Na última sexta-feira, tive a oportunidade de entrevistar Zach Lind, baterista da banda Jimmy Eat World. Ele e sua banda (também composta pelo vocalista e guitarrista Jim Adkins; o guitarrista Ton Linton e o baixista Rich Burch) vêm ao Brasil para tocar no Lollapalooza em 26 de março, no Autódromo de Interlagos; e também no Rio de Janeiro no dia 28 do mesmo mês, ao lado de Two Door Cinema Club.
Com uma longa carreira que se iniciou nos anos 1993 no Arizona (Estados Unidos), Jimmy Eat World teve mudanças no estilo musical ao longo do tempo. Em 1994, com o disco de estreia autointitulado, podemos observar semelhanças com bandas como blink-182 – que lançou seu álbum de debute em 1995; Green Day – que lançou “Dookie” no mesmo ano, alavancando a carreira, e outras que fazem parte do gênero “emo”, pop-punk. Hoje, o som da banda é mais experimental, e Zach deixa claro que rejeita “rótulos”.
Confira a entrevista:
Vocês estão na estrada por mais de 20 anos. Mesmo sendo bem conhecidos no mundo todo, vocês estão começando a ganhar popularidade no Brasil. Quais são os seus planos para que mais pessoas conheçam a música de vocês no nosso país?
Sempre quando vamos a um lugar novo, fazemos o nosso melhor para nos conectar com os fãs e, hum, o Rock’n Roll sabe que nós existimos… Nós gostamos do seu país e nós tentamos fazer sempre o nosso melhor.
Quando eu ouvi o nome da banda pela primeira vez, eu pensei que era algo como “Jimmy conquistou o mundo”, mas então, eu pesquisei e então percebi que era sobre uma briga entre dois irmãos, na qual um deles pôs um globo (risadas) na boca de outro e tirou uma foto disso. Eu gosto do fato de que existe uma história por trás, mas vocês querem conquistar o mundo?
Ah, sabe, eu não acho que a gente pensa em termos de conquistar o mundo. Nós amamos viajar, conhecer novos países, novas coisas, novos amigos e pessoas que não sabem muito sobre nós, sobre onde vamos e o que vamos tentar. Sabe? Fazer essas pessoas se tornarem fãs. Eu não sei se conquistar o mundo é algo que realmente estamos tentando fazer, mas queremos ter o maior número de fãs possível.
Vocês lançaram o nono álbum, Integrity Blues, no ano passado. Como têm sido a reação dos fãs?
Até o momento parece que os fãs gostaram. Pra mim, eles estão, tipo, se adaptando e pra nós é importante que os fãs realmente gostem do disco e estejam felizes com ele. Vai ser muito legal ir ao Brasil e tocar essas músicas para o povo brasileiro.
Esse disco soa mais espiritual, transcendente que os outros. Quando as pessoas ouvem a nova música e escolhem uma de Bleed America, por exemplo, é bem diferente. Como vocês escolheram esse caminho na música?
É um pouco mais experimental. Nós tentamos coisas novas e isso é algo que nós sempre tentamos fazer, tecnicamente. Eu acho que a mudança na nossa música ao longo dos anos ocorre naturalmente. Não é algo que planejamos ou tentamos… É algo que simplesmente arriscamos, vamos na onda e tentamos fazer um álbum mais introspectivo ao longo do tempo. E, sabe, a gente tentou outras músicas, gravar outras para o disco, mas é tempo de mudar um pouco, é um tempo diferente.
É sempre legal experimentar coisas novas, fazer mudanças para não fazer a mesma coisa sempre, o mesmo som. É algo que vocês pensaram?
Sim, é isso. Se você faz a mesma coisa o tempo todo, tudo decai. E isso não pode acontecer. Nós queremos ser uma banda que nos entusiasme e entusiasme nossos fãs. Isso é algo que sempre pensamos.
No começo da carreira, vocês costumavam ser relacionados ao gênero emo. Olhando para trás, tem algo que você sente falta da época, mesmo da forma de fazer música?
Sabe, nós não estamos focados nisso. Nós fazemos algo que flui naturalmente e não queremos fazer parte de certos grupos, de um gênero. Mas, quero dizer, se você pensar muito nisso vai ficar confuso ou lutar consigo mesmo… Você não quer fazer isso.
Ok. Vocês vão dividir o palco com Two Door Cinema Club no Rio de Janeiro. Eu gostaria de saber das suas expectativas e do que você pensa sobre a banda. Você vê semelhanças com o Jimmy Eat World?
Eu gosto deles bastante. Acho que são legais. Eu estou realmente animado para esse show. Vai ser ótimo tocar com eles. Eles formam uma ótima banda… eles vão abrir e vai ser muito legal.
E você vê alguma semelhança com a sua banda?
Sim, eu acho que eles têm semelhanças com nossos shows… nós tocamos bastante em turnês, festivais. Eles são diferentes da gente, mas tem essa similaridade.
Qual é sua canção favorita para tocar nos shows?
Eu acho que isso muda. Ultimamente, têm sido ótimo tocar a música do nosso novo álbum, chamada Pass The Baby.Têm sido bem legal tocar, e ainda, observar a plateia enquanto você faz isso. Mas é algo que depende do humor.
Ok. Eu fiquei sabendo que Taylor Swift é uma fã da música de vocês. Eu queria saber o que você pensa sobre ela…
Nós gostamos dela, ela é uma pessoa realmente legal. Nós vimos o comercial que ela fez com a nossa música (“The Middle”, de 2001) e nós adoramos. E acho que ela é uma ótima compositora.
(Com o comercial, Taylor alavancou as vendas da banda)
Se você tiver tempo durante sua visita ao Brasil, no Lollapalooza, quais shows você gostaria de ir e por quê?
Eu preciso dar uma olhada nos shows disponíveis…
Ah ok. Nós vamos ter The 1975, the XX, Metallica, muitos artistas…
Metallica, claro. Eu amo Metallica. Vai ser cool.
Eu gostaria de saber sobre um artista que você gostaria de colaborar em um futuro próximo…
Um dos meus artistas favoritos se chama David Baban, e a música dele me tocou. E ele é um ótimo e talentoso compositor.
Você conhece alguma banda brasileira?
Oh, eu não conheço…
Mas, você gostaria de tentar ir em algum show?
Sim, eu preciso conhecer, tentar ver alguma banda do Brasil.
Você planeja ir em algum show?
Sim, tenho certeza que irei a algum show, certeza. Só não sei ainda quais.
Ok. O que você tem ouvido ultimamente?
Tenho ouvido uma banda que se chama Wolf Alice e também o novo disco do Metallica.
Eu gostaria de saber quais os seus planos para o futuro… O que pretendem fazer depois da turnê?
Nós vamos continuar em turnê e vamos viajar ao redor do mundo e é isso: vou fazer mais turnês e mais shows.
Então, como o tempo para perguntas tinha acabado, me despedi de Zach Lind e desejei uma ótima passagem ao Brasil.
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