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Review: “The Price of Glee” aborda bastidores já conhecidos da série 

O novo documentário sobre a série revive polêmicas e tragédias acerca do elenco

the price of glee
Foto: Divulgação

“The Price Of Glee” é o novo título da Investigation Discovery, que chegou no Brasil nesta sexta-feira (19) pelo serviço de streaming HBO Max. Dividida em três partes, a série documental retrata bastidores e polêmicas conhecidas por todo fã da série “Glee”, sucesso durante a década de 2010. 

Utilizando de imagens de arquivo, entrevistas e bastidores da série, o documentário se esforça para traçar uma linha tênue entre as mortes de três grandes estrelas do elenco: Cory Monteith, Mark Salling e Naya Rivera. Em paralelo, a produção também explora desentendimentos e batalhas de egos entre atrizes e atores de “Glee” nos bastidores. 

Os depoimentos dão suporte às imagens de arquivo compiladas nos episódios, entretanto, nenhum grande nome do elenco da série aceitou participar. Sendo assim, assistimos amigos dos artistas, psicólogos e ex-membros da equipe da produção de Glee expondo suas próprias perspectivas e ponto de vista acerca da ascensão meteórica do projeto e as consequências disso na vida dos envolvidos. 

O fenômeno “Glee”

A parte inicial de “The Price Of Glee” explora o sucesso da série logo após seu lançamento, no ano de 2009. A proposta de comédia e musical misturados com drama adolescente no Ensino Médio não era explorada em formato de série na época, e mostrou agradar ao público logo no piloto, que contou com mais de 9 milhões de telespectadores logo na sua estreia. 

A linha narrativa deixa claro que esse sucesso repentino teve um forte impacto na vida do elenco. Com exceção de Lea Michele, que já atuava na Broadway desde criança, grande parte dos artistas principais do elenco estavam no início de suas carreiras tentando emplacar seus nomes em Hollywood e tiveram que lidar com a fama e suas consequências pela primeira vez.

A série retratava jovens desajustados e excluídos e, por isso, muitos jovens da vida real se sentiram vistos e representados pela primeira vez. Nesse sentido, a série documental pontua que esse sucesso aconteceu às custas de uma rotina intensa e, muitas vezes, massacrante para o elenco.

O retrato das tragédias

“The Price of Glee” também relembra os falecimentos de atores que participaram da série. Cory Monteith, que interpretava Finn Hudson, foi o único a falecer ainda durante as filmagens, devido a uma longa luta contra dependência química.

Essa era uma realidade na vida de Cory desde os seus 13 anos, entretanto, quando ele se mudou para Los Angeles para as gravações, estava sóbrio há algum tempo. Em julho de 2013, quatro anos após a estreia de “Glee”, o ator foi encontrado morto em um hotel no Canadá, por overdose.

Outro caso foi o de Mark Salling, que interpretou o personagem Puck. O ator se suicidou em 2018, três anos após o fim da série. Ele aguardava sentença após se declarar culpado por porte de pornografia infantil.

Em 2020, Naya Rivera, que interpretou Santana, faleceu. A polícia afirmou que a atriz sofreu um afogamento durante passeio de barco com seu filho, Joey, no Lago Piru, na Califórnia. Joey, que tinha quatro anos na época, contou aos policiais que sua mãe foi dar um mergulho e não retornou ao barco. No documentário, a produção tenta emplacar um mistério inexiste acerca de sua morte.

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Foto: Divulgação

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A memória da série e elenco

Ao tentar relacionar as tragédias individuais a uma mesma “maldição” acerca da série, “The Price of Glee” peca. O esforço de tentar amarrar essas três situações isoladas para que elas pareçam ter o mesmo sentido diante das histórias do elenco soa desonesto com o público que há anos lida com especulações e teorias da conspiração sobre a trama.

A narrativa enfraquece até mesmo na escolha dos depoimentos, centrados em figuras em grande parte distantes do elenco. As exceções são Justin Neill, amigo e ex-colega de quarto de Cory Monteith, e George Rivera, pai de Naya. Outras estrelas do elenco escolheram não participar, por isso a produção investe na participação de produtores e assistentes.

No decorrer dos episódios, o documentário reforça a relação conturbada de Lea com seus colegas de elenco. Muitos deles já falaram sobre suas experiências negativas com a atriz publicamente e, portanto, são poucas as novidades nesse contexto.

Essa é uma série documental que, voltada para os fãs, não oferece uma proposta atraente e não acrescenta novas informações para os admiradores de Glee. Apesar da linha narrativa envolvente constuída para prender a atenção, o conteúdo falha em inovar, e mostra que a memória da série poderia ser mantida por outros meios.

Foto: Divulgação/FOX

Nota: 6/10


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