Nascida em 2001, Billie Eilish já venceu cinco Grammys, dois American Music Awards, dois MTV Europe Music Awards, além de vários outros prêmios, coroando uma carreira que vem desde 2015. Foi apenas a segunda pessoa a vencer as quatro principais categorias do Grammy no mesmo ano, sendo a pessoa mais jovem e a primeira mulher a consegui-lo.
A música é um ambiente bem competitivo e não havia nenhuma força procurando trazer para o sucesso jovens adolescentes. Tem muito adulto por aí trabalhando no duro há mais tempo que Eilish. O que fez ela ao certo?
Qual é a fórmula? Não ter uma fórmula… ou imitar o sucesso
Tentar adivinhar quem pode ser o próximo fenômeno da música pop pode ser tão incerto como jogar no NetBet casino. Billie Eilish não tinha nada que indicasse que estaria respondendo a algo que o público pudesse estar procurando.
Em entrevista à revista Blitz, o músico português David Fonseca declarou que “se não conhecesse [Billie Eilish], diria que se tratava de um projeto alternativo”. O fato de não ser nem parecer “mainstream”, ainda de acordo com o português, é um de seus pontos fortes.
Fonseca acrescenta que o surgimento de fenômenos como Billie Eilish é bom, em termos puramente culturais e artísticos. Billie não é formatada, não seguiu uma tendência, nem na música nem em termos visuais; ela e seu irmão, parceiro criativo, simplesmente experimentaram o que quiseram.
Entretanto, o músico português prevê que nos próximos anos deverão surgir várias artistas, ou até outros projetos, imitando a figura, o estilo musical ou simplesmente as referências de Billie Eilish. Fonseca recorda que isso aconteceu “com o Nirvana e o Pearl Jam”, sendo natural que aconteça, porque funciona. Ao mesmo tempo, quem inicia as tendências será quem fica para a história.
Será Billie Eilish um grande ícone do futuro?
Mas é chegado o momento de perguntar se Billie Eilish será um dos grandes ícones da música nas próximas décadas, ou ao menos nesta década de 20 em que estamos entrando. A resposta é altamente imprevisível. O Nirvana foi, claramente, uma referência, mesmo que o projeto tenha sido brutalmente interrompido em 1994. Tal como Fonseca refere, inspirou muitas bandas. Mas o tempo que vivemos é diferente.
Recorde-se aqui Alvin Toffler e sua obra “A Terceira Onda”, de 1980. Nesse livro, o professor e investigador americano previu que as sociedades do futuro, com um computador em cada casa e todos ligados em rede, seriam menos massificadas. A presença do computador facilitaria a difusão de visões, opiniões, estéticas e perspectivas muito diversas. A possibilidade de se criarem grandes consensos culturais vinha sendo permitida pelos meios de comunicação das sociedades industriais, de Segunda Onda. Na Terceira Onda, seria quase impossível um artista chegar a milhões de pessoas, porque elas estariam vendo e lendo outras coisas. Toffler não falou explicitamente nos Beatles ou no Queen, mas certamente estaria pensando neles.
Muitas das previsões de Toffler estavam corretas. Nesse quesito, é certo que estamos vivendo em plena Terceira Onda. Billie Eilish pode contar com uma concorrência imensa na internet livre e bidirecional.