Com mais de 30 anos de carreira, o rapper Xis, autor do hit “Us Mano e as Mina” (1999), consolidou-se como uma das maiores referências no rap nacional. O MC foi pioneiro em dialogar com diferentes vertentes musicais e apresentou em agosto o seu quarto álbum-solo, “Invisível Azul”. Em entrevista ao Tracklist, Xis conta mais sobre o novo trabalho, sua carreira, parcerias e mais.
Entrevista: Xis
Tracklist: O que mais pode contar sobre o processo criativo e de produção do seu novo álbum, “Invisível Azul”?
Xis: Foi incrível o processo de produção. Apesar de contar com um gap por causa da pandemia e da minha consultoria para com a Secretaria Municipal da Cultura de São Paulo, eu estou muito feliz com o resultado final. Nesse processo, gravamos com artistas de outros estados e países. Deu trabalho mas ficou como pensei.
Com tantas colaborações, como foi trazer diferentes artistas para participar do projeto?
São todos artistas do meu ciclo de convívio. Mesmo com Lukeny, que está em Angola, eu já tinha feito um som. Teve um momento que saquei que esse disco era para chamar os amigos mesmo para colaboração. Acredito que o lance de ter o Otávio Carvalho dividindo a produção comigo e o Abu, também influenciou muito. Tem muito dele nos convites para compor esse álbum.
Qual a parte mais desafiadora e a mais divertida de mesclar variados gêneros musicais nas canções?
A desafiadora é o agora, de saber como as pessoas vão reagir com todas essas misturas, tendo o rap como ponto de partida para um lugar não muito convencional. A mais divertida é de estar próximo musicalmente de tanta gente talentosa.
Sendo um álbum mais conceitual, qual a principal mensagem que gostaria de estar passando para seus ouvintes?
Divirtam-se com essas músicas, dancem e reflitam quando as letras trouxerem esta proposta. Eu queria que as pessoas ouvissem essas músicas e esquecessem um pouco das loucuras que estamos vivendo.
Após tantos anos de carreira, quais serão seus próximos passos para o futuro?
Fiquei muito tempo sem lançar músicas, então nos próximos anos vou encher meus fãs de novas músicas, sons que não lancei e estão prontos, outros que estão no forno. Até o fim do ano faço curadoria e MC no Museu da Língua Portuguesa com o Sarau Hip Hop no Museu, está sendo incrível. Espero com os lançamentos ter um pouco mais de acesso aos palcos da vida também.