in ,

Os 30 melhores álbuns nacionais e internacionais de 2024

O material reúne álbuns lançados entre 1º de janeiro e 1º de dezembro de 2024

Por Allan César, Fernando Marques e Gabriel Haguiô – 2024 foi um ano de grandes novidades para a música no Brasil e no mundo. Desde febres midiáticas, trabalhos experimentais e grandes sucessos, os últimos meses foram movimentados e repletos de ótimos lançamentos.

Como em todo final de ano, o Tracklist listou os melhores álbuns nacionais e internacionais de 2024, com o objetivo de relembrar e celebrar os principais discos do ano. Confira as listas abaixo!

Observação: A lista inclui trabalhos lançados entre os dias 1º de janeiro e 1º de dezembro de 2024. Os títulos foram escolhidos a partir da opinião dos redatores e da equipe do Tracklist, além de considerar a opinião da crítica especializada.


OS 30 MELHORES ÁLBUNS NACIONAIS E INTERNACIONAIS DE 2024


Os 15 melhores álbuns internacionais de 2024


15º – Tyla – “Tyla+”

“Tyla+” é a edição deluxe do álbum de estreia da cantora sul-africana Tyla, lançado em outubro de 2024. Por mais que seja um relançamento, o material se destaca pela ampliação do repertório original e a versatilidade artística da cantora. Com grandes videoclipes, a era foi extremamente bem trabalhada, não só colocando a cantora em grandes festivais e premiações, mas também colocando novamente a música afro e a cultura negra no centro do debate. “Push 2 Start”, um dos singles do relançamento, caiu nas graças do público, sendo uma das faixas mais ouvidas no mundo atualmente dentro do Spotify.


14º – Linkin Park – “From Zero”

“From Zero”, do Linkin Park, representa um renascimento corajoso para a banda, marcando seu retorno após a perda do vocalista Chester Bennington. Com a adição de Emily Armstrong nos vocais, o álbum mescla a energia crua característica do grupo com uma nova perspectiva, resultando em faixas que equilibram nostalgia e inovação. Canções como “The Emptiness Machine” e “Two Faced” demonstram a capacidade da banda de abordar temas profundos com intensidade emocional, enquanto exploram novas direções. A produção é robusta, mantendo a assinatura sonora do Linkin Park, mas incorporando elementos que revitalizaram seu som.


13º – Clairo – “Charm”

Se em inglês se diz que “third time’s the charm” (que pode ser traduzido como “a terceira vez dá sorte”), Clairo levou o ditado ao pé da letra em seu terceiro disco. Em “Charm”, a cantora transforma o seu pop melódico com paletas de folk, R&B e soul que redefiniram a sua sonoridade de diferentes modos.

Músicas como “Sexy To Someone” e “Add Up My Love” nos apresentam à sua versão mais divertida, enquanto “Juna” e “Echo”, entre muitos possíveis exemplos, impressionam pela riqueza das instrumentações. O meio-termo entre o descompromisso e a profundidade, que sempre foi marca registrada do trabalho da artista, encontrou a sua melhor forma em “Charm”, um trabalho aconchegante que reflete o melhor que Clairo tem a nos entregar: um dos melhores álbuns de 2024.


12º – Sabrina Carpenter – “Short n’ Sweet”

Short n’ Sweet“, de Sabrina Carpenter, marca uma transição na carreira da artista, consolidando-a como uma força emergente no pop. O álbum explora temas de amor, crescimento pessoal e autodescoberta, apresentando uma maturidade notável se compararmos aos seus trabalhos antigos.

A produção incorpora elementos de pop tradicional com influências de R&B e música eletrônica, resultando em uma sonoridade atual, sem ser enjoativo ou datado. Canções como “Espresso” e “Lie To Girls” destacam a versatilidade vocal de Carpenter e sua habilidade de transmitir emoções complexas de maneira autêntica.


11º – Kali Uchis – “Orquídeas”

Lançado ainda em janeiro de 2024, “Orquídeas” é um daqueles projetos que te pegam facilmente. Ao longo de 14 faixas, Kali Uchis explora uma verdadeira fusão de gêneros, comprovando sua versatilidade artística e o quão boa ela pode ser quando o assunto é ousar. As parcerias com Peso Pluma, Rauw Alejandro e Karol G tornam o material ainda mais interessante, indo totalmente contra ao óbvio do que se espera de “artistas latinos”.


