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Entrevista: Raidol fala sobre carreira e fusão de sons do Norte

Símbolo de resistência e representatividade, a artista tem conquistado cada vez mais espaço no cenário musical

Foto: Reprodução/Instagram

No cenário vibrante de Belém do Pará, Raidol se destaca como uma força inovadora na música brasileira. Com uma trajetória marcada pela autenticidade e pela luta por representatividade, a artista não binária usa sua arte para contar histórias que refletem suas vivências pessoais e a riqueza cultural do Norte do Brasil.

Em recente entrevista ao Tracklist, Raidol falou sobre seu novo single “Outra Vez“, uma obra que reflete a contemporaneidade das relações e diferentes formas de amar. A artista também destacou a colaboração com Viviane Batidão, um dos maiores nomes do tecnomelody no país. Confira!

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Entrevista: Raidol fala sobre carreira e raízes paraenses

Queremos saber mais sobre seu novo single “Outra Vez”. O que te inspirou a criar essa música e como foi o processo de composição?

Imensidão” é uma música escrita por Arcky Lenon, um grande compositor aqui de Belém do Pará e quando escutei ele cantando essa música, numa voz e violão, eu imediatamente soube que precisava gravar essa música. Contudo, ainda não tinha nenhuma ideia de como ou quando. A música combina muito com a contemporaneidade das relações e aborda sobre diferentes formas de amar e se envolver.

Você colaborou com a Viviane Batidão neste single. Como surgiu essa parceria e como foi trabalhar com ela?


Após a minha participação no Cultura Livre, Leo do Couple of Things me mandou mensagem dizendo que Diana e ele estavam imersos em mandinga após me assistirem no programa. Nesse meio tempo, eu conheci Viviane melhor e disse que queria muito fazer um feat com ela e, para minha surpresa, ela aceitou de cara. Quando surgiu a proposta do projeto “Solstício”, eu resolvi unir a música que o Arcky tinha cantado pra mim antes, junto com a participação de Viviane Batidão e produção musical do Will-Love simplesmente!

Vivi é uma das maiores artistas desse país, ela faz parte de uma cadeia produtiva de mulheres que fazem música pelo Norte do País. Me ensinou muito, sobre postagens, mercado, performances, direção vocal e por ai vai… Tenho muito orgulho do trabalho que fizemos juntos. Ainda não caiu a ficha que tenho uma música em parceria com a Rainha do tecnomelody!

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Sua música possui timbres orgânicos comuns à música paraense e aos terreiros de umbanda que você frequenta desde sempre. Como você descreve essa fusão e como ela influencia seu som?

A música nortista popular tem muitos instrumentos percussivos encontrados nos terreiros de matriz africana, como o lundum, o siriá, o carimbó. No pop amazônico nós temos a presença desses instrumentos percussivos só que incrementados com timbres eletrônicos, trazendo assim uma contemporaneidade ao que é feito na região. Assim como os sons, a minha música acaba sendo bastante influenciada pela minha crença, pois em diversos momentos cito e chamo orixás e caboclos com o objetivo de receber esse axé e continuar difundindo nossa cultura.

“Outra Vez” faz parte do projeto “Solstício”, um curta-metragem dirigido pelo casal Couple of Things. Como foi integrar sua música a esse projeto audiovisual?

Foi incrível, Leo e Diana produziram esse trabalho com muito carinho e principalmente com muito respeito e cuidado. Adentrando território nortista sabendo seus lugares de fala e de escuta. Foi um projeto construído coletivamente, mostrando uma cadeia de produtores e artistas locais, que de maneira colaborativa e através de um iPhone (captação e edição), saíram 3 clipes lindos, que compõem o curta “Solstício”. 

Quais são os próximos passos na sua carreira? Há novos projetos ou colaborações em vista que você possa compartilhar conosco?

Hoje a minha carreira se divide entre: “Raidol artista” e “Raidol produtora e empresária”. Abri uma empresa de produção cultural em Belém, chamada “Toró”, que é aquela chuva demorada e potente. Então no momento estou imersa nas produções que tenho participado e coordenado. Contudo, para o segundo semestre teremos mais 2 singles e quem sabe um projeto maior, hein?