in

Entrevista: Ananda Marçal fala sobre novos projetos e expectativas

Foto: Reprodução/Instagram @anandamarcal

Ananda Marçal promete ser a nova aposta do pop Brasileiro. De voz potente e com um sonho que vem desde menina, a cantora traz músicas sobre o empoderamento feminino, a liberdade de corpos, a luta antirracista e o machismo estrutural.

Ananda nasceu no Brasil, em Itapemirim, no interior do Espírito Santo, mas, atualmente, ela vive no estado da Califórnia, nos Estados Unidos, junto com o marido, o surfista Filipe Toledo, e os dois filhos do casal, Mahina e Koa, de 5 e 3 anos, respectivamente.

Em 2021, ela lançou seus primeiros trabalhos. As músicas “Vontade De Mim” e “Cancela”, são sucessos nas plataformas de stream. Em setembro, a cantora lançou o single, “Seu Lugar”, que é um desabafo sobre como é ser mulher em um mundo tão machista, mostrando que seu lugar é onde você quer estar.

Seu mais novo single “Te Pegar” foi lançado em dezembro, em parceria com o rapper NOG. Em entrevista ao Tracklist, Ananda Marçal falou sobre seu novo lançamento, suas expectativas e projetos para 2022; confira!

Foto: Reprodução/Instagram @anandamarcal

Entrevista: Ananda Marçal fala sobre novos projetos e expectativas para 2022; confira

Em entrevista para o Tracklist, Ananda Marçal falou sobre seus novos lançamentos, parcerias, futuros projetos, inspirações e expectativas para 2022. Confira a entrevista!

1- O seu novo single “Te Pegar” tem várias referências às divas pop dos anos 2000, principalmente nos looks. De onde veio essa inspiração? Você se inspirou mais em alguma diva? 

A gente quis trazer essa estética dos anos 2000, um pouco mais vintage. Tanto no figurino quanto na fotografia, na edição do vídeo com filtro, uma imagem mais granulada. O formato do vídeo inclusive não é fullscreen, é um quadrado. E essa ideia ela veio com a intenção de trazer algo diferente mesmo do que eu já tinha feito, tinha feito “Seu Lugar” que era um vídeo bem redondinho que imprimia bem a Ananda que as pessoas, apesar de não estarem acostumadas a ver, que era mais aceitável. E aí em “Te Pegar” eu queria trazer uma outra versão minha que as pessoas não conheciam, com essa pegada dos anos 2000. Eu gosto muito de moda, tenho acompanhado aqui as tendências e esse ano essa estética voltou com muita força: cintura baixa, tule, transparência, muita coisa colorida, umas estampas mais “infantis”. E assistindo clipes das divas que me inspiraram como artista e que eu cresci ouvindo, eu sou de 1994, então espelhei minha imagem na delas. Eu queria fugir um pouco do que a letra fala né, do “eu vou te pegar a noite inteira”, que fala de um casal e eu queria muito fugir do óbvio que seria duas pessoas se beijando, queria mesmo focar em mim, no sensual que é o ar, a ambiência do clipe e eu acho que a gente conseguiu fazer exatamente do jeito que eu queria mesmo e ficou lindo.

2- Ainda sobre o seu novo single “Te Pegar”, como foi trabalhar em parceria com o NOG?

 A parceria com o NOG me trouxe muita bagagem! Além da parte artística, a gente criou uma amizade muito legal, a nossa família criou uma amizade. A gente tem construído memórias muito gostosas e ter essa amizade com ele é muito bom, porque é um acesso a 10 anos de carreira, o cara já tem 10 anos de show, 10 anos de estudio, 10 anos de conhecimento musical, ele é um cara muito inteligente, a gente consegue ver como ele imprime muito bem nos raps e nas letras que ele faz, ele traz começo, meio e fim, não é um monte de palavra que rima ali e só, você consegue entender que ele tá contando uma história e isso me admira muito. Ter tido esse contato com ele desde o começo foi muito legal, porque ele é uma pessoa muito humilde e ele quer ajudar o próximo, então ele me levou pra dentro do estúdio pra acompanhar uma gravação dele, ele levou o Criolo pra conhecer a gente, a gente passou uma tarde com o Criolo, ouvindo o que ele tinha a dizer, me deu várias dicas, ouviu algumas músicas que já tenho gravada e falou “Porque você não faz isso, porque você não coloca um metal nessa música, vai ficar super maneiro”. Então assim, foi uma conexão que com certeza a gente vai levar pra vida, é uma amizade que eu quero levar pra vida, porque ele é um cara muito do bem e você vê que ele não é egoísta, você vê que junto com a música dele ele quer levar outros artistas, então foi bom demais ter tido esse espaço com ele, tanto do contato humano quanto do profissional e de todo o público que ele atinge né, dessas pessoas poderem ouvir o meu som, isso pra mim já foi demais.

