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Resenha: Anitta empolga, mas entrega pouco nos palcos

Anitta tem nome, voz e rosto que todo o Brasil já conhece. Com seus grandes hits e a sua atual música de trabalho, “Sim Ou Não”, com o colombiano Maluma, ela já conseguiu expandir o seu sucesso para diversos lugares do mundo, sendo reconhecida como a maior artista pop do Brasil no momento. A diva, porém, parece não conseguir sustentar o título nos palcos.

No último sábado (3), a cantora se apresentou em Brasília, na arena do Estádio Nacional, e nós estivemos lá para acompanhar o show. A turnê “BANG” roda o país desde o lançamento do álbum de mesmo nome, em 2015, e já deve ter passado pela capital pelos menos outras três vezes, mas só agora tivemos a oportunidade de ver a cantora ao vivo. A expectativa, até então, era grande. Com tantos sucessos emplacados, uma legião de fãs e uma agenda sempre lotada, o que não permitiu gravar uma entrevista na ocasião, esperava-se no mínimo uma superprodução. Mas não foi isso o que vimos.

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Foto: Nilson Pereira

Sem muito alarde, Anitta entrou no palco por volta das 2h30 da manhã. Ela já havia se apresentado no mesmo local, às 17h, com o “Show das Poderosinhas”, espetáculo voltado para as crianças e adolescentes.

Anitta tem voz, tem carisma, é divertida e não mede as palavras na hora de brincar com seus admiradores, em maioria LGBT. Mas naquela noite faltou presença. Pode ter sido pelo cansaço de tantos shows realizados ou pelo horário, mas não podemos amenizar o fato de que ela poderia ter brilhado mais. O público presente, que já deve ter visto Anitta outras vezes, cantou e dançou com muito ânimo músicas como “Na Batida”, “Deixa Ele Sofrer” e “Essa Mina É Louca”, enquanto ela rebolava ao lado de seus dançarinos. Mas para merecer o título de maior diva pop do país não basta apenas rebolar bem.

Nas músicas “Bang” e “Sim ou Não”, em que esperávamos performances com mais BOOM, recebemos uma execução morna. O figurino singelo era diferente dos vistos em seus clipes, que já chegaram a receber comparações com os das cantoras internacionais Rihanna, Beyoncé e Katy Perry. E se o objetivo da cantora é chegar a algo parecido com o que essas fazem, ela ainda precisa percorrer um longo caminho.

Anitta não precisa provar que possui talento vocal, pois sempre demonstrou sua ótima afinação, dentro dos seus limites. No show, porém, ela não sai da zona de conforto e só representou melhor, além da dança, nos covers apresentados. “As Quatro Estações”, de Sandy & Junior e “…Baby One More Time”, de Britney Spears, foram alguns deles.

O ápice do show chegou com “Movimento da Sanfoninha”, momento em que a cantora rebola muito (mais) com seus dançarinos, que aliás merecem grande destaque pelos passos muito bem executados e pela presença de palco. Em seguida, ela apresenta um medley de funks conhecidos, se mostrando mais empolgada do que durante todo o show e levantando a plateia como ela ainda não tinha conseguido com suas próprias músicas, o que me fez questionar se Anitta não devia explorar mais o seu lado funkeira nos seus próximos lançamentos.

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Foto: Nilson Pereira

Só no fim é que vimos uma performance mais elaborada com “Show das Poderosas”, seu primeiro grande hit. Para encerrar a noite, Anitta cantou novamente “Sim ou Não”, desta vez com fãs no lugar de seus dançarinos.


Fotos: Nilson Pereira

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