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Entendendo o fenômeno Rosalía

Rosalía com certeza é um nome que provavelmente você não para de ver nas redes sociais. Especialmente depois de suas icônicas apresentações no Lollapalooza Argentina e Chile, além do prestigiado festival Coachella. A talentosa cantora espanhola, de apenas 25 anos, já vem dando muito o que falar desde o lançamento de seu álbum “El Mal Querer”, em 2018.

Rosalía se apresentando no Lollapalooza Argentina 2019.

COMO TUDO COMEÇOU?

Rosalía sempre teve sua paixão pela música. Nascida em Barcelona, desde pequena tinha decidido que iria seguir sua carreira na música. Aos 9 anos ganhou seu primeiro violão. Desde então começou a praticar, até que com 11 anos, se apaixonou pelo seu instrumento favorito: o piano.

Com 15 anos começou a levar a carreira musical mais a sério. Então, iniciou oficialmente seus estudos na área, começando a entender cada vez mais a dinâmica e experiência de subir em um palco.

A cantora seguiu o seu trajeto se aprimorando e entrou em uma universidade de música, onde estudou todo esses processos musicais e de produção, o que resultou no álbum “El Mal Querer”, que foi produto de seu TCC.

EL MAL QUERER

El Mal Querer foi lançado em 2018, e com certeza foi a porta de entrada para a maioria do seu público. Porém, esse não foi seu primeiro projeto. Seu álbum de estreia foi “Los Ángeles”, lançado em 2017.

É importante, na verdade, entender como Rosalía já tinha tudo planejado. Seu disco de estreia tem uma sonoridade e proposta diferente de El Mal Querer.

Em Los Angeles, o disco tem uma vibe e letras mais mórbidas, e uma produção crua. No entanto, vejo que essa jogada foi bem planejada, porque a cantora já tinha um objetivo para sua carreira muito definido. O disco de estreia foi uma forma de chamar atenção do seu público mais regional e de abrir espaço para o que viria em 2018.

Ao ser lançado, El Mal Querer foi de cara um sucesso nas redes sociais. Ele é um álbum conceitual, com estéticas muito bem definidas e videoclipes impecáveis.

A sonoridade ainda tem aquela pegada minimalista, tendo influência mais forte do clássico ritmo Flamenco, no qual dedicou anos para se especializar não só na música como na dança.

Tudo isso é misturado com produções eletrônica, r&b e algo mais experimental.  A alta qualidade das músicas, junto a estética e o forte carisma de Rosalía, foi o que definitivamente fisgou o público em 2018.

No final do ano, nas principais listas de melhores álbuns de 2018, El Mal Querer sempre estava presente. Assim, com a aclamação pelos críticos e pelo público na internet, Rosalía alcançou uma projeção mundial, chamando atenção do mundo inteiro.

EVOLUÇÃO DA CANTORA

É fácil perceber que a cantora espanhola já tinha tudo planejado, ainda mais ao analisar a evolução musical e a sonoridade muito mais pop e dançante que seu primeiros trabalhos, e tudo isso no espaço de 1 ano.

Desde 2018, Rosalía só vem se tornando cada vez mais popular, e dominando o mundo musical, mesmo não estando no topo das paradas. No geral, desde o início da carreira, ela já foi indica à 6 categorias do Grammy latino, levando duas estatuetas para casa em 2018. Com a música “Malamente” tudo mudou. Esse é o seu maior hit até agora, e foi o que fez a internet parar para apreciar essa música viciante.

El Mal Querer é um disco conceitual, onde ela se inspirou em um romance anonimo do século XIV chamado “Flamenca”, e por isso cada faixa tem um nome de capítulo. Você pode entender um pouco mais sobre o conceito do álbum, nesse thread no Twitter bem aqui.

Um complemento muito necessário são seus videoclipes. Eles contam com superproduções e que ajudam a contar a história dessa narrativa. Ela fala sobre o amor, e os vários estágios, desde as partes mais bonitas até as mais obscuras.

Rosalía é feminista e sempre traz essa abordagem para todo seu trabalho, até porque como ela mesmo já falou, a música Flamenca tinha uma predominância masculina. Inclusive, além de sempre compor suas músicas ela também produz, imprimindo ainda mais sua personalidade e tendo controle total sob sua arte.

PERFORMANCES DE ROSÁLIA

Seus shows são sempre algo muito teatral. São performances bem estruturadas e dramáticas. É um espetáculo completo, com muita coreografia, que são todas baseadas em movimentos modernos, junto a dança Flamenca tradicional.

Ela consegue misturar o moderno com clássico, mantendo seu vocais no ponto e impressionando à todos. Seu show foi emocionante e aclamado, agora no Lollapalooza Argentina e Chile, porque o público estava insano e cantando todas as músicas, o que fez a própria cantora se emocionar várias vezes.

https://twitter.com/ROSALIABRAZIL/status/1112487713469595653

Atualmente, seu último single lançado foi “Con Altura”, a segunda parceria da espanhola com J Balvin. A primeiro foi com o single “Brillo”, em 2018. O novo single, desde o lançamento, já está fazendo muito sucesso, sendo o seu mais novo hit. Diferente um pouco de El Mal Querer, aqui ela apresenta uma produção mais comercial e voltada para o reggaeton.

Podemos ver então, que Rosalía não é apenas mais um fenômeno passageiro, e sim uma artista completa. O seu comprometimento com a arte é perceptível em cada artifício usado: nas composições, sua entrega vocal, produções, performances e visuais. Tudo é muito bem articulado e executado com excelência. Uma artista completa. Agora a pergunta é: quais serão os próximos passos dessa jovem espanhola que já está dominando o mundo?

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