3- Qual sua expectativa para o novo single? 

Acho que já estou começando a colher os frutos desse single. Ele é muito especial pra mim porque tem me mostrado mais versátil e com uma pegada mais brasileira comparada com as coisas que eu fiz até agora, a gente traz um swingado do funk. E a minha expectativa é que essa música possa atingir muitas pessoas, ela é uma música fácil de ouvir, ela te prende. Eu gosto muito de falar que essa música é especial porque ela me mostra uma mulher livre, que tem coragem pra falar de sua sexualidade, que tem coragem de falar das coisas que ela quer fazer como mulher, dos desejos dela, e a minha expectativa é que atinja o Brasil inteiro e que as pessoas escutem a dancem muito “Te Pegar”. Ela tem um ritmo envolvente, quente, que me lembra o sol, a praia, o verão. Espero que as pessoas consigam ver, ouvir e sentir a mesma coisa que eu sinto quando assisto o clipe e ouço a música.

4- Como foi trabalhar na produção da música “Te Pegar”? Qual foi a sua parte favorita? E qual foi a parte mais difícil?

“Te Pegar” surgiu em março e a gente só começou a produzir em agosto, então tivemos um tempo bem legal para afinar a letra da música. Quando enviei ela tinha pensado nela como um pagodinho meio samba e conversando com o meu produtor, o Fernando De Gino, e os meninos – Jef, Mariano, Rodrigo Castanho, que foram as pessoas que me ajudaram – depois de eu ter enviado a letra da música, eles construíram o corpo de “Te Pegar”, o refrão é meu mas eles que construíram o corpo, me mandaram com um violãozinho e fiquei “cara, isso tá muito bom!” Então isso pra mim foi muito fácil, a gente não teve muita dificuldade pra desenvolver o beat, ele saiu muito fácil. A parte mais difícil foi quando cheguei no estúdio e eu vi a música e falei “cara, essa música precisa de um rapper ali no meio”, e a gente ficou matutando quem poderia fazer essa participação. Conversando com o Filipe, que é o meu marido, ele deu a ideia “cara, por que que você não faz com o NOG”, porque eles se falavam pelo Instagram, a namorada do NOG é surfista e o Filipe já conhecia. Aí o meu marido mandou uma mensagem despretensiosa, e eu não sabia se ia rolar ou não. E quando ele mandou a mensagem falando “cara, me manda a música ai, se eu curtir e achar que me encaixo, acho que vai ser super legal. Vou sair da minha zona de conforto, mas por que não? A gente tá na música pra se arriscar”. Pra gravar a voz foi um “parto”, porque eu estava tão nervosa e com medo, porque estava dependendo dessa gravação para ele ouvir e decidir se gostava ou não, se aceitava ou não. Fiquei com o peso de que eu preciso entregar o máximo possível nessa gravação, porque vou enviar a música sem estar mixada, sem a voz estar tratada e nem nada. A gente tem até um making of da gravação, que eu não conseguia gravar, eu chorava no estúdio. Mas no final das contas saiu e quando enviei a música pra ele e recebi o retorno de que ele tinha achado o máximo, que tava irada e que ele ia participar eu chorei mais ainda, e a gente tem tudo isso gravado. Foi legal demais.

5- Você esta mais focada na sua carreira no Brasil agora, mas acha que algum dia ira focar internacionalmente? 

Por enquanto eu não tenho nenhum pensamento de sair do Brasil e começar uma carreira fora, porque eu tava até assistindo uma entrevista de uma artista aqui do Brasil, e ela falando que ela precisa fazer o que ela faz, tendo carreira no Brasil, em inglês e em espanhol, que ela precisa dividir o tempo dela para o que ela faria aqui no Brasil em três, e eu não tenho esse tempo hoje pra dividir minha carreira em dois idiomas, não penso nisso. Primeiro eu preciso consolidar a minha base aqui no Brasil, que é o meu primeiro foco, eu acho que eu nasci brasileira por um motivo e eu nasci sabendo cantar e gostando de música por um motivo, então nesse momento eu quero focar no meu país, eu quero abrir mais portas ainda pra música brasileira, quero poder agregar o máximo que eu puder, musicalmente, tecnicamente, seja também até pra abrir portas pros jovens que vem depois de mim, pra a gente poder conseguir ter uma música mais rica, com gêneros mais diversos, e para isso a gente precisa ampliar o espaço para a galera que vem depois. Agora o meu foco é o Brasil, meu amado país que sou apaixonada e quem sabe mais pra frente, se realmente eu perceber que precisa e que quero, a gente comece a cantar em outros idiomas.

