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Entrevista: The Used fala sobre turnê pelo Brasil, música emo e mais

Banda foi uma das atrações do festival I Wanna Be Tour 2024

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Foto: Divulgação

Formada nos anos 2000 e reconhecida como uma das grandes bandas do cenário musical emo, The Used marcou sua passagem pelo Brasil neste mês de março como parte do line-up do I Wanna Be Tour 2024 em São Paulo, Curitiba, Recife, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.

Os shows de Bert McCracken (vocal), Joey Bradford (guitarra), Dan Whitesides (bateria) e Jeph Howard (baixo) foram marcadas por apresentações potentes e encontros no palco com Lucas Silveira, da Fresno, nas cidades São Paulo, Curitiba e Recife, além de cantar com NX Zero em Belo Horizonte.

Antes de subirem ao palco do festival na capital carioca, em entrevista ao Tracklist, os integrantes contaram como está sendo a experiência no país, sua nova amizade com as bandas brasileiras, a importância das suas músicas no gênero musical e mais.

Entrevista: The Used

Tracklist: Vocês estão no Brasil agora já há mais de uma semana. Tem alguma memória favorita ou curiosa até agora?
Bert McCracken:
Nós fomos visitar o Cristo Redentor. Passeamos por todo lugar. Ontem nós comemos uma comida realmente muito boa e conhecemos muitas pessoas incríveis.

Joey Bradford: Sim! Nós estamos passeando com todas as bandas, sabe. Não conseguimos nos ver com tanta frequência, então são vários amigos antigos, vários amigos novos, conhecendo as bandas brasileiras Fresno, NX Zero e Pitty. Tem sido incrível. Os fãs também tem sido absolutamente malucos, está bem legal. 

Demais! Eu queria perguntar sobre essa amizade entre Fresno, NX Zero… como tudo isso começou?
Bert: Nós fizemos uma entrevista com Lucas da Fresno antes de virmos ao Brasil, então meio que nos conhecemos dessa forma. E os caras do NX Zero são apenas grandes fãs, nós somos grandes fãs deles. Foi um bromance imediato. 

Incrível. Podemos esperar uma colaboração no futuro?
Bert: Nós esperamos fazer uma turnê com as duas bandas. Dedos cruzados!

Então, definitivamente, vocês vão precisar voltar ao Brasil!
Bert e Joey: Come to Brazil! 

Na hora de subir no palco, o que vocês fazem antes de entrar e tocar para milhares de pessoas?
Bert: Nós passamos por todo o nosso set antes de sair e tocá-lo, nós nos abraçamos, falamos às pessoas que amamos um “eu te amo”, e depois vamos para arrasar com o melhor show que qualquer banda em qualquer turnê no mundo poderia fazer. Somos a maior banda de todos os tempos.

E já no palco, vocês têm um momento favorito durante o show?
Joey: Sim! Acho que, para mim, toda vez que eu escuto o público gritando “four o’clock in the fucking morning” [verso de “The Taste of Ink”] em qualquer espaço. Lugar pequeno, lugar grande, qualquer coisa. Isso meio que me dá um gás para os próximos dias antes de mais um show. É um momento muito especial. Mas, honestamente, apenas olhar para meus companheiros enquanto tocamos esses shows malucos, e rindo para nós mesmos, é sempre um ótimo momento. 

Com o I Wanna Be Tour, que é um grande festival voltado para o emo, como vocês enxergam esse cenário da música emo hoje em dia?
Bert: Nós amamos emo. Emo vive! (em português). Estamos tão empolgados que isso voltou com tanta força. Estamos aqui para a jornada.

O que vocês acham da influência que The Used teve no decorrer desses anos nesse cenário?
Bert: Nós temos os melhores fãs do mundo, porque somos a melhor banda do mundo.

É claro!
Bert: Fácil, fácil! (risos). Eu tenho uma resposta diferente: nós temos os melhores fãs do mundo porque somos a melhor banda de todos os tempos.

As músicas de vocês deixaram um marco na geração emo no decorrer dos anos. Como é se manter como uma banda tão icônica no cenário emo hoje em dia?
Bert:
Estamos simplesmente honrados de estarmos aqui. Somos gratos por todo o amor e apoio. Mas não consideramos isso como uma garantia. Todos os dias nós acordamos, tipo, não acredito que isso aqui ainda é a nossa vida. É bem legal.

Joey: Outra noite, Bert e eu estávamos sentados ao final do dia depois de um show, olhando para o nosso hotel, e passamos cerca de 20 minutos tendo essa conversa, de como é incrível que ainda podemos fazer isso. Somos muito abençoados como nossos fãs têm nos apoiado por todas as diferentes iterações da banda. É legal ver que nossas músicas sobreviveram a tudo isso. É lindo.

Vocês tocam para fãs antigos e os fãs mais novos. Como é preparar esse repertório para ambas as gerações?
Bert: Nós temos certas músicas que nós temos que tocar porque as amamos muito e são as favoritas dos fãs. A gente nunca evitou tocar as nossas músicas antigas. Amamos as nossas músicas velhas tanto quanto as nossas novas. Então, é sempre bem difícil de fazer uma setlist porque temos muitas músicas para selecionar. 

O que diriam para vocês mesmos do passado, do primeiro álbum homônimo “The Used”?
Bert: “Você está indo bem, cara. Você está prestes a ser bem famoso. Você está na melhor banda do mundo!” (risos).

Dan Whitesides: Eu diria exatamente a mesma coisa para mim mesmo.

Joey: “Mude nada, cara. Nada!” (risos).

Jeph Howard: “Pare. Só aproveite, cara!”. Na verdade, eu não sei. É uma boa pergunta, porque o primeiro álbum foi tão importante e nós não focamos em nada além de fazer shows e curtir juntos. Era a única coisa que importava. Acho que voltar atrás e dizer qualquer coisa para mim mesmo iria arruinar tudo, sabe? Então, eu provavelmente não iria querer dizer nada a mim mesmo. 

O nosso site se chama Tracklist! Queremos saber de vocês três músicas para compôr a tracklist de um álbum com foco em manter vivo o espírito emo na música atualmente. Pode ser qualquer canção, de qualquer pessoa.
Bert:
Eu escolheria “The Taste of Ink”, clássica, lendária. Escolheria “Pretty Handsome Awkward”, clássica, lendária. E talvez uma música nova do nosso álbum novo, “Toxic Positivity” (2023), “Giving Up”, que é uma música muito especial para todos nós.

Obrigada, eu amo essa música. E vocês?
Joey: “The Taste of Ink”, “The Taste of Ink”, “The Taste of Ink”.

Dan: Acho que o Bert falou tudo. Você tem que ter “The Taste of Ink” nele. Ela é ótima, foi uma música inovadora, a canção que começou tudo isso e é por conta dela que ainda estamos aqui.

Bert: Tem várias das nossas músicas que criaram um verdadeiro momento na cena. “Burried Myself Alive”, “Blue and Yellow”, “The Taste of Ink”, “A Box Full of Sharp Objects”, “Maybe Memories”, “Greener with the Scenery”, “Noise and Kisses”, “Pieces Mended”…

Jeph: “Pieces Mended”, eu diria, e “Giving Up”.