10º – Ariana Grande – “Eternal Sunshine”

O sétimo álbum de estúdio de Ariana Grande, “Eternal Sunshine”, é o seu material mais introspectivo e, ao mesmo tempo, aberto, abordando criteriosamente seu divórcio com o corretor de imóveis Dalton Gomez. No álbum, é possível observar uma Ariana que explora ainda mais o seu lado compositora, expondo de forma vulnerável uma ferida na vida da artista e seu processo de reconstrução. As canções “Bye”, “True Story” e “Don’t Wanna Break Up Again” são os grandes pontos fortes do projeto.


9º – Vampire Weekend – “Only God Was Above Us”

“Only God Was Above Us” é uma verdadeira celebração da energia e história de Nova Iorque. Combinando rock alternativo, música clássica e influências globais, o Vampire Weekend cria um som que pode ser comparado aos momentos de ouro de sua carreira. A produção é meticulosa, com camadas sonoras que revelam novos detalhes a cada audição, tornando o álbum uma experiência rica. O disco merece seu lugar entre os melhores do ano por mostrar a capacidade da banda de se reinventar e criar algo tão vibrante e impetuoso.


8º – Kendrick Lamar – “GNX”

2024 não poderia ter sido melhor para Kendrick Lamar. Entre a troca de disses que protagonizou com Drake, o lançamento de sucessos como “Not Like Us” e “Like That” e a consagração com o cobiçado show no intervalo do próximo Super Bowl, o artista comandou a discussão no hip-hop ao longo de todo o ano. Todos esses caminhos resultaram em “GNX”, uma obra que nos apresenta à versão mais confiante e imponente de K. Dot, mas também se aprofunda no existencialismo de sua carreira. Kendrick substitui a autocrítica pela autoafirmação em um disco que, pela primeira vez em anos, não tem a intenção de abraçar o peso do mundo ou de seu passado, mas sim celebrar que o moldou como artista e pessoa na costa oeste dos Estados Unidos.


7º – Tyler, The Creator – “Chromakopia”

Chromakopia“, de Tyler, The Creator, representa um marco significativo na carreira do artista, evidenciando sua contínua evolução e capacidade de se reinventar. O álbum mergulha em temas introspectivos, abordando desde crises existenciais até reflexões sobre a fama e a identidade pessoal. A produção é rica e diversificada, incorporando influências que vão do hip-hop clássico a elementos mais experimentais, resultando em momentos impactantes durante o trabalho – elementos que o incorporam à lista de melhores álbuns de 2024. Faixas como “Like Him” e “Hey Jane” destacam a profundidade emocional e a habilidade lírica de Tyler, enquanto outras como “Sticky” e “I Killed You” adicionam camadas adicionais de complexidade ao projeto.


6º – Magdalena Bay – “Imaginal Disk”

Desde que surgiu na cena alternativa, o Magdalena Bay surpreende ao público pela autenticidade que conseguiu encontrar para criar experiências imersivas através da música. Em “Imaginal Disk”, o duo formado por Matt Lewin e Mica Tenenbaum se escora na ficção científica para divagar sobre o que significa ser humano, uma questão que abre diferentes margens e discussões ao longo do disco. A sonoridade acompanha o clima extraterrestre, com uso e abuso de sintetizadores que conduzem a audição, como nas progressivas “Killing Time” e “Cry For Me” e no sucesso “Image”. “Imaginal Disk” é uma jornada experimental que parte do terreno até o surreal, rompendo com as fronteiras do pop convencional e expandindo os horizontes para a dupla.


5º – Fontaines D.C. – “Romance”

Uma das habilidades que transformaram o Fontaines D.C. em uma revelação do rock moderno é a destreza que a banda encontra para se reinventar, e “Romance” é um reflexo de seus melhores talentos. O disco eleva o grupo a um novo patamar, desde faixas explosivas como “Starbuster” e “Here’s The Thing” até canções mais melódicas como “Bug” e “Favourite”. O álbum compreende as principais influências do pós-punk para dar vida a composições sobre experiências igualmente contemporâneas, em um trabalho arrebatador que não só comprova a evolução artística do quinteto, mas também encontra o seu auge até aqui.


4º – Billie Eilish – “Hit Me Hard And Soft”

Em “Hit Me Hard And Soft”, Billie Eilish mostra sua evolução artística com um som único e cativante. Ela combina elementos de seus trabalhos anteriores com novas ideias, criando músicas que falam sobre fama, autoconfiança e vulnerabilidade. A produção, feita com seu irmão Finneas, traz arranjos surpreendentes e mudanças de ritmo que mantêm a atenção do ouvinte, principalmente ao serem usadas com o apoio dos sintetizadores.

Canções como “The Greatest” destacam sua habilidade de conectar emoções profundas com melodias marcantes. Além disso, o disco conta com “Birds Of A Feather”, um dos grandes hits do ano que reafirma o talento de Billie como uma das artistas mais criativas e consistentes da música atual.


3º – Beyoncé – “Cowboy Carter”

O oitavo disco de estúdio de Beyoncé é de longe um dos materiais mais ousados, inovadores e coesos da discografia da artista. Indo na contramão do que fez sucesso este ano, “Cowboy Carter” explora gêneros como country, soul e rock, além de trazer inúmeros questionamentos sobre as raízes texanas da artista.

Outro tema presente em boa parte do material é a força feminina, principalmente em adversidades e ambientes tradicionalmente masculinos; letras como as de “Texas Hold ‘Em” e “16 Carriages” destacam essa narrativa. Com indicações ao Grammy, o material novamente comprova que não importa o que a artista decida fazer ou falar, a qualidade e a dedicação em criar algo grande estará lá.


2º – Doechii – “Alligator Bites Never Heal”

Após anos batalhando na cena, este ano a rapper americana Doechii conseguiu efetivamente prender a atenção do público. Sua mixtape “Alligator Bites Never Heal“, lançada em de agosto, foi sem dúvidas um dos grandes projetos do ano. Com 19 faixas, o material destaca a versatilidade artística da americana, mesclando hip hop alternativo, com R&B e trap, além de letras ousadas e divertidas que não víamos há um tempo no rap feminino. 

Com os dois pés na porta, é importante destacar que o single “Nissan Altima” foi indicado ao Grammy por “Melhor Performance de Rap”, enquanto o projeto completo recebeu uma indicação para Melhor Álbum de Rap. Doechii também foi indicada na categoria “Artista Revelação”, provando que veio para ficar.


1º – Charli XCX – “Brat”

Ao longo de sua carreira, Charli XCX aprendeu como causar barulho entre o seu público. Antes mesmo de “Brat” ser lançado e se tornar o fenômeno cultural que marcou 2024, a cor verde de sua capa já tomava as redes sociais, e a curiosidade tomava a atenção de fãs e usuários mais distantes da artista. O que transformou o disco na maior febre do ano, porém, não foi o seu marketing, a sua estética e tantos outros elementos que marcaram os últimos meses, mas sim a sua música.

A cantora transporta o ouvinte para uma balada qualquer, um ambiente no qual tem feito o seu nome como produtora nos anos recentes. Sob seu autotune característico, Charli canta sobre flertes, drogas, mensagens de texto, romances e tantos outros temas que pautam os seus discos, seja na euforia de “Club Classics” e “Von Dutch” ou no pop chiclete de “360”, “Talk Talk” e “Apple”. Em “Brat”, no entanto, a artista faz das pistas um espaço para se abrir em relação às próprias inseguranças – um dos pontos que o consagra como o vencedor da lista de melhores álbuns internacionais de 2024.

Como se estivesse conversando com alguém que acabou de conhecer em uma dessas festas, Charli começa a desabafar sobre a sua vida, a sua carreira e as suas relações. Em “Girl, So Confusing”, a artista escreve indiretamente sobre Lorde, detalhando as interações que marcaram seus desencontros – um desentendimento que deu origem à uma nova versão da faixa com a própria cantora em uma das melhores parcerias do ano. Já em “I Think About It All The Time”, Charli canta sobre a ansiedade em se tornar mãe no futuro, depois de se encontrar com um casal de amigos e seu filho.

Em uma indústria tomada por caricaturas e personagens, “Brat” estabelece um espaço singular para Charli. Como compositora, a britânica não teme em expor seus vícios, obsessões e medos mais complexos de maneira espontânea. Já como produtora, o disco é um marco definitivo para a sua carreira, apostando em batidas eletrônicas minimalistas, mas agitadas que experimentam novas direções e formatos para o pop atual.

A princípio, não se previa que a febre de “Brat” fosse durar mais que um verão no hemisfério norte; os meses se passaram, contudo, e o sucesso continuou e continua aumentando. Em um profundo respiro de liberdade criativa, Charli deu vida a um dos maiores fenômenos da música pop nos últimos anos somente sendo transparente quanto à própria arte e à si mesma, em uma experiência tão fácil de se divertir, quanto de se identificar.


O que achou da lista? Concorda com a seleção das melhores músicas nacionais e internacionais de 2024? Acompanhe o Tracklist no X/TwitterInstagram e TikTok e veja o nosso especial de fim de ano completo:

Os 20 melhores filmes e séries de 2024
As 30 melhores músicas nacionais e internacionais de 2024
Os 30 melhores álbuns nacionais e internacionais de 2024