6- Qual artista brasileiro você gostaria de trabalhar em uma futura colaboração? 

Vou dividir entre nova geração e geração mais antiga. Na geração de hoje eu sou louca pela IZA, ela é uma referência musical muito grande pra mim, então é um sonho muito grande, até porque ela não faz muitas colaborações, sonho da minha vida é poder cantar com ela um dia. E da geração passada eu amo muito Djavan, Caetano… nossa, cantar com o Caetano seria um sonho muito grande. Acredito que seriam esses três: IZA, Djavan e Caetano.

7- Em 2022, será lançado o seu tão aguardado EP. Qual música você está mais ansiosa para o público ouvir? 

A gente tá trabalhando pra esse EP sair sem atraso. Pensamos em ter no EP, além de algumas faixas já lançadas, outras totalmente inéditas. Tenho um carinho muito grande por uma música em específico – ela não se encaixa nesse popzão que eu gosto e quero seguir como minha imagem, como Ananda -, mas ela é romântica, linda e feliz… eu amo ela e um dos motivos são os instrumentais. Eu sou louca por metais, enchi o saco do meu produtor para termos saxofone, trombone, trompete e foi nessa música que eu finalmente consegui esse trio de metais. Fiquei tão feliz que chorei acompanhando essa gravação. Além das músicas comerciais, que eu também quero fazer, quero transitar por esses outros gêneros, ter esses momentos mais calmos.

8- Teremos mais singles antes do lançamento do EP? 

Teremos mais single antes do lançamento do EP sim! Ainda não é certo, muita coisa pode acontecer, mas estamos trabalhando para ter esse EP em março de 2022, vamos ver (risos). As músicas inéditas ainda não estão prontas, eu quero mexer muito nelas ainda, então temos muito trabalho até lá, inclusive com mais dois singles!

9- Você pretender fazer shows no Brasil após o lançamento do EP? 

Sim, a pretensão é que eu tenha um repertório autoral maior para que o show possa ser marjoritariamente composto por músicas minhas. Eu estou muito ansiosa, porque eu que fiz todo o roteiro do show: luz, banda, ballet. Eu sou uma pessoa muito exigente, então eu quero fazer um show que realmente tenha uma estrutura para ter um impacto nas pessoas, mostrar quem eu sou enquanto artista, qual a estética. Eu e meu produtor já começamos a montar ele, ainda é uma fase inicial, mas acredito que será um show bem lindo e especial. Após o EP temos essa expectativa de ter alguns formatos diferentes de show para rodarmos esse Brasilzão!

10- Dentre as suas músicas já lançadas: “Vontade de Mim”, “Cancela”, “Seu Lugar” e “Te Pegar” qual é a mais especial para você? 

Aí você me fez uma pergunta que é difícil, é quase escolher seu filho preferido (risos). Eu sou muito apaixonada pelas quatro, cada uma representa uma versão, uma característica minha. “Cancela” é muito especial para mim, porque é a primeira música que eu escrevi na minha vida, nunca tinha feito nenhuma composição até então e eu decidi que eu precisava começar a escrever, pois eu queria ser essa artista que escreve as próprias músicas. Aí, conversando com o Filipe, meu marido, e ele me ajudando, “Cancela” nasceu, então não consigo fugir dela. Mas “Vontade de Mim” eu tenho vontade de regravar, porque eu acho que ela tem um potencial muito grande e eu queria ter a oportunidade de mostrar ela pra mais gente, ela é animada, feliz, dançante e eu amo música assim. Mas aí também tem “Seu Lugar”, que é um marco para mim, pois foi com ela que conseguimos atingir mais pessoas e ainda agora com “Te Pegar”, que tem a participação incrível do NOG, uma estética mais artística… não vou escolher não, gente (risos). Ouçam todas!!

11- Quais são suas expectativas para o lançamento do EP? 

Com a vinda desse EP eu imagino que as pessoas vão me enxergar como uma artista mais madura, com uma bagagem maior tanto em repertório quanto em experiência, maturidade nesse mundo mesmo. Eu espero que as pessoas consigam entender quem é a Ananda artista com esse projeto e que eu consiga alcançar um público maior. É diferente de lançar uma sequência de singles, o EP te dá peso, é um trabalho mais complexo notado por público, mídia e meio artístico como uma pessoa que tem mais conteúdo. Então esse projeto tem muita importância para mim, nunca imaginei que meu primeiro EP viria tão cedo, estou muito feliz e ansiosa.

Leia também: Tiago Leifert rebate fala de Ícaro Silva sobre “Big Brother Brasil”

O que achou da entrevista da Ananda Marçal? Conta pra gente no Twitter!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *