista ao Tracklist, Iann contou um pouco mais sobre sua história, seus lançamentos e muito mais.
Leia a entrevista com Iann Dior na íntegra:
Uma grande influência na sua carreira foi escrever redações na escola. Você pode comentar um pouco mais sobre como você começou a brincar com música para os nossos seguidores que ainda não te conhecem?
Eu não era muito uma criança acadêmica. Reprovei várias aulas porque eu sentia que não queria estar lá, mas inglês era uma matéria que eu gostava mais. Meus professores sempre falavam que eu escrevia boas redações e eu acho que isso teve muita influência na minha música desde o começo. Eu levei o que eu aprendi nas aulas e coloquei nas minhas músicas pra contar minha história através disso.
Eu gosto quando você diz que prefere pessoas que são fluidas na forma que tratam música, porque quando você está muito focado em uma fórmula ou gênero específico, você acaba perdendo diversas oportunidades de evoluir o seu som. E você tem muita consciência disso! Conta pra gente um pouco mais sobre seu processo criativo e como você entra no estúdio tendo essa visão.
Eu ia pro estúdio e ficava preso entre fazer uma música pop ou um rap, então eu cheguei pro meu produtor e falei: “vamos fazer os dois juntos”? É basicamente como “Mood” rolou! A guitarra é pop, mas a faixa toda tem percussões de trap, é uma mistura de pop e rap. Essa é uma mistura de gêneros que eu curto muito e to fazendo muito no álbum. Eu acho que é diferente e eu sempre quis ser diferente. Eu posso fazer qualquer tipo de música assim… Eu vou pro estúdio um dia e vou fazer um reggaeton, sabe? E eu não iria estar esperando por esse resultado! Pra mim sempre foi uma questão de se divertir e tentar coisas novas, eu poderia fazer isso o tempo inteiro.
Já que estamos falando disso, essa pergunta veio dos seus fãs. O Iann Dior Brasil quer saber: quais tipos de gêneros musicais você acha interessante tentar que você ainda não teve a chance de explorar?
Eu não lancei nenhuma música em espanhol ainda e eu to muito animado pra tentar, porque eu sinto que esse é um mundo que as pessoas aqui não conhecem de verdade. As pessoas escutam Bad Bunny, J Balvin, mas eu não acho que eles entendem que é um universo maior do que o que a gente tem aqui, sabe? É um mundo diferente que eu adoraria explorar. Eu quero voltar para Porto Rico, quero fazer uma música com Bad Bunny, quero ver minha família e fazer um vídeo por lá. Essas são as coisas que me deixam muito animado, principalmente porque a gente não pôde viajar esse ano.
“Still Here” está aqui! O projeto de 2 faixas é até agora o principal lançamento do seu trabalho esse ano. Como ele acabou rolando e como você tomou a decisão de incluir “shots in the dark” e “don’t wanna believe” nele?
Foi tudo pensando nos meus fãs! Eles estavam chateados que eu não tinha soltado muita música ainda e queriam que eu lançasse mais. “Still Here” é basicamente pra que eles saibam que eu ainda to aqui. Eu avisei que “shots in the dark” tava vindo, mas eles não sabiam que “don’t wanna believe” vinha junto. Foi uma surpresinha pra eles, sabe? A gente tá se preparando pro próximo single, o que é animador. Eu só quero que meus fãs saibam que eu to lançando o ano todo, sabe? É um ano emocionante para mim, a gente vai lançar muita música e eles precisam se preparar pra isso.
Falando em “shots in the dark”, o single é uma sequência de “gone girl”, outra parceria que você teve com Trippie Red. Vocês já sabiam que iriam fazer outra colaboração juntos desde o começo?
Eu só faço música com os meus amigos e a gente nunca força a ida pro estúdio. A gente se encontra, faz m***a normal e vai pro estúdio depois, sabe? Com Trippie foi basicamente isso, “vamos fazer umas músicas e escolher as melhores”. A gente nunca falou que seria “gone girl 2” até o momento que eu postei isso no meu Stories e Trip curtiu.
O vídeo foi lançado umas semanas atrás e é a continuação da trama que você brincou anteriormente. “gone girl”, o lyric video de “shots in the dark” e o vídeo oficial seguem a mesma história. Como isso aconteceu? Você tinha as duas músicas antes ou decidiu continuar a história depois de ter feito “shots in the dark”? Me conta um pouco mais sobre!
Eu diria que veio depois! Uma pessoa que eu encontrei e a gente ficou ouvindo a música e sentiu que parecia “gone girl 2” foi o Mooch. Como sempre, eu e o Mooch fizemos um brainstorm e amamos a ideia de continuar a história. “gone girl” terminou com uma versão animada, então a gente queria trazer aquilo pra vida real e continuar a trama.
