Na sexta-feira (20/10), foi missão de John Mayer embalar corações apaixonados e fãs eufóricos em Belo Horizonte (MG). Realizando o segundo show da “The Search for Everything World Tour” no Brasil – já que passou por São Paulo na quinta – o músico apresentou um set cheio de clássicos, enquanto também divulgou o disco mais recente, que dá nome à turnê.
A apresentação foi a primeira do americano em BH, o que deixou a plateia ainda mais eufórica e disposta a fazer John se sentir em casa. Mas mais que encantar, o cantor provou quatro coisas:
1. Seu carisma
John Mayer é muito carismático, mesmo de um jeito mais contido. O músico conversa com o público de forma natural, e respondeu às muitas palmas e gritos com vários “obrigados” (em português).
Em um determinado momento, a plateia entoou um coro de “John, eu te amo”. Sem entender, o americano brincou “Pessoal, é muita gente gritando, e em português. Se alguém puder traduzir”. Um fã conseguiu ser ouvido com o “I love you”, e ele respondeu um “I love you too”. Em tom divertido, ainda completou: “Provavelmente, eu vou responder ‘eu também te amo’ a qualquer som que vocês fizerem”. O público? Foi à loucura novamente.
Até mesmo o sentimento que John demonstra ao tocar é simpático. Com dancinhas, caretas e até reproduzindo o som da guitarra com a boca, o cantor conquistou os presentes a todo momento. Era difícil não ouvir alguns “cara, olha isso!” ou outras expressões de aprovação a cada minuto.
Talvez também por isso o público foi comandado tão facilmente. Apenas insinuando que deixaria os vocais de lado, Mayer conseguia levar todos a cantarem ainda mais alto, em coros ensurdecedores. No set acústico, então, e na última canção apresentada (“Gravity”), o som que vinha do público era insano.
2. Ser um exímio instrumentista
Não é segredo nenhum de que John Mayer é excelente instrumentista. Mas ver isso ao vivo te deixa meio embasbacado. O som que o americano tira de um simples violão, ou a cada trecho de guitarra, é incrível!
Com uma gaita, o cantor também não decepcionou. E (pasmem!) mesmo assobiando Mayer arrasa (vale a pena ouvir uma apresentação de “You’re Gonna Live Forever in Me” aqui). O piano, clássico para a faixa, ficou de fora, mas os acordes tocados no violão tiveram o mesmo efeito emocionante.
3. Que solos podem ser ótimos
John fez 2 horas de show, divididas em quatro capítulos: com sua banda, um acústico, com o John Mayer Trio e banda novamente. O tempo é longo, principalmente para os padrões de apresentações atuais, mas não foi de forma alguma cansativo. Sequer os (muitos) solos de guitarra foram chatos.
Os trechos apenas instrumentais são partes importantes da música de Mayer, e os que já acompanham o cantor anseiam por eles ao vivo. Mas também os que não são fãs de guitarras aproveitaram: a cada nota mais alta, a cada mudança no ritmo, a aclamação era a mesma. Principalmente porque, ao mesmo tempo em que tocava, Mayer colocava tanta energia, tanta paixão, que foi impossível não se deixar levar pelo som.
4. Sua banda também pode brilhar
Embora seja um artista solo, John dá imenso valor à sua banda. E não valor do tipo “batam palmas para todos, eles são ótimos” – apesar de também fazer isso. Mayer realmente valoriza seus companheiros de palco, e dá tempo a cada um de brilhar sozinho.
Steve Jordan (baterista) e Pino Palladino (baixo) já são conhecidos do público. Com o artista da noite, eles formam o Trio John Mayer, que fez algumas turnês e tem espaço especial no set de John. Tocando “Good Love Is On The Way”, “Wait Until Tomorrow” e “Vultures”, os músicos tiveram tempo no telão, tempo para solos, e foram ovacionados.
Mas o restante do grupo também teve destaque. Larry Goldings (teclados) e Isaiah Sharkey (guitarra) conseguiram seus momentos. Tiffany Palmer e Carlos Ricketts, backing vocals, deixaram os backings para trás e cantaram sozinhos por algumas passagens das canções. E David Ryan Harris (guitarra) foi à frente do palco e comandou quase 5 minutos de solo, com notas impecáveis e um público vidrado.
Setlist, fotos e vídeos
As 14 mil pessoas que compareceram ao Estádio do Mineirão puderam ver também belos cenários, diferentes a cada duas músicas, mais ou menos. Aproveitando-se de três telões, Mayer inseriu a visão de uma janela de Nova York, uma cidade iluminada, árvores de uma floresta. A tela mais bonita, porém, mostrava o interior do que parecia um grande e chique hotel clássico, com seu teto abobado e luzes amarelas. A combinação com a apresentação de John foi estonteante.
O mesmo público acompanhou ainda um setlist diferente do que o americano havia apresentado em São Paulo, no dia 19. Na verdade, muito diferente! Entre os shows, coincidiram apenas as faixas “Helpless”, “Who Says”, “Vultures”, “In The Blood”, “Slow Dancing In A Burning Room”, “Why Georgia” , “Moving On and Getting Over” e “Gravity” (oito canções em um set de 18). Fizeram falta “Daughters” e “Still Feel Like Your Man”, mas o restante da apresentação compensou os desapontados.
Veja a setlist, algumas fotos e vídeos da performance:
- Belief
- Helpless
- Love On The Weekend
- Who Says
- Rosie
- Xo
- Your Body Is a Wonderland
- Stop This Train
- Good Love Is On The Way
- Wait Until Tomorrow
- Vultures
- In The Blood
- If I Ever Get Around To Living
- Slow Dancing In A Burning Room
- Edge of Desire
- Why Georgia
- Moving On and Getting Over
- Gravity
A “The Search for Everything World Tour” ainda terá 3 shows no Brasil: em Curitiba (Pedreira Paulo Leminski, dia 22); em Porto Alegre (Anfiteatro Beira Rio, dia 24); e no Rio de Janeiro (na Jeunesse Arena, em 27 de outubro).