Por Thais Caetano – Nos dias 21 e 22 de abril, São Paulo recebeu, pela primeira vez, o Ultra Brasil, evento de música eletrônica original de Miami. No line-up, nomes como DJ Snake, Marshmello e Axwell se apresentaram para uma multidão de fãs que ajudaram a transformar o Vale do Anhangabaú em uma pista de dança.
A princípio, é importante destacar a escolha do local, que foi uma concentração de polêmicas nas redes sociais após o anúncio. Localizada no centro da capital paulista, a região do Anhangabaú tem sofrido com a falta de segurança.
Porém, em evento organizado pela produtora do festival, 30e, em fevereiro, foi anunciado que a empresa firmou apoio com a Prefeitura de São Paulo para projetar a região na rota dos festivais de música. “Nós estamos muito satisfeitos com este apoio. Realizar os nossos festivais no Novo Anhangabaú vai gerar um impacto positivo em diversas frentes. Os fãs de música, por exemplo, poderão curtir os shows de seus artistas favoritos em um espaço super bem localizado, com fácil acesso via transporte público e contar com uma estrutura em que a segurança se torna cada vez mais uma das prioridades”, comentou Pepeu Correa, CEO da 30e, na época.
Nos dois dias de Ultra Brasil, quem optou por ir ao evento de metrô pôde observar fáceis sinalizações e policiamento no trajeto entre a estação Anhangabaú e a entrada do festival.
A segurança também foi observada dentro do festival. Foi possível visualizar policiais e bombeiros em fáceis acessos do evento. Em ambos os dias, os shows acabaram pontualmente às 0h, o que facilitou a vida de quem precisava pegar o metrô para ir embora.
Segundo a assessoria de imprensa do Ultra Brasil, o esquema de segurança desenhado pela organização do evento contou com cerca de 300 seguranças particulares e mais 100 do consórcio Viva o Vale, que já atuam no Vale do Anhangabaú. Além disso, policiais de três batalhões da PM foram deslocados para a região. O evento também montou um Centro de Controle de Operações (CCO) com um time dedicado a monitorar imagens em tempo real de 105 câmeras.
O festival também recebeu um espaço dedicado para chamar carros de aplicativo. A segurança pós-evento contou com profissionais, carros e motos espalhados por toda a saída do local.
Ultra Brasil: saiba mais sobre o evento
Portas adentro, o festival se mostrou bem organizado. Palcos com o line-up nos horários certos, food trucks sem fila, banheiros químicos espalhados por todo o evento e uma estação de hidratação, fundamental para reabastecer garrafinhas de água.
O Ultra Brasil também contou com pontos de acessibilidade, com transportes dedicados a quem tivesse dificuldade de locomoção e espaços destinados a pessoas com deficiência.
Outras atrações também foram vistas no evento, como uma tenda de flash tatoo e piercing com algumas opções de desenhos para todos os gostos.
Os palcos e os jogos de luzes foram um show à parte. A grandiosidade dos telões do Main Stage, principalmente, era de cair o queixo. As luzes e os lasers que também enfeitavam os prédios ao redor aprimoraram a experiência. Dentre as apresentações, destaque para o set de Timmy Trumpet.
O palco Resistance, por sua vez, passou aquela vibe de techno: escurinho e com muitas luzes para preencher todo o espaço. Já o palco Worldwide, onde tocaram artistas de trance e psytrance, tinha uma construção mais tímida, porém com boas visualizações de diferentes ângulos – nesse palco, vale destacar a apresentação de Bliss e sua guitarra, que proporcionou uma experiência sensacional.
O palco que recebeu artistas brasileiros, UMF Rádio, foi uma ótima surpresa. A seleção de artistas foi muito bem executada, com destaque para o agito e a vibração do público.
Um ponto negativo, entretanto, no festival, foi a altura e a mistura de sons. Se você não estivesse na frente da caixa de um palco, o som vazava e era possível ouvir as demais atrações.
Em termos de limpeza, o Ultra Brasil não deixou a desejar. Ao final dos dois dias, o chão estava limpo, os banheiros recebiam atenção na higiene e o banheiro de alvenaria tinha papel higiênico e sabonete para as mãos mesmo pouco tempo antes de acabar o evento.
De forma geral, uma boa experiência foi proporcionada ao público, com um espaço bem aproveitado e atrações sincronizadas. O início do Ultra no Brasil foi positivo – o que contribui, e muito, para as próximas edições no país.