Eu queria muito saber se os alienígenas no videoclipe eram seus amigos ou se eram só atores hahah
Então, os alienígenas eram alguns dos meus parceiros e os amigos deles também! O que foi muito engraçado porque levou umas 6 horas pra fazer a maquiagem e um amigo meu tava com um cérebro gigante. O pescoço dele quase deu cãimbra de tão pesado, eu achei aquilo muito engraçado hahaha Mas sim, foram alguns dos meus amigos. Deixa tudo mais divertido, deixa as coisas mais interessantes, né?
Você é bem novo e já tem uma música que passou 36 semanas na Billboard Hot 100. Como você se sente sendo um artista jovem na indústria?
Eu me sinto como se tivesse uma vantagem. Eu tenho oportunidades que várias pessoas da minha idade não tem e eu to pronto pra aproveitar isso. 36 semanas na Hot 100 é doidera pra um garoto de 19 anos e um garoto de 21 anos, então a gente só tá aproveitando tudo. A gente fica muito feliz que as coisas estão acontecendo do jeito que estão.
Você fica com medo por ter conquistado tanto tão jovem?
Não, você pode até perguntar pro meu time! No dia que “Mood” pegou #1, a minha ficha não caiu direito e eu fiquei: “beleza, vamos pro estúdio fazer outra”! Eu tava pronto pra fazer a próxima música, eu não fico muito tempo celebrando, sabe? É como eu sou.
Eu sei que você tem um projeto maior ainda pra esse ano. Existe alguma música que você ainda não lançou que você está muito ansioso pros seus fãs escutarem?
Yeah, o próximo single é uma música que eu gosto muito, ela tá no álbum. É bem uptempo, eu to muito animado para lançar. Eu to pronto pra voltar a fazer shows e as músicas que eu to soltando têm muito isso na cabeça.
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Você pode dar um spoiler do nome da música ou é muito segredo ainda?
Eu não falaria que é um segredo, mas não quero entregar muito do que a gente tá fazendo ainda. Eu gosto de fazer surpresa pros meus fãs, sabe? Mas digo uma coisa, é uma música que eles já escutaram antes!
Você fala bastante de artistas que te inspiraram, tipo Juice World, J. Cole, The Strokes, Prince e mais. Fala pra gente um artista que as pessoas não acham que você curte, mas você adora!
Um artista que eu percebo que não falo muito é o Kanye. Ele é uma grande influência pra mim, “808s & Heartbreak” e “My Beautiful Dark Twisted Fantasy” são projetos que são tipo emo rap. A produção e a direção que o Kanye levou é linda e esses projetos são incríveis. Ele é uma pessoa que eu sempre me pego escutando ultimamente e eu curto muito esses álbuns dele.
Eu aproveitei seus projetos para nomear um jogo que fiz para você: “Still Here” ou “I’m Gone” hahaha A ideia é falar se você curte algo (“Still Here”) ou se você prefere simplesmente ir embora porque não curte (“I’m Gone”).
Podcasts
“Still Here”! Eu gosto bastante do podcast do Joe Rogan, quero muito ir lá. Gosto da direção que o podcast tem.
Shows ao vivo nas redes sociais
“Still Here” mesmo estando um pouco de saco cheio deles agora. Eu quero performar pras pessoas e não pras câmeras, sabe? Mas eu ainda curto!
Filmes de terror
“Still Here”! Eu amo filmes de terror, eu tenho vários favoritos. Eu gosto de “Hostile” (“Depois do Apocalipse”), mesmo me fazendo não querer ir nunca pra lá haha
Brunch
“I’m Gone” com certeza! Você não vai me encontrar em um brunch, mas eu amo sair pra comer. Pode até ser um pouco de “I’m Gone” e “Still Here”.
Gastar muito em roupas
“Still Here” certeza, eu vou sempre estar aqui pra isso.
Eu trapaceei nesta última porque eu sei que você é super ligado em moda hahaha Você tem planos de criar sua própria marca de roupas sem ser o seu “merch” oficial?
Sim, um dia eu quero ter minha própria marca, com certeza. Com roupas, eu sinto que isso é definitivamente um dos objetivos da minha vida. Levando em consideração que eu curto muito o mundo da moda e o que acontece nele, acho que quando eu for criar minha marca, vai ser algo grande.
Confira o novo remix de Lil Ghost para Iann Dior
Os seus fãs queriam que eu perguntasse sobre o Brasil, lógico. Você planeja vir para cá quando a pandemia acabar ou quem sabe até colaborar com algum artista brasileiro?
1000%! Eu ainda não saí do país. Ano passado eu ia fazer uma turnê fora, mas foi cancelada por causa da situação com o Corona. Eu to muito muito muito muito pronto pra viajar, eu sinto que to em LA por muito tempo já. Eu quero conhecer o mundo! Quero ir pro Brasil, Reino Unido, tudo. Com certeza vou prai.
Você pode mandar uma mensagem pros seus fãs do Brasil?
Olá Brasil, eu ainda não fui visitar vocês e eu sei que vocês esperam por isso, mas eu vou em breve. Amo vocês, obrigado por apoiarem